quinta-feira, junho 28, 2012

FOI PENA


Fizemos e demos tudo perante a melhor selecção do Mundo. Caímos de pé mas fomos grandes, muito grandes mesmo.
Contrariamente àquilo que vimos no Mundial, neste jogo ficámos com a sensação de que realmente podiamos ter vencido a Espanha. Faltou-nos não só uma pontinha de sorte como também algo que é fundamental numa meia-final de uma competição desta envergadura: banco. Tivesse Paulo Bento um banco da qualidade do de Del Bosque e estou convencido que a história do jogo teria sido diferente. Faltou-nos um Witsel para render o desgastadíssimo Meireles, um Carrillo para render o apagado Nani e um Wolfswinkel para segurar na frente e forçar as costas dos centrais. Não deu para expremer mais mas ficou demonstrado de que deste lado também há valor.

Todos os jogadores estão de parabéns mas há nomes que merecem um destaque especial:

- Rui Patrício: ao longo deste europeu mostrou algum desconforto em sair dos postes mas entre os mesmos esteve ao seu melhor nível. Se chegámos às penalidades, temos também de agradecer ao jovem guarda-redes leonino que efectuou duas paradas de enorme nível no prolongamento. Sai deste europeu mais valorizado.

- Pepe: impecável em todos os jogos. Um verdadeiro líder, provando em toda a linha o porquê de ser um dos três melhores centrais do mundo.

- Coentrão: voltou a ser o Fábio do Benfica e aquele que lhe valeu o salto para Madrid. Correu que se fartou e, para além da habitual qualidade a atacar, conseguiu, desta feita, ser também fundamental nas acções defensivas.

- Miguel Veloso: talvez tenha feito o seu pior jogo neste Europeu mas também teve pela frente um meio-campo adversário muito móvel e que o obriga a correr muito e a ter pouca bola para sair a jogar, algo que Veloso é particularmente bom. Ainda assim, fica a imagem de um Miguel Veloso adulto, inteligente a gerir esforços e muito efectivo sob ponto de vista táctico. Jogar em Itália tem destas coisas e certamente que Veloso cresceu muito desde que chegou ao Génova.

- Moutinho: para mim, o melhor jogador português neste jogo e porventura a unidade mais em todo o europeu. Encheu o campo completamente. Não merecia a penalidade falhada mas certamente que esse momento menos positivo em nada blisca tudo aquilo que de bom fez na Polónia e na Ucrânia.

- Ronaldo: teve pouco espaço neste jogo mas não baixou os braços e nunca virou a cara à luta. Ganhou faltas, roubou amarelos e teve nos seus pés algumas das melhores oportunidades do jogo. Depois de uma temporada tão desgastante no seu clube, conseguiu ainda provar neste Europeu que também é útil à sua selecção e que jamais coloca em primeiro plano os seus interesses pessoais. Foi, é e será sempre enorme o nosso Ronaldo e, para mim, é um grande orgulho poder ver um dos melhores jogadores de sempre ao serviço da nossa selecção.

Para terminar, uma palavra para Paulo Bento. Admiro-o muito e não me surpreendeu o trabalho que realizou neste Europeu. Podem ver em posts antigos que sempre o defendi e em que acreditava que tinha o conhecimento e a mão-de-obra necessárias para fazer um bom trabalho. Deu chapadas de luva branca a muito e boa gente e esse é o melhor elogio que se lhe pode fazer.
Neste jogo em particular, talvez pudesse ter mexido um pouco mais cedo mas, de certa forma, percebi as suas ideias. Nani é um jogador que pode resolver a qualquer momento e Meireles estava desgastado mas é um jogador muito experiente e habituado à pressão deste tipo de jogos (Viana e Micael não têm a mesma rotação e experiência). Como tal, tentou forçá-los o máximo de tempo em campo. Tivesse Bento Pedro, Navas, Cazorla, Torres ou Fabregas no banco e vos garanto que o nosso seleccionador teria mexido mais cedo.

Ponto final nas nossas aspirações, agora que vença a Itália.

quinta-feira, junho 14, 2012

VAMOS


No bom caminho. Poucos acreditavam que Portugal chegasse ao último jogo do grupo com a possibilidade de até poder perder frente à Holanda e seguir em frente mas a realidade é que a equipa tem feito um bom percurso no Euro e está a um pequeno passo de fazer um grande feito: seguir em frente num grupo onde militam Alemanha e Holanda. 

Neste jogo deu-me a ideia que Ronaldo está algo desgastado em virtude da enorme época que realizou. No meu entender, é algo perfeitamente natural. Como tal, custa-me ver portugueses a deitarem abaixo o nosso melhor jogador. Falhou um golo fácil e podia ter feito mais numa ou noutra ocasião mas daí a meter em causa o seu valor e a sua vontade em triunfar pela nossa selecção, acho que vai uma grande distância. Mesmo não estando na sua melhor forma, eu sou daqueles que acredito sempre nos melhores e, nesse sentido, tenho sempre a esperança que o Cristiano resolva. 

Uma das grandes sensações desta equipa tem sido Miguel Veloso. No meu entender, fez dois belos jogos. Disponível fisicamente, tem tido a inteligência de pautar o jogo, pressionar alto sempre que possível e auxiliar muito bem os centrais em momentos defensivos. Tem-lhe faltado apenas uma maior disponibilidade para fechar as alas, nomeadamente o lado esquerdo onde se é sabido que Coentrão sobe muito e que Ronaldo não acompanha o lateral.

De resto, os centrais muito bem, Coentrão a um bom nível, Moutinho e Meireles muito bem nas acções defensivas mas pouco expressivos nos momentos ofensivos e Nani muito disponível no flanco direito. Depois, João Pereira e Postiga (pese o golo) a mostrarem que são os elos mais fracos desta equipa e Varela a mostrar que, para este tipo de competições e frente a este tipo de equipas, é francamente mais útil do que o popstar Ricardo Quaresma. 

Será uma última jornada dramática mas, sinceramente, acredito que seguiremos em frente. Força Portugal.