domingo, agosto 31, 2008

Benfica e Porto empatam na Luz

Benfica 1-1 Porto
(Cardozo; Lucho Gonzalez g.p)



Não me vou alongar muito porque não vi grande parte do jogo e, portanto, não tenho todos os dados necessários para fazer uma análise mais precisa daquele que foi o primeiro clássico da temporada, isto para o campeonato.

Parece-me que é unânime o facto do Porto ter estado mais perto da vitória do que o Benfica. Dadas as circunstâncias, estou convencido que este empate soube melhor ao Benfica do que propriamente ao FC Porto, isto apesar de ter sido o clube "encarnado" a jogar em casa. O que é facto é que não ajudou nada o penalty infantil cometido por Katsouranis logo nos minutos iniciais da partida (mais uma vez o Benfica jogou na Luz a correr atrás do resultado); muito menos foi benéfica (pelo contrário) a expulsão no segundo tempo do grego; a juntar a tudo isso, as lesões de Aimar e Léo que obrigaram Quique Flores a efectuar alterações e, já sem substituições para fazer, as constantes cãimbras e dores musculares de Di Maria, Yebda e Reyes. Por tudo isso e, há que dizê-lo, pela forma organizada com que o Porto jogou na Luz, diria que o ponto conquistado pelo Benfica acaba por ser um bom ponto.

O POSITIVO:

+ A exibição de Quim. Mais uma vez, o guarda-redes do Benfica esteve impecável. Foi um dos motivos pelo qual a baliza do Benfica não sofreu mais danos.

+ Cristian Rodriguez. Mesmo tremendamente assobiado, o uruguaio fez questão de mostrar aquilo que, no fundo, todos nós sabemos: é um grande jogador. Correu que se fartou, ganhou faltas, cometeu infracções fruto da sua entrega e dedicação ao jogo, procurou o golo (e esteve perto de o conseguir), enfim, fez uma exibição de encher o olho.

+ A entrega dos jogadores do Benfica. Mesmo limitados fisicamente, mesmo com uma unidade a menos, mesmo estando em posição de derrotado, homens como Luisão, Yebda, Maxi Pereira entre muitos outros (até os próprios alas) deram o que podiam e o que não podiam para sairem da Luz com o melhor resultado possível. Só com essa garra e mentalidade foi possível ao Benfica aguentar o empate até final.

+ Rolando e a dupla Lucho/Lixa. Grande surpresa a chamada de Rolando ao onze inicial em detrimento da experiência de Pedro Emanuel. Certo é que o central português esteve muito bem no centro da defesa, dobrando sempre com prontidão e eficiência Bruno Alves e estando sempre seguro no jogo aéreo. Uma boa surpresa.
Que mais podemos dizer desta dupla de argentinos? Lucho e Lisandro estiveram, mais uma vez, em grande nível. Lucho foi o patrão do meio-campo. Ele recupera bolas, ele joga e faz jogar, enfim, é um jogador completo e de um outro campeonato. A forma como se entede com Lisandro Lopez é um regalo para os olhos. Quanto a Lisandro, apesar de não ter sido feliz na finalização (mandou uma bola ao poste e falhou um lance só com Quim pela frente), fartou-se de correr e, sozinho, deu cabo de Katsouranis e companhia. É daqueles avançados que não precisa de acompanhamento já que, jogando lá bem na frente como único ponta-de-lança, com a sua velocidade, garra e faro pelo golo, faz a diferença.

O NEGATIVO:

- Katsouranis. Desastrado a defender. Cometeu o penalty e, mais tarde, foi expulso. Infeliz a sua prestação, prejudicou os objectivos da equipa.

- Tomás Costa. Não se orientou no meio-campo do Porto. Francamente mal no passe, não conseguiu dar dinâmica ao lado direito da equipa, tal como Rodriguez o fez na esquerda. Saíu, e bem, ao intervalo.

- Aquela agressão de um adepto do Benfica ao árbitro assistente é algo de surreal. Mal para o clube que vai ser, certamente, punido.

- Ineficácia portista. Com mais uma unidade em campo e com uma maior frescura física, esperava-se que o Porto fosse para cima do seu adversário e chega-se à vitória. Por mérito "encarnado" e por algum demérito "azul", o certo é que o empate acabou mesmo por ser o resultado final. Diga-se em abono da verdade que o FC Porto, nos últimos 15 minutos, nunca conseguiu criar o perigo que na realidade se esperava.

sexta-feira, agosto 29, 2008

Suazo no Benfica



Parece-me evidente que o Benfica garantiu mais um excelente reforço para o ataque. Para os mais desatentos, recordo que Óscar David Suazo custou ao Inter de Milão qualquer coisa como 20 milhões de euros. Agora, resta saber como vai o hondurenho adaptar-se ao futebol português e, mais importante que isso, vamos ver como vai Quique Flores gerir tanto jogador de qualidade do meio-campo para a frente.

Não faço ideia do que vai, neste momento, na cabeça de Quique Flores. Custa-me a acreditar que a contratação de Suazo implique, desde logo, a retirada de Oscar Cardozo do onze inicial. Muito sinceramente, acho que seria um erro se assim fosse (a não ser que estejamos a falar de jogos em que o Benfica opte pelo contra-ataque, como no Dragão ou em Alvalade).
Também me parece pouco provável que Quique Flores pretenda utilizar Suazo nas extremas. Apesar do hondurenho fazer bem esse papel - é muito rápido e forte fisicamente -, creio que a matéria prima para as alas é muita e, contrariamente ao que se passou no ano passado, de qualidade. Reyes, Di Maria, Balboa e Urreta são jogadores rápidos e muito bons tecnicamente. Falta a natural adaptação ao futebol português (Di Maria leva vantagem nesse capítulo) que, estou convencido, vai aparecer com total naturalidade.

Se sou contra a saída de Cardozo do onze, sou totalmente a favor da utilização em simultâneo destes dois atletas. Tal como já havia referido em tempos no blog, gosto muito de ver uma dupla de avançados que misture técnica, força, velocidade e poder de remate. Ora, o que falta a Suazo tem-no Cardozo e vice-versa.
A questão que se coloca aqui é que para estes dois jogarem, alguém tem de sair. Melhor dizendo, numa táctica com dois pontas-de-lança e dois extremos, falta espaço para aquele médio ofensivo que, normalmente, actua atrás de um único avançado. No Benfica, esse médio de ataque chama-se, tão e somente, Pablo Aimar, um jogador que dispensa apresentações. Pois bem, se é verdade que, nesta altura, Aimar não mostrou praticamente nada daquilo que lhe conhecemos, não é menos verdade que ainda estamos numa fase inicial da época e, para os mais esquecidos, Aimar veio de uma lesão prolongada, algo que, quer queiramos quer não, deixa sempre as suas marcas.

Vamos ver como Quique Flores vai gerir o plantel que tem à sua disposição. Uma coisa me parece óbvia: Nuno Gomes, mesmo tendo marcado o golo frente ao Rio Ave, vai seguramente perder minutos e espaço neste novo Benfica. Várias hipóteses se colocam: Suazo a extremo direito mantendo Aimar e Cardozo e Reyes ou Di Maria na esquerda; Aimar à esquerda, Reyes à direita e Cardozo-Suazo na frente; Aimar no lugar de Carlos Martins (não me parece) com dois extremos e dois pontas-de-lança, enfim, vamos ver o que os próximos jogos nos dizem.
Espero sinceramente que não voltemos a ver Rúben Amorim como médio ala direito. É que, com tanta qualidade para essa posição, custa muito ver um jogador esforçado mas sem vocação para desempenhar essa função.

quinta-feira, agosto 28, 2008

Grande noite europeia em Madrid


Atlético Madrid 4-0 Schalke 04
(Aguero, Forlan, Luis Garcia, Maxi)



Fantástica exibição do Atlético de Madrid. Uma grande noite europeia de um clube que francamente gosto. Se era no plano teórico o jogo da noite, na prática também o foi. Atlético e Schalke 04 proporcionaram um grande espectáculo de futebol, disso posso garantir-vos dado que tive oportunidade de ver o jogo. Não se pense que tudo foram rosas para o Atlético. O Schalke, apesar de ter revelado grandes dificuldades a nível defensivo, teve, a espaços, alguns laivos de bom futebol, principalmente quando se encontrou, pela primeira vez, em desvantagem na eliminatória (2-0). Não obstante, o Atlético de Madrid fez uma exibição fantástica, mostrando o mesmo tipo de atributos da época passada ao nível ofensivo mas ao mesmo tempo grandes progressos naquele que era o calcanhar de aquiles da equipa: o sector defensivo. A equipa mostrou sempre organização, conseguiu sempre controlar o jogo (mesmo quando o Schalke teve por cima, o Atlético soube sofrer e soube jogar em contra-ataque) e mereceu por inteiro a vitória.

As melhorias na defesa...

Javier Aguirre, técnico que eu aprecio bastante, parece que planeou muito bem a temporada. Creio que salta à vista de todos que o conjunto madrileno está mais forte que a época passada. No sector defensivo, felizmente que nomes como Zé Castro ou Fabiano Eller já não são opção. Sairam do clube e para os seus lugares entraram dois jogadores de outro nível: Ujfalusi e Heitinga. O checo é mais lento mas é muito forte na marcação. Heitinga, não tão forte fisicamente, faz da velocidade a sua principal arma. Estou em crer que vão formar uma excelente dupla de centrais.
Por muito boa que seja uma qualquer dupla de centrais, esta só tem êxito se atrás tiver um guarda-redes de inegável qualidade. Apesar de neste encontro ter estado Léo Franco na baliza, guarda-redes que não garante grande estabilidade, me parece que o dono das redes do Atleti para a presente temporada vai ser o francês Coupet, guarda-redes que dá outra estabilidade à equipa.
Como pivot defensivo, Aguirre tem agora duas soluções de grande valor: Raúl Garcia e o nosso bem conhecido Paulo Assunção. Para quem pensa que o lugar é de Assunção, está muito enganado. O espanhol é um jogador muito experiente e tem a vantagem de aparecer mais vezes em zonas de finalização que o brasileiro. Este entende-se muito bem com Maniche (reabilitado, foi titular) e, caso ambos continuem com este nível exibicional, vai ser difícil a Aguirre tirá-los da equipa. Com Garcia ou Assunção, uma coisa é certa: Aguirre pode dormir descansado.

Ataque do melhor que há nessa Europa...

Não tenho dúvidas que há muitas equipas (mesmo as de Top) que vão ficar muito satisfeitas se evitarem este Atlético de Madrid na fase de grupos. Não tenho quaisquer dúvidas que esta equipa tem condições para se bater em qualquer campo da europa. Dá gosto ver a forma como esta equipa se desdobra em acções ofensivas. Além disso, pelas características dos homens mais avançados, vai ser muito complicado ver aquelas equipas que gostam de jogar em ataque continuado defrontarem uma equipa como o Atlético que é muito rápida nas transições defesa-ataque. Maxi Rodriguez (capitão) à direita, Simão à esquerda e a terrível dupla constituída por Aguero e Fórlan delicia qualquer adepto. Como se não bastasse, no banco estão homens como Luis Garcia ou Pongolle que são excelentes alternativas.

PS: Carlos Queiróz esteve em Madrid e deve ter ficado muito satisfeito com os dois portugueses que foi observar. Maniche mostrou estar bem fisicamente e denotou mais rapidez de processos, nomeadamente ao nível do passe. Já Simão, foi dos melhores jogadores do Atlético. Jogou os 90 minutos, mandou uma bola ao poste, provocou uma grande penalidade e a consequente expulsão de Pander, mostrou-se sempre disponível a defender e entendeu-se muito bem com Aguero e Fórlan. Se dúvidas ainda existissem, Simão fez questão de provar mais uma vez que está totalmente adaptado ao futebol espanhol e que é, sem dúvida, uma mais valia para o Atl. Madrid.

PS1: Diego Maradona parecia que era do Atlético desde pequenino. Na bancada, sofria pelo clube madrileno como sofre um verdadeiro adepto. Logicamente que o facto da sua filha ser a mulher de Aguero tem total influência. Curioso. Por falar em Aguero, o argentino mostrou, mais uma vez, toda a sua qualidade. É daqueles jogadores que surpreende por aparentar ser tão fraco e ser tão bom. Ele joga de cabeça (fez assim o primeiro golo), ele vai à esquerda, à direita, joga muito bem de costas para a baliza, é inteligente, sabe assistir os seus companheiros (deu o golo a Luis Garcia), enfim, é um jogador de classe mundial e talvez um dos responsáveis para que Lisandro Lopez ainda não seja um titular da selecção argentina.

Amigável: Sporting derrotado em Madrid

Real Madrid 5-3 Sporting



Custa-me a perceber o que passou pela cabeça de Paulo Bento para apresentar um onze tão longe daquele que tem sido titular neste início de época. Percebo que a ideia tivesse passado por dar uma oportunidade àqueles jogadores menos utilizados. Agora, é óbvio que não concordo com essa opção do técnico leonino e explico porquê. Em primeiro lugar, pela valia do adversário. Se há adversário em que convém jogar-se na máxima força, o Real Madrid é, naturalmente, um deles. E então se o jogo for disputado no Santiago Barnabéu, mais razões há para se levar o jogo com muita seriedade. Depois, nesta altura da época, não se justifica rodar a equipa. Todos os jogadores se encontram bem fisicamente e, além disso, o próximo compromisso do Sporting é só na próxima segunda-feira. Por conseguinte, nada melhor que apresentar a melhor equipa, ver aquilo que a mesma é capaz, dar-lhe mais entrosamento, mais minutos e mais capacidade física. Que eu saiba, não estávamos perante um cenário em que os jogadores menos utilizados por P.Bento estivessem descontentes pela sua condição de suplente, a tal ponto de "obrigar" o treinador leonino a rodar a equipa em nome do bem estar de alguns jogadores. O único caso em que poderia haver descontentamento era o de Vukcevic, jogador que nem sequer jogou.
Vistos os prós e os contras, diria que foi um erro de Paulo Bento que lhe custou bem caro. O cenário só não foi mais negro porque a equipa da segunda parte demonstrou uma boa atitude e amenizou o dano. No entanto, também me pareceu que houve algum relaxamento do Real Madrid, algo que, a bom dizer, foi perfeitamente normal dada a importância que o jogo tinha. Menos mau para Paulo Bento que até saíu mais tranquilo de Madrid do que certamente esperou, isto após o que se passou nos primeiros 45 minutos.

segunda-feira, agosto 25, 2008

Liga Sagres: Benfica empata em Vila do Conde


Rio Ave 1-1 Benfica
(Semedo; Nuno Gomes)

FALSO ALARME!



Quique Flores estreou-se na liga portuguesa com um empate, resultado que não deixa de ser negativo face à diferença de potencial e de objectivos das duas equipas. Ainda assim, nem tudo foi mau para o lado "encarnado" que, como é sabido, inicia esta época com muitas novidades e muitas alterações. Houve coisas boas, nomeadamente na segunda parte, e há jogadores que, não tenho dúvida, vão certamente render muito mais no futuro. Portanto, mesmo tendo perdido dois pontos e começado o campeonato com o pé esquerdo, não vejo motivos para deixar de acreditar nesta equipa técnica ou neste projecto.

Este Benfica teve efectivamente duas faces. Quando Quique Flores analisar este jogo, vai certamente aperceber-se que errou na constituição inicial da equipa, fundamentalmente na inclusão de Rúben Amorim como falso médio ala direito. Quique deverá perceber que uma coisa é jogar com Amorim a titular frente ao Inter onde o meio-campo deve ser mais compacto e outra coisa é jogar com o ex-Belenenses frente ao Rio Ave, isto sabendo de antemão que a equipa é favorita e deve assumir, desde logo, todas as despesas da partida. Por conseguinte, na segunda parte, com a entrada de Nuno Gomes e posteriormente Balboa, o Benfica passou a jogar pelos dois flancos e o perigo rondou mais vezes a baliza de Paiva.

Mesmo tendo empatado este encontro, não vejo motivos para alarme. Já se sabia que o Benfica de Quique iria necessitar de tempo e, essencialmente, paciência por parte dos adeptos. Para termos uma ideia, esta equipa que entrou em campo frente ao Rio Ave está muito longe de ser a ideal para a presente temporada. Falta um lateral direito (Maxi até fez um bom jogo mas não pode ser a primeira solução para aquele lugar), falta David Luiz para o centro da defesa, faltam Di Maria e Reyes para as alas e falta ritmo de jogo a Aimar que, continuo a dizer, não pode jogar naquela posição onde está constantemente de costas para a baliza. Ainda que a espaços, viu-se uma diferença substancial quando vimos Aimar na esquerda a vir com a bola controlada de trás para a frente. São ainda muitos pormenores que, todos juntos, se calhar ajudam a explicar-nos o resultado menos positivo.

Numa análise mais individual, no lado do Rio Ave destaco a boa exibição de Semedo, um avançado que francamente desconhecia e que mostrou bons pormenores, nomeadamente a velocidade e a mobilidade; nota também muito positiva para o lateral Miguel Lopes que mostrou pormenores que não os havia vislumbrado quando actuou pelos sub-21. Rápido, inteligente a fechar ao meio, foi, seguramente, um dos melhores jogadores em campo. Salientar também a boa prestação de Evandro, um já nosso conhecido que trás experiência e qualidade técnica a esta equipa do Rio Ave.
Quanto ao Benfica, Quim mostrou a categoria habitual; Maxi esteve (surpreendentemente) bem a atacar muito embora nem sempre tenha dado a melhor conclusão aos lances; Léo foi o melhor jogador do Benfica nesta partida; Urreta apareceu muitas vezes e, através da sua qualidade técnica e velocidade, procurou dar profundidade às alas do Benfica; Carlos Martins foi a unidade mais influente do Benfica até ao momento que se lesionou; Yebda mostrou bons pormenores e justificou a titularidade; Nuno Gomes saíu do banco e fez o golo do empate, sendo que mostrou outros bons pormenores. Foram estes os jogadores em maior evidência.

Em sintese, o Benfica perdeu os primeiros pontos da temporada e, é evidente, está ainda longe do seu melhor. É necessário ritmo de jogo, um período de adaptação e, além disso, faltam ainda jogadores importantes e de inegável qualidade a este Benfica que, para bem do clube, estão dentro do plantel. Ou seja, não é por falta de matéria prima que este Benfica vai ter "pernas para andar". A haver problemas, esses residem-se a uma palavra: TEMPO.


domingo, agosto 24, 2008

SPORTING ENTRA COM O CALCANHAR DIREITO NO CAMPEONATO




SPORTING 3 TROFENSE 1
(Tonel, Izmailov, Yannick Djaló; Pinheiro)





É um lugar comum dizer-se que uma equipa entra com o pé direito no campeonato, mas neste caso, nada mais se ajusta do que afirmar que o Sporting entrou com o calcanhar direito na Liga Sagres 2008/2009.
Esta apreciação baseia-se, claro está, no belíssimo quadro que Yannick Djaló pintou, utlizando como tela, a baliza defendida por Paulo Lopes, e como pincel, o seu calcanhar direito, completando uma obra não menos bonita do que, porventura, Da Vinci, produziria.
Os leões fizeram o que lhes era exigido, vencendo o primeiro jogo do campeonato, em casa, diante de uma equipa que pela primeira vez na sua história está entre os grandes do nosso futebol. O Trofense sentiu, e de que maneira, a estreia, e abalou com a entrada forte do Sporting. Foi desde muito cedo que os pupilos de Paulo Bento demonstraram que queriam provar a sua supremacia, e logo aos 4 minutos, Tonel, de cabeça, respondeu a um pontapé de canto bem batido por Rochemback, e fez o primeiro em Alvalade. Os da Trofa optaram por fazer marcação à zona, e o central português elevou-se bem, e utilizou uma das suas maiores armas, o jogo aéreo, para derrubar a muralha dos nortenhos. A partir daí, os leões tranquilizaram-se por completo e dominaram a partida por completo. Aliás, o Trofense, ao longo de toda a primeira parte quase nunca incomodou Rui Patrício. Com total naturalidade, o segundo golo apareceria 20 minutos mais tarde, quando Izmailov, também de cabeça, aumentava a vantagem. Livre forte de Rochemback (um verdadeiro patrão!), defesa de Paulo Lopes, cabeceamento na recarga, de Yannick Djaló, à barra, e à terceira, o internacional russo fez o 2-0. Mas como tudo era fácil para os da casa, logo depois chegava o terceiro golo, no tal lance genial de Yannick Djaló, que de calcanhar (qual Madjer!), dilatava ainda mais o placard. Tudo fácil, quase parecendo um jogo treino.
Com a segunda parte, chegaram, para não variar, os casos de arbitragem, mas também um outro Trofense. De facto, os comandados de António Conceição entraram com outra atitude, e chegaram a controlar a partida, se bem que o Sporting tivesse sempre noção do que se estava a passar. O problema é que Paulo Baptista borrou a pintura quando, aos 58 minutos, marcou uma grande penalidade contra o Sporting, tendo mostrado o cartão vermelho directo a Anderson Polga. Ora, se a expulsão do brasileiro foi completamente acertada, já que este derrubou Zé Carlos à margem das leis, sendo o último defensor, já a marcação da grande penalidade foi um absurdo, já que a falta foi cometida bem fora da área. Importa dizer que o erro não foi do árbitro principal, mas sim de um dos seus assistentes. Na transformação do castigo máximo, Pinheiro reduziu a desvantagem, e escreveu história, ao ser o autor do primeiro golo do Trofense na primeira divisão.
Depois do tento alcançado, os nortenhos ainda chegaram a sonhar que podiam incomodar ainda mais, tentaram-no, mas o Sporting, mesmo com um elemento a menos, nunca se desuiniu, e aceitando a pressão do adversário, controlou sempre as operações.
Nada mais havia a dizer, tão só que o Sporting entrou a vencer no campeonato, como se exigia, somou três pontos, mas Paulo Bento ficou com uma preocupação acrescida, já que não pode contar com Anderson Polga na próxima jornada, na difícil deslocação a Braga.



FICHA DE JOGO:

ESTÁDIO: Alvalade Século XXI, em Lisboa
ÁRBITRO: Paulo Baptista, de Portalegre

SPORTING: Rui Patrício; Abel, Tonel, Anderson Polga e Grimi; João Moutinho "cap.", Rochemback, Izmailov e Romagnoli; Yannick Djaló e Derlei.

SUBSTITUIÇÕES: Romagnoli por Caneira, aos 61 minutos; Yannick Djaló por Pereirinha, aos 81 minutos; Delei por Hélder Postiga, aos 90 minutos.

SUPLENTES NÃO UTILIZADOS: Tiago, Daniel Carriço, Pedro Silva e Rodrigo Tiuí.

TREINADOR: Paulo Bento

TROFENSE: Paulo Lopes; Zamorano, Milton do Ó "cap.", Valdomiro e Areias; Delfim, Pinheiro, Mércio e Ricardo Nascimento; Hélder Barbosa e Lipatín.

SUBSTITUIÇÕES: Areias por Zé Carlos, aos 40 minutos; Lipatín por Edú Souza, ao intervalo; Pinheiro por Rui Borges, aos 70 minutos.

SUPLENTES NÃO UTILIZADOS: Vitor, Edú, Tiago Pinto e Miguel Ângelo.

TREINADOR: António Conceição

ACÇÃO DISCIPLINAR: Cartão amarelo a Abel, aos 59 minutos; a Areias, aos 15 minutos; a Milton do Ó, aos 23 minutos; a Ricardo Nascimento, aos 73 minutos; a Delfim, aos 80 minutos; Cartão vermelho directo a Anderson Polga, aos 58 minutos.

MARCADORES: 1-0, por Tonel, aos 4 minutos; 2-0, por Izmailov, aos 24 minutos; 3-0, por Yannick Djaló, aos 28 minutos; 3-1, por Pinheiro, aos 60 minutos, de grande penalidade.

sábado, agosto 23, 2008

DI MARIA VALE OURO

JOGOS OLÍMPICOS, Final Masculina

Argentina 1-0 Nigéria
(Di Maria)



Venceu a lógica. A Argentina sagrou-se esta manhã campeã olímpica depois de vencer pela mínima a Nigéria, uma selecção que deixou uma excelente imagem ao longo de todo o torneio e vendeu muito cara a derrota frente à formação alviceleste. Di Maria foi, no meu entender, a grande figura deste jogo. Marcou o único golo e foi sempre importante quer a defender quer a sair para o contra-ataque. Se dúvidas existissem, o jovem jogador do Benfica fez questão de demonstrar mais uma vez todo o seu valor. No meio disto tudo, apesar da contrariedade que foi para o Benfica o facto de ter perdido Di Maria em toda a pré-temporada e também na primeira jornada do campeonato, fica a sensação que até foi bom para o clube esta ida a Pequim do miudo já que este sai de lá com mais uma boa experiência e, essencialmente, com o seu passe francamente valorizado.
Se Di Maria foi o MVP desta final, que dizer das prestações de Lionel Messi ao longo de toda a prova. É impressionante a qualidade e a capacidade de drible e leque de soluções que este atleta tem. Na minha opinião, de longe, de muito longe, o melhor jogador destes jogos olímpicos. Não vai seguramente chegar para conquistar o título de melhor jogador do Mundo - esse pertence a Ronaldo - mas vai, talvez, ajudar muita gente a escolhê-lo em detrimento de Kaká.

Para quem não viu ou mesmo para quem viu, vejam ou revejam o golo que valeu o Ouro:




PS: "Maria rima com categoria" diz o comentador e muito bem...

quinta-feira, agosto 21, 2008

Amigável: Estreia de Queirós com goleada


Portugal 5-0 Ilhas Faroe
(Carlos Martins, Simão, Duda, Bruno Alves, Nani)




A estreia de Queirós no comando técnico da nossa selecção marca o regresso do blog após um período de férias. Para quem, como eu, esteve umas boas semanas sem ver futebol, nada melhor que regressar com um agradável jogo da nossa selecção, independentemente de sabermos que, do outro lado, estava uma equipa praticamente amadora.

Antes de mais, é sempre bom voltar a ver a nossa selecção ser treinada por um português. Então, treinada por Carlos Queirós, melhor ainda. Sinceramente, estava farto de Scolari. Para além de ser uma pessoa mal formada e mal educada, deixa muito a desejar como treinador ao nível técnico-táctico. Naturalmente que tem as suas qualidades mas os defeitos desse individuo são, para mim, intoleráveis para uma personagem que deveria defender os interesses de todos os portugueses. Ainda a respeito de Scolari, desejo-lhe a pior sorte do Mundo no Chelsea, isto mesmo sabendo que, mais uma vez, teve a felicidade de ver a sua vida facilitada pelo facto de haver dedo de Mourinho (tal como houve no Euro2004).

Falando objectivamente do presente e da selecção de Queirós, confesso que fiquei maravilhado com o que vi. As diferenças entre esta selecção e a selecção de Scolari são ou foram enormes. Sim, é verdade que foi contra uma equipa fraca que praticamente se limitou a defender. Contudo, quando digo que fiquei muito satisfeito com o que vi, não me refiro unica e exclusivamente ao resultado. Aliás, esse, no meu ver, é o que menos interessa dado à valia do opositor. Mas, ainda assim, não deixa de ser interessante ver que a nossa selecção voltou às goleadas, algo que praticamente não vi no tempo de Scolari. E se a isto juntarmos o facto de não ter havido Cristiano Ronaldo, creio que não é preciso dizer muito mais.

Em somente três dias à frente da selecção, Queirós conseguiu trazer muitas coisas que, infelizmente, não vimos no passado. A palavra que melhor define aquilo que o ex-adjunto de Ferguson fez nestes últimos dias é simples: TRABALHO. Sei que há muita gente que admira Scolari por tudo aquilo que o mesmo fez por Portugal. Agora, gostaria de ouvir alguém negar aquilo que passo a referir com toda a segurança e certeza: Scolari não mostrou rigorosamente nada nos "milhares" de jogos de preparação que fez. Recordo-me das boas prestações frente ao Brasil (talvez outros valores se tivessem levantado) e pouco mais. Está mal. Estes jogos, mesmo que contra equipas deste calibre, servem para muita coisa. Felizmente, Queirós é entendido na matéria e fez questão de nos mostrar pormenores que antes não nos foi possível verificar. Vamos por pontos:

1. O regresso de Quim à titularidade. Acabou-se a teimosia e isso é bom para todos nós. Neste momento, as redes nacionais deixaram de ser vistas como um problema.

2. Antunes como lateral esquerdo. Independentemente de não nutrir grande admiração por este jogador, creio que Queirós fez bem em testá-lo para ver aquilo que o mesmo pode trazer. Parece-me mais crescido mas ainda tem muito para crescer. Passou no teste.

3. Hugo Almeida na frente. Sempre defendi que se não fosse Cristiano Ronaldo, a aposta deveria fixar-se em Hugo Almeida, um jogador forte fisicamente e com argumentos dentro da área. Com os extremos que temos e com as constantes apostas na súbida de Bosingwa, é essencial termos um ponta de lança que dê seguimento aos lances quer no chão quer nas alturas. Parece-me que Hugo Almeida é uma boa solução.

4. O regresso de Manuel Fernandes. Eu sei que tem um feitio complicado mas a verdade é que é um jogador fabuloso. Defendi a sua chamada ao Europeu e, provavelmente, teria dado muito jeito, especialmente no jogo contra a Alemanha em que Moutinho se lesionou.

5. Vimos Fernandes no meio; vimos Carlos Martins (em grande forma); vimos Danny a fazer de Deco (boa ideia, o garoto tem valor); Almeida na frente; Duda como extremo esquerdo (um jogador diferente de Simão mas com experiência e com qualidade); Pepe a fazer de médio box-to-box (!); enfim, muitas experiências, algumas boas ideias e muitas elações positivas a retirar, ainda que com a subjectividade pelo facto do outro lado estar uma equipa fraquíssima.

6. Por último, a tal prova de que em dois ou três dias é suficiente para se mostrar que se trabalha: as bolas paradas. Com Scolari, tinhamos os cantos sempre marcados ao primeiro poste e sem qualquer tipo de perigo e os livres laterais eram sempre executados por Deco que, literalmente, enviava a bola para o "barulho". Agora, com Queirós, tivemos oportunidade de ver Simão a bater livres laterais "à Camacho", vimos um canto em que Deco bateu propositadamente para a entrada da área a solicitar o remate de Carlos Martins (deu golo no seguimento da mesma); vimos por exemplo uma outra situação em que Carlos Martins apareceu do nada no bico da área e jogou curto para Deco... ou seja, poucos dias mas já muitas pinceladas de Queirós nesta selecção.

Por tudo isto e muito mais, confesso que fiquei impressionado com o que vi, ainda por mais sabendo que estamos em plena pré-temporada e em que os jogadores não estão particularmente motivados em dar o máximo num jogo particular e frente a uma equipa que não tem a menor qualidade. As experiências foram muito boas, o resultado foi excelente, o grupo respondeu bem e, assim sendo, resta-me acreditar que finalmente vamos ter alguém que exprema ao máximo a valia dos nossos jogadores. Sim, eu sou daqueles que acredito que temos matéria para ombrear com qualquer selecção do Mundo. E acredito que Carlos Queirós, ao contrário de outros, não se dê por satisfeito por chegar a oitavos ou quartos de final de um Campeonato da Europa ou Mundial.

quarta-feira, agosto 13, 2008

FÉRIAS

O BLOG encontra-se em período de férias. O regresso está previsto para a próxima semana. Esperamos voltar ao ritmo habitual lá para o início do campeonato nacional.

Até breve!