Muito interessante este Mundial. Gosto sempre de seguir com atenção este tipo de competições porque há sempre muito talento no ar e jovens desconhecidos com imensa vontade de se mostrarem ao mundo.
Apesar de ainda estarmos numa fase muito embrionária da competição, há equipas e jogadores que se começam a destacar. Na primeira linha, como seria expectável, a Espanha, grande favorita à conquista do troféu. Um pouco à imagem dos sub-21. Competência na posse de bola e na ocupação dos espaços, inteligência na gestão dos ritmos de jogo e irreverência no ataque com, neste caso, dois jogadores já bem conhecidos: Jesé Rodriguez (Real Madrid Castilla) e Gerard Deulofeu (Barcelona B).
Se nomes como Jesé, Deulofeu, Pogba (jogador dispensado pelo United e que, por esta altura, estaria a disputar um lugar no onze do conjunto inglês) ou Bruma dispensam apresentações, outros nomes há que merecem efectivamente destaque aqui no Mundo da Bola. A saber:
O CRAQUE:
Oliver Torres (Espanha/Atlético de Madrid)
- O "mini-Iniesta". É daqueles jogadores que não engana. Terá um enorme futuro pela frente. Não se deixem enganar pela sua baixa estatura e fragilidade sob ponto de vista físico. Quando a bola chega a seus pés, sabe sempre como definir. Em termos técnicos, um primor. Fintas curtas e cabeça sempre levantada para lançar o último passe. Depois de Iniesta, haverá espaço para Isco e mais tarde para Oliver.
LE PETIT BEN ARFA:
Florian Thauvin (França/Bastia)
- Mais um esquerdino adaptado ao lado direito do ataque. Thauvin, apesar de apagado neste último jogo frente à Espanha, mostrou nos outros dois jogos do grupo que é o jogador mais talentoso em campo da França. Não é um jogador muito veloz mas consegue ser rápido com a bola nos pés. Além disso, é muito forte no 1-para-1, sendo que tem a virtude de tanto fugir para dentro buscando o seu melhor pé como de fintar rumo à linha de fundo. A seguir com atenção, sobretudo em jogos a eliminar.
NA LINHA DE PIZARRO:
Bryan Rabello (Chile/Sevilha)
- Todo o futebol do Chile passa pelos seus pés. Mais um menino morfologicamente frágil mas com um talento nos pés tremendo. Não é por acaso que já joga em Espanha e numa das melhores equipas do país.
Acima de tudo, fortíssimo nas variações de jogo e no último passe. Assim de repente, compará-lo-ia a João Moutinho. Não é um finalizador, muito menos se destaca pela sua meia-distância mas aporta ao meio-campo chileno qualidade de passe e tranquilidade nas transições defesa-ataque.
ATAQUE CROATA DE RESPEITO:
Marko Livaja (Croácia/Atalanta/Inter)
- Um autêntico touro no ataque croata. É uma espécie de "faz-tudo". Tanto é capaz de aparecer em zonas de finalização como de cair nos flancos, explorando a sua capacidade de choque e qualidade técnica. Marcou um golo fácil frente ao Uzbequistão mas a qualidade demonstrada foi muito para lá desse momento específico. Acima de tudo, demonstra maturidade futebolística, talvez adjacente ao facto de já estar a competir a um bom nível num campeonato como o italiano. Um belo jogador.
Ante Rebic (Croácia/Split)
- Quem também me chamou a atenção neste último jogo da Croácia foi o extremo direito Rebic, outro esquerdino a actuar nessa posição. Muito forte também ele sob ponto de vista físico e mostrando alguns pormenores técnicos de qualidade. A rever.
