quinta-feira, novembro 21, 2013

PARABÉNS PORTUGAL

Eu sou daqueles que mereço festejar a ida de Portugal ao Mundial. Sempre estive com eles nos bons e nos maus momentos. Mesmo não estando de acordo com algumas opções de Paulo Bento (o que é normal), sempre o defendi e sempre o achei capaz de levar os nossos meninos ao objectivo.

Com maior ou menor dificuldade, conseguimos o tão desejado ingresso para o Mundial, após um jogo épico de Cristiano Ronaldo. Para mim, a melhor exibição que vi um português fazer ao serviço da nossa selecção. 

Provavelmente não temos a melhor selecção do mundo mas temos Cristiano Ronaldo e temos um espírito de grupo fantástico. Volto a repetir, parabéns ao Paulo Bento porque, mais uma vez, mostrou que está ali para ajudar a selecção e não servir-se dela. Pensa pela sua cabeça e não cede a pressões de clubes ou de dirigentes.

PS: Comparar Ribery com Ronaldo para a bola de ouro é brincadeira. Se estamos a falar de um prémio individual, por que carga de água é que se tem de olhar primeiro para os títulos conquistados? Olhem mas é para os números e vejam a diferença abissal entre eles. 

segunda-feira, novembro 11, 2013

DERBY

Apesar de não o ter visto na sua totalidade, não posso deixar de tecer algumas considerações sobre o mesmo.

Já muito foi dito e escrito. Partilho a opinião da generalidade. O jogo foi excelente porque teve golos, emoção, imprevisibilidade no resultado e talento puro à solta, isto apesar de nem sempre ter sido bem jogado por parte a parte. Além disso, ambas as equipas mostraram aquilo que de melhor e pior tem sido detectado pelos seus adeptos: claramente melhores a atacar do que a defender.

Sobre o árbitro, naturalmente que errou. Ainda que os casos do jogo sejam praticamente todos eles de difícil análise para quem tinha de decidir no momento e sem recurso a repetição, não podemos branquear tal situação e, como tal,  há que dizer que houve claro benefício a favor da equipa da casa e é pena porque ambos os conjuntos e respectivos adeptos mereciam ter tido um juiz à altura.

Olhando para o Sporting. Se no dragão esperava mais, na Luz esperava menos do que mostraram. A começar no seu treinador que revelou audácia na forma desinibida com que entrou no jogo e, mais significativo, na maneira como mexeu na equipa em busca da igualdade. Sem qualquer tipo de problemas, mandou um puto às feras e lançou um segundo avançado em detrimento de um médio. Bem sei que era um jogo a eliminar mas fica bem um treinador ter esta coragem.

O melhor deles? A atitude, o acreditar que era possível mudar o cenário negativo da primeira parte, a classe de Montero, a raiva de Adrien e a irreverência de Mané.

O pior? A defesa. Muitos erros. A começar logo no primeiro golo. Tive um treinador nos juniores que me ensinou uma coisa muito simples. Nos livres, a barreira nunca mas NUNCA deve saltar. Os jogadores devem, isso sim, meter-se em bicos de pés. Quem conseguir ter o mérito de fazê-la (a bola) passar por cima e colocá-la na gaveta, muito bem. Por baixo nunca pode passar.
Depois, aquela dupla de centrais. Más decisões, entradas fora de tempo, maus posicionamentos. Já não é de hoje. O grande calcanhar de aquiles dos leões. 


Olhando para o Benfica. Depois de um jogo tremendamente desgastante na terça-feira, foi boa a resposta sob ponto de vista físico e mental. O trio do meio-campo voltou a dar sinais muito positivos e a transmitir ao treinador de que este novo sistema tem pernas para andar. Depois, lá na frente, as individualidades resolveram. Gaitán e Cardozo mostraram aquilo que quase sempre acontece neste tipo de jogos: quando há equilibrio a meio-campo e quando as tácticas se anulam mutuamente, tem de ser um rasgo de génio a fazer a diferença. Neste jogo, foi Cardozo a estrela, sendo que Nico, como é seu hábito neste tipo de jogos, esteve fantástico também.

O melhor? Os quatro golos, o equilibrio no meio-campo, a mobilidade e criatividade ofensiva, a superação física depois de um jogo de grande intensidade durante a semana e o facto de se ter terminado uma partida com 5 portugueses.

O pior? Mais dois golos sofridos de bola parada, a lesão de Rúben Amorim e a habitual dificuldade em controlar resultados já que a equipa não está formatada para recuar linhas e defender. Houve mérito do Sporting no segundo tempo mas fiquei com a ideia de que se podia ter feito mais qualquer coisa nesse periodo de jogo. 

sábado, novembro 09, 2013

11 PARA HOJE

Para mim era assim:

Artur ou Oblak (acredito que não seja o jogo ideal para lançar o puto mas se jogar terá toda a minha confiança)

André Almeida (Capel é especialista a sacar faltas a Maxi. Precisa-se alguém inteligente neste sector)

Luisão 

Garay

Sílvio (esteve bem durante a semana e além disso não sei como está Siqueira. Para lhe dar confiança e mostrar que o trabalho realizado na Grécia foi do agrado do treinador, nada melhor que o manter no onze)

Matic

Enzo

Rúben (muito embora tenha vontade de ver o big three (Nico+Marko+Djuri) num jogo destes, optava pela segurança numa primeira fase)

Gaitán

Markovic

Cardozo (caso não recupere, joga o Lima sem problemas)

Palpite: 2-1

quinta-feira, novembro 07, 2013

GAITAN VS CARRILLO

Vem aí o derby onde, normalmente, são as individualidades que decidem. Nomes como João Vieira Pinto, Jardel, Isaias, Liedson, Pablo Aimar, Acosta, Cardozo ou Balakov são exemplo disso mesmo. 
Para este encontro, olha-se para a referência do ataque de ambos os conjuntos e sente-se que Cardozo (?), Lima ou Montero têm valor mais do que suficiente para decidir. Todavia, dificilmente será pelos seus dribles fantásticos ou correrias desmedidas (se bem que Montero tem pormenores de verdadeiro génio) que os iremos ver a festejar. Nesse sentido, vejo-me obrigado a olhar para as alas de Benfica e Sporting para detectar o verdadeiro talento destas equipas. Mesmo não havendo Sálvio, haverá um derby com três jogadores daqueles que eu adoro e que são capazes de, num momento de pura inspiração, mudar o rumo de um jogo: Gaitán, Markovic e Carrillo. 

Ora, se o nome de Markovic é mais ou menos consensual entre os adeptos, já os de Nico Gaitán e de André Carrillo dividem completamente os sócios e simpatizantes dos respectivos conjuntos. Como se costuma dizer, ou se ama ou se odeia. Como era com Pedro Barbosa. Ou Di Maria. 

Hoje Gaitán, comparativamente a Carrillo, já ganhou mais crédito entre os adeptos. O facto de jogar com mais regularidade também ajuda. No entanto, continua a ter falhas ao nível da atitude e sobretudo em questões defensivas onde muitas vezes se esquece de marcar. Já Carrillo, tem os mesmos defeitos de Nico a defender e a atacar parece muitas vezes ligar o complicador. Porém, em dia sim é capaz de arrancar jogadas do outro mundo, muito por culpa da sua velocidade e capacidade técnica.

Olho para estes dois atletas e, com as devidas distâncias, rapidamente me fazem lembrar os meus tempos de jogador. Não tinha a velocidade do peruano e muito menos o pé esquerdo do argentino. Tinha, isso sim, qualidade técnica e a face da moeda virava-se sempre que se passava de uma situação defensiva para ofensiva e vice-versa. Recordo-me de ter tido um treinador muito rigoroso defensivamente e que, sendo eu um "8" ou um "10", me amarrou a um flanco pois entendia que eu no meio não dava as garantias necessárias sob ponto de vista defensivo. Isso limitava o meu jogo, a minha confiança e o facto de jogar num flanco e me sentir pressionado por estar, grande parte do tempo, perto do banco e mais sujeito à critica, fazia com que acabasse certos jogos com inúmeros disparates e tomadas de decisão absolutamente surreais.
De uma época para a outra, deu-se a mudança de treinador e passei a jogar com total liberdade e sem grandes preocupações defensivas. Mesmo não sendo um avançado, fui o melhor marcador da equipa com 26 golos. Para um médio não me parece mal.

Isto tudo para dizer também que muitas vezes são os próprios adeptos ou o próprio treinador que condicionam um jogador. Há atletas mais fortes mentalmente que outros e há pessoas que lidam melhor com a pressão. No caso de Carrillo, não me parece que os assobios e a irregularidade na sua utilização o ajudem. Este ano, contrariamente aos anteriores, o peruano parece contar com um treinador que acredita nele e que lhe dá mais minutos. Ainda se notam oscilações no seu futebol mas já se vê um jogador mais determinado e até com mais atitude em campo. Estou convencido de que Jardim vai fazer de Carrillo um jogador ainda mais forte e um caso sério no nosso futebol. Como Jesus fez com Di Maria, por exemplo. Quando o talento existe, às vezes basta um clique. Um grande jogo num derby pode fazer a diferença. E se há alguém com capacidade para resolver derbies, são estes meninos prodigios, dotados de uma capacidade técnica acima da média.

quarta-feira, novembro 06, 2013

E TUDO ROBERTO LEVOU


Foi pena. Um jogo completo por parte do Benfica, com circulação de bola, jogadas pela esquerda e pela direita, incorporação dos laterais no ataque, ocasiões de golo, pressão alta, tranquilidade defensiva, enfim, tudo aquilo que um treinador pode pedir. Faltou efectivamente o golo. 

Não estou de acordo com aqueles que dizem que as vitórias morais não valem nada. Este jogo, apesar de apresentar um resultado profundamente negativo, poderá servir como de click para o resto da temporada. E há muita coisa positiva a extrair deste encontro:

1. O sistema táctico. Depois desta bela exibição, o 4x3x3 poderá ganhar outra vida na cabeça de Jesus. Rúben Amorim trouxe outro equilibrio ao meio-campo e permitiu aos extremos (Gaitán e Markovic) estarem mais preocupados em fazer aquilo que realmente são bons: atacar. 

2. A importância de Markovic. A equipa encarnada, com este jogador, ganha outra dimensão ofensiva. Não estou de acordo com aqueles que dizem que este rapaz só rende ao meio. A prova está que é fortíssimo naquelas diagonais em direcção à baliza e, além disso, oferece velocidade aos flancos. É uma espécie de Ronaldo, isto é, no futuro será muito forte a finalizar mas é a partir da faxa que se envolve nas acções ofensivas da sua equipa.

3. Será este o verdadeiro Sílvio? Finalmente um bom jogo do português. Na esquerda, local onde mostrou serviço no Rio Ave. É curioso que, hoje por hoje, o Benfica necessita mais dele à direita. Ainda assim, são boas noticias para Jesus e, espero, más para Bruno Cortez.

4. Djuricic. Peço a todos os benfiquistas que não descartem este jogador. Ainda ontem mostrou em certos pormenores de que há ali algo de muito interessante. Quem sabe possa vir a ser um dos grandes beneficiados da (eventual) mudança de sistema. É um jogador que precisa de bola e de ter tempo para pensar o jogo. Não me parece que o possa fazer com critério de costas para a baliza e colado ao ponta-de-lança.

5. Talento. É curioso que ontem Carlos Daniel e Manuel José, no programa Grande Área, tocaram no ponto onde eu já tinha tocado em relação ao Porto. Há falta de talento do meio-campo para a frente. Depois fizeram alusão a Markovic e Gaitán. É isso mesmo. O Benfica tem jogadores que podem resolver jogos. Com uma melhor organização defensiva, com mais posse de bola e com uma melhor interligação nos sectores, esta equipa pode efectivamente explodir. Como já o mostrou no passado, de resto. 

Não será um drama a eventual ida do Benfica para a Liga Europa. A frio, teremos de ser sinceros e dizer que um eventual segundo lugar no grupo, embora muito bom sob ponto de vista financeiro, dificilmente auguraria algo de fantástico para os oitavos de final. Ao invés, a "despromoção" para a liga dos pobres trará à equipa reais esperanças em atingir uma nova final europeia. E os adversários, se encontrarem este Benfica, vão ver-se gregos para vencer. 

terça-feira, novembro 05, 2013

DECISIVO

O Benfica joga hoje na Grécia a sua continuidade na champions. Aquilo que teoricamente seria um resultado positivo (o empate), depois do mau resultado na última jornada e da vitória conseguida pelo Olympiakos na Bélgica, passou a ser considerado um ponto que dificilmente dará apuramento. Nesse sentido, tornar-se-á imperial vencer e, para isso, Jesus terá obrigatoriamente de montar uma equipa com expressão ofensiva.

Como jogaria eu? Qualquer coisa como isto:

Artur, André Almeida, Luisão, Garay, Siqueira; Matic, Enzo, Rúben; Nico, Markovic e Cardozo.

Uma espécie de 4x3x3 sendo que o Rúben poderia muitas vezes fazer de falso médio direito, fazendo com que Markovic ocupasse uma posição mais central. 

A outra hipótese - mais audaz - seria a inclusão de Djuricic no onze em detrimento de Amorim. A equipa perdia músculo no miolo mas ganhava qualidade técnica no último terço e alguém com qualidade de último passe. Apesar de ainda não ter mostrado grande coisa, estou convencido de que este jogador tem muito potencial e poderá ainda ser uma peça valiosa para esta equipa.

Lima ou o próprio Ivan Cavaleiro (acredito menos) poderão também ser novidades no onze de Jesus, muito embora não creio que as ideias do mister passem por aqui. Uma coisa é certa, Ola John à parte, creio que haverão soluções bem interessantes no banco para o que der e vier.