sexta-feira, fevereiro 28, 2014

ADIVINHA QUEM VOLTOU



Cedo se percebeu que estava em campo um jogador diferente de todos os outros. Sempre que a bola lhe chegava aos pés, o ritmo de jogo aumentava, a qualidade era notória e o aroma do seu perfume fazia sentir-se de forma mais intensa. Em jogos mornos e frente a rivais competentes mas francamente ao alcance, é sempre bom ter no terreno alguém com a classe e o virtuosismo de Nico Gaitán. Marcou um belo golo e abriu o livro com jogadas e pormenores de pura magia. Saúde-se, pois então, o seu regresso.

Por falar em regressos, que bom que é ver Sálvio e Cardozo em condições de iniciar uma partida. Sobretudo o argentino, é fantástica a forma como já se dá ao jogo e procura os lances de um-para-um com o à-vontade que sempre nos habituou. Ainda lhe falta ritmo mas, para já, contagia a maneira alegre e desinibida com que se apresenta. Com estes dois atletas, a rotação de Jesus, para além de mais fácil, ganha contornos luxuosos.

Tirando um "tremelique" de Artur, tivemos mais uma partida tranquila, com golos marcados (mais uma obra de arte do mini-Messi) e nenhum sofrido. A juntar a tudo isso, nova revolução no onze e o plantel unido e feliz da vida. Vem aí o Tottenham, adversário perigoso mas que não vive um grande momento. A prioridade é o campeonato mas, muito sinceramente, qualquer onze que Jesus venha a introduzir frente aos Spurs dar-me-á esperanças na eliminatória.

Num jogo em que Nico foi o MVP, Rúben controlou o meio-campo e a dupla Marko-Lima foi importante para desbloquear o encontro, deixo também uma nota de destaque para Djuricic que, a espaços, mostrou pormenores de grande qualidade. Quem sabe não poderá vir daqui a "revelação" na próxima eliminatória.

quarta-feira, fevereiro 26, 2014

VERGONHA

Não vi o "meu" United e, pelos vistos, não perdi nada. É uma vergonha este plantel, é inacreditável como este tal de Moyes não coloca sequer o lugar à disposição. Não é preciso ir ao mercado. Está tudo bem.

Gostaria de acreditar que em Old Trafford irá haver "remontada" mas, muito honestamente, não estou a ver esse cenário. E mesmo que tal aconteça, não sei o que é que estes rapazes irão fazer para os quartos. Desiludido, tremendamente desiludido.

terça-feira, fevereiro 25, 2014

Ainda o jogo de ontem...


Mais uma vitória, mais um jogo sem sofrer golos. A pressão começa a fazer-se sentir mas a verdade é que a equipa soube não só controlar o encontro como também aproveitar a qualidade que tem nos seus jogadores ofensivos. 

Sobre essa mesma pressão, transmito-vos apenas uma situação que se passou comigo. Uma coisa é ter a pressão de ganhar juntamente com outras pessoas/equipas, outra coisa é ter essa mesma pressão porque se é o principal candidato a vencer. No snooker, já tive essa mesma experiência. Já entrei em torneios com muitos candidatos a ganhar e consegui vencer e também já me aconteceu ter participado em competições onde era claramente o grande favorito e acabei por não só ser eliminado frente a jogadores mais fracos como inclusivamente sentir-me bem mais pressionado do que frente a pessoas superiores a mim. E é isso que o Benfica vive neste momento. Uma coisa é "dividir pressões" com Porto e Sporting, outra coisa é ser-se unanimemente considerado o principal favorito e até ter a obrigação de triunfar face ao poderio do plantel e aos acontecimentos passados. Esperemos que a equipa saiba aguentar.

Destaques:

Oblak: algumas dificuldades a jogar com os pés mas que em nada bliscam a sua competência. Mostrou presente a um remate cruzado de Mazzou.

Sílvio: melhor no jogo da Grécia. Desta feita não esteve tão sincronizado com os outros elementos da defesa (nomeadamente nas situações de fora de jogo) e a atacar não acrescentou nada de especial.

Siqueira: mais apagado em termos ofensivos do que é habitual. Porém, esteve competente a defender e é isso que primeiro se exige a um defesa.

Fejsa: um dos melhores em campo. Falhou alguns passes mas apagou fogos e roubou muitas bolas. 

Enzo Perez: melhor na segunda parte mas, no geral, muito apagado. O ritmo foi baixo, a equipa não produziu tanto ofensivamente e isso deveu-se muito à "ausência" do argentino.

Rodrigo: bem melhor que Lima. Mostrou-se muito ao jogo e os seus passes revelaram-se decisivos. Apesar de por vezes algo complicativo, a verdade é que revela boa forma física e uma maior confiança no seu jogo.

Lima: completamente ao lado do jogo. Não concordo com certas movimentações do brasileiro. Percebo a mobilidade mas acho-a excessiva. Sai muitas vezes do centro para as linhas e retira espaço aos alas. Naturalmente que depois não está na área para finalizar. Necessita de mais confiança.

MVP: Markovic. Sou fã deste menino. Este tipo de jogos ganham-se com desequilíbrios individuais. Nesse sentido, é importantíssimo que as equipas grandes tenham jogadores tecnicamente evoluídos. Marko não é evoluído, é um super craque. Não engana, meus amigos. 

Equipa em forma, jogadores alegres e concentrados, treinador competente e consciente das dificuldades que ainda hão-de surgir. Gosto.

segunda-feira, fevereiro 24, 2014

BENFICA 1-0 VITÓRIA DE GUIMARÃES

ANTOLOGIA SEM NOTA ARTÍSTICA




O título desta crónica pode parecer antagónico, mas não o é. Expliquemos: o Benfica venceu, esta noite, o V. Guimarães, por 1-0, com um golo de antologia de Lazar Markovic (onde é que vai parar este menino de apenas 19 aninhos?...), num jogo em que a nota artística foi das mais baixas de toda a temporada.
Porém, e nesta altura da época, os adeptos desejam ardentemente pontos e não exibições de gala. Foi precisamente o que fez o Benfica diante dos minhotos.
Sabendo de antemão que o FC Porto havia perdido na receção ao Estoril, os comandados de Jorge Jesus tinham pela frente uma grande hipótese de aumentar para 7 pontos a vantagem sobre os dragões, mantendo, além disso, o avanço de 5 pontos relativamente ao Sporting.
Talvez por essas razões as águias tenham preferido um jogo mais seguro, deixando de lado o futebol mais rendilhado. Mas a exibição menos conseguida do Benfica não pode ser dissociada da disciplina tática do adversário. Rui Vitória percebeu muito bem de onde vinha o maior perigo – dos passes curtos nas entrelinhas que os encarnados costumam realizar e, assim, abrir buracos nas defensivas contrárias -, e com a colocação de Leonel Olímpio e André Santos à frente do quarteto defensivo conseguiu, por diversas ocasiões, anular a manobra ofensiva do líder do Campeonato.
A juntar à ausência do castigado Nico Gaitán (Garay e Cardozo, ambos a recuperar de lesões, foram convocados mas acabaram por ficar de fora dos 18), e com Enzo Pérez menos ativo do que habitual, coube a Lazar Markovic, desde muito cedo, tentar desbravar o caminho para a baliza de Douglas. O jovem sérvio, tão inteligente quanto rápido, fugiu muitas vezes do flanco direito (onde tinha marcação cerrada de David Addy) para procurar zonas centrais e foi precisamente no meio que… esteve a virtude. Cinco minutos antes do intervalo, e depois de uma excelente assistência de Rodrigo, o prodígio dos balcãs, na cara de Douglas, picou, com um pormenor (ou pormaior?...) só alcance dos predestinados, a bola sobre o guardião brasileiro e depois só teve que encostar para, assim, inaugurar o marcador.
Com a vantagem no bolso, o Benfica preferiu, durante toda a segunda parte, tentar controlar o jogo – pese embora tenha disposto de algumas situações para aumentar a vantagem (a perdida de Lima é de bradar aos céus…) - mas, verdade seja dita, o conjunto encarnado esteve longe da qualidade de outras partidas. Por isso, o V. Guimarães, que continuou sempre muito organizado, acreditou sempre que podia fazer uma gracinha no Estádio da Luz, mas Maazou e companhia, pese embora alguns calafrios que causaram à defensiva benfiquista, nunca colocaram verdadeiramente em causa um triunfo justo, que oferece ao Benfica uma posição altamente privilegiada para conseguir recuperar o título de campeão nacional.

Jorge Jesus já afirmou publicamente que irá dar prioridade ao Campeonato, relegando para segundo plano tanto a Liga Europa como a Taça de Portugal e a Taça da Liga, mas a verdade é que o técnico encarnado tem ao seu dispor um plantel que lhe permite encarar o resto da época com uma enorme dose de tranquilidade e até entusiasmo. Caso, para os lados da Luz, não haja festejos antecipados como houve num passado bem recente, ninguém poderá ficar admirado se, no final da temporada, os encarnados voltarem às grandes conquistas. Os adeptos acreditam (mais de 35 mil espectadores estiveram esta noite na Luz, a uma segunda-feira à noite…), a onda vermelha está a crescer e os resultados continuam a aparecer. O Benfica está no caminho certo.  

Escrito por: Eduardo Marques

domingo, fevereiro 23, 2014

UNIVERSO LEONINO


Mais uma vitória arrancada a ferros do Sporting. Com sorte mas também com mérito, diga-se. A importância de ter jogadores com capacidade para resolver no banco ajuda muito. Carrillo, Slimani e Mané entraram em campo e mudaram completamente o figurino do jogo. Ora, como nesta altura não importa muito a nota artística, o que fica são mais três pontos e mais uma jornada a alimentar o sonho. 

O problema de quem corre atrás (e já com uma diferença pontual considerável) é que, efectivamente, não tem margem de erro. Ao mínimo deslize, o sonho do título termina. E é por isso que não acredito nesta equipa do Sporting. Não reconheço qualidade e experiência suficientes a este plantel para fazerem uma ponta final imaculada. Mais do que os rivais perderem ou não pontos, creio que a falta de maturidade do Sporting virá a terreiro mais cedo ou mais tarde. Ainda assim, há que reconhecer que Leonardo Jardim está a superar todas as expectativas e, mesmo com opções iniciais profundamente discutíveis, lá vai levando a água ao seu moinho. E este trajecto leonino tem semelhanças com dois clubes que, curiosamente, acabaram por ser campeões quando também ninguém acreditava: o Benfica de Trapattoni com Mantorras a fazer de joker e o Boavista com Martelinho a ajudar Pacheco nos momentos apertados. Hoje em dia também ninguém reconhece favoritismo ao conjunto verde e branco mas já toda a gente viu que o madeirense tem uma arma secreta que causa o mesmo impacto que os atrás referidos. 

Termino com duas notas sobre dois jogadores: Carrillo e William Carvalho. Sobre o peruano, volto a bater na mesma tecla. É o único extremo do Sporting com talento puro e capaz de "tirar coelhos da cartola". Pessoalmente acho que os melhores jogadores devem entrar sempre de início mas se Jardim tem outras ideias para começar os jogos, ao menos que pense na "cobra" para a segunda parte. Não o ter colocado no derby foi, como já se viu nestes dois últimos jogos, um erro tremendo.
William Carvalho é um jogador de grande qualidade. Merece não só a ida ao Mundial como também o salto para um clube de topo europeu. E deixo-vos com a simples reflexão: independentemente de se concordar com a naturalização ou não de jogadores, estamos todos de acordo de que Fernando e William são os melhores trincos portugueses. Se ambos forem chamados, não acham que Paulo Bento deveria inverter o triângulo do meio-campo? Imagino que um trio composto por Fernando, William e Moutinho aumentasse consideravelmente as nossas hipóteses de ombrear com a Alemanha, por exemplo. Depois, uma frente ofensiva rápida e móvel composta por Nani, Ronaldo e Rafa poderia fazer a diferença. Mas isto sou eu a divagar, até porque nem acredito que alguns dos nomes que referi venham a integrar o grupo. Um pena.


sexta-feira, fevereiro 21, 2014

PERSONALIDADE


Competência, serenidade e personalidade são os adjectivos que melhor ilustram a exibição do Benfica frente ao PAOK. Boa vitória, poupanças interessantes e ajustadas, plantel motivado e o regresso de Sálvio à competição. Não houve lesões e apenas André Gomes viu o cartão amarelo. Perfeito.

Destaques:

Silvio - fez muito bem o corredor esquerdo. Seguro a defender e inteligente a atacar. Neste flanco tem a particularidade de tanto poder fintar para dentro como de ir à linha e cruzar. Para mim, há muito que justifica a titularidade, muito embora no lado oposto. Apesar de estar melhor do que, por exemplo, o ano passado, é sofrível ver Maxi a defender. 

Lima - bom jogo do brasileiro. Trabalhou na frente, deu-se ao jogo, marcou um golo e raramente perdeu a bola a jogar de costas para a baliza. Precisava deste estimulo.

Sálvio - tão bom que é vê-lo de volta. Pareceu-me com excesso de peso mas nada de preocupante. Acredito que tenha já meia hora frente ao Guimarães e se calhar 60 minutos com esta mesma equipa grega. Será fantástico ver Nico, Marko e Toto juntos na frente de ataque.

Boa vitória, apuramento praticamente garantido e equipa fresca para defrontar o Vitória. Siga.

segunda-feira, fevereiro 17, 2014

BOA SEGUNDA PARTE


Valeu pelo excelente segundo tempo. Essencialmente nota-se que a equipa respira confiança e denota tranquilidade a, digamos, jogar contra o relógio. O 0-0 ao intervalo poderia eventualmente perturbar a equipa do Benfica mas tal não se verificou. Muito pelo contrário. Os jogadores reentraram em campo com maior disposição ofensiva e, aliada a uma pressão alta, conseguiram encostar os defesas e médios pacenses à sua área. O resultado surgiu, pois, com naturalidade.

Mais um jogo sem sofrer golos. Estabilidade defensiva e as muitas situações tácticas no plano ofensivo - que desgastam tremendamente o adversário - são as principais notas deste jogo. Destaques:

Oblak - tranquilo a jogar com os pés. Continua sem fazer defesas.

Garay - está a voltar à forma que nos habituou. Marcou mais um golo importante.

Rúben Amorim - seguro a defender, inteligente a ler o jogo. Não foi abre-latas como Enzo tanto gosta de ser mas foi o Rúben tranquilo e eficaz que tanto gostamos. Não tenho dúvidas que terá um plantel importantíssimo para o que resta de temporada, sendo que irá fazer muitos jogos como titular, nomeadamente na Liga Europa e taças.

Markovic - fez um primeiro tempo horrível. Jesus não o tirou ao intervalo e, pelos vistos, fez bem. Uma segunda parte de luta e transpiração, premiada com um golo que só ele o podia fazer.

Segue-se o PAOK. Oportunidade para ver Djuricic, Sulejmani e eventualmente André Gomes em acção. 

terça-feira, fevereiro 11, 2014

MUNDIAL COM ELE


Começo pelo óbvio: custa-me a entender como é que um seleccionador que até está a par do futebol português se esquece de um jogador como Enzo Perez. Que exibição (mais uma!) do argentino. A encher completamente o campo e a mostrar uma gana e uma vontade de vencer fora do comum. A emoção com que celebrou o seu golo demonstra bem todo o seu crer e toda a sua dedicação dentro de campo. Ah, o golo... fa-bu-lo-so. Pressão alta, roubo de bola, transporte do esférico em velocidade, capacidade de drible e um remate colocado e com intenção com o seu pior pé. Tudo dito. Um jogador fantástico (mais um com dedo do mister) e, mais uma vez, o justíssimo prémio de MVP.

Ainda sobre as escolhas de Sabella, pode também meter os olhos num tal de Nico Gaitán. Uma vez mais, abriu o livro e espalhou magia. E tão bom que é ter um jogador com talento para resolver este tipo de jogos, talento esse que, muito honestamente, não esteve presente no outro lado. Mantenho aquilo que sempre disse, Carrillo poderia ser esse jogador mas Leonardo Jardim assim não o entendeu.

Já o vinha defendido há muito e ontem deu-se a prova disso: é gritante a diferença de qualidade entre um plantel e o outro. Mérito para Leonardo Jardim que tem feito milagres. Basta ver o exemplo das ausências de Jefferson e William Carvalho. Jardim teve de adaptar dois jogadores e a equipa quebrou precisamente por aí. Já Jesus, sem o seu melhor jogador (Sálvio) e o seu melhor marcador dos últimos anos (Cardozo) - já para não falar em Matic -, conseguiu apresentar soluções que acrescentaram valor à equipa. Fejsa, por exemplo, fez um jogo tremendo. Recuperou bolas que se fartou e teve ainda a capacidade para sair a jogar sempre com critério. Já Markovic, voltou a mostrar melhorias no aspecto táctico e a velocidade e as diagonais que trouxe ao jogo baralharam por completo os defesas leoninos. Finalmente na frente, tivemos uma dupla que, pese embora pouco eficaz na hora da finalização, foi muito importante pela luta, pela disponibilidade com que se entregaram ao jogo, pela pressão alta e pelas suas movimentações que permitiram a homens como Gaitán, Enzo ou Markovic correrem com bola sempre com espaço para o fazerem.

Ainda que possam ter chamado menos à atenção, importa salientar as boas exibições de Siqueira e Maxi (ainda que com algumas falhas defensivas) e as tremendas prestações de Garay e Luisão. O capitão, nomeadamente no primeiro tempo, foi mesmo um gigante, cortando todas as iniciativas quer pelo chão quer pelo ar.

Três pontos muito saborosos, uma excelente exibição e moral em alta para atacar os próximos compromissos. Segue-se uma difícil deslocação a Paços de Ferreira. Sem o motor Enzo Perez, cabe a Rúben Amorim ou André Gomes assumirem o jogo. E o melhor elogio que se lhes posso fazer é que, mesmo sem o grande Enzo, estou descansado porque sei que a matéria prima que está no banco me/nos dá/dão garantias.


sexta-feira, fevereiro 07, 2014

RICARDINHO MERECIA MAIS


Ponto prévio: não vejo futsal. Quer dizer, posso eventualmente assistir a um Benfica - Sporting ou a um jogo importante da nossa selecção mas, regra geral, praticamente não acompanho a modalidade.

Vi com atenção os jogos da nossa selecção. Poderei estar a ser injusto mas, sinceramente, achei Portugal mais fraco do que em anos anteriores. Desde logo a começar em Joel Queiróz, uma autêntica desilusão. Depois, vi um Gonçalo Alves já sem andamento para a coisa (não percebo como ainda é titular) e dois jogadores do Sporting que, muito honestamente, não os vi com "dimensão" para fazerem a diferença nos chamados jogos a doer: João Matos e Pedro Cary. Depois, um desinspiradíssimo Leitão que teve mais minutos do que aqueles que merecia. Também relevante, na baliza, confesso que não entendi a rotação e até porque foi evidente a boa forma de Benedito e a diferença que fazia quando estava em campo.

Particularmente neste jogo frente à Itália, só vi três jogadores capazes de fazer a diferença: Ricardinho, Arnaldo e Cardinal. O capitão esteve muito bem e Cardinal, pese o longo periodo de ausência, realizou um excelente campeonato da europa. Mas naturalmente que a estrela foi Ricardinho. O "10" merecia a final. Um jogo fantástico e um repertório de fintas absolutamente magistral. Fiquei triste com o resultado e ainda mais triste por saber que Ricardinho, uma vez mais, vai ver uma final de selecções pela tv. O maior elogio que lhe posso fazer é que vi todas as selecções importantes deste Euro e não vi nenhum jogador com o seu talento. Nem de perto.

Aposto na Itália para vencer os russos. Tal como no futebol, "adorei" o cinismo e a forma como marcavam golos do nada. Os russos terão, no entanto, uma palavra a dizer.

terça-feira, fevereiro 04, 2014

COM HAZARD É OUTRA CONVERSA


Bela vitória do Chelsea frente à equipa  em melhor forma do mundo (a par do Bayern). A habitual segurança defensiva nas equipas de Mourinho e a ratice com que os atacantes londrinos explorararam o contra-golpe foram as grandes virtudes dos blues neste jogo. Depois, a importância de marcar primeiro. Lá como cá, é fundamental ganhar vantagem em jogos tão equilibrados e tão emotivos. Tivesse o City marcado primeiro - e até entrou melhor no jogo - e, calculo, as coisas teriam sido bem diferentes.

Mas não falemos de cenários hipotéticos. O Chelsea mereceu por inteiro a vitória. Que saudades daquele trio que compôs o meio-campo: David Luiz e Matic no centro e Ramires na direita encheram completamente o campo. Não obstante, diria que estes elementos (e todo o sector defensivo) tiveram a sua influência para o Chelsea ter saído de Manchester com zero golos encaixados mas foi fruto da magia dos dois meninos do ataque que residiu toda a diferença. Eto'o apareceu bem na frente mas com Willian e principalmente um tal de Eden Hazard tudo ficou mais fácil. Atrevo-me a dizer duas coisas: o Chelsea tem ali um sério candidato ao prémio de 3º melhor jogador do Mundo e Mourinho, apesar do discurso de chorão e de impotência perante a qualidade do plantel do City, conta com o melhor plantel de sempre, na minha opinião.

Ainda sobre Willian, espero que Scolari não feche as portas do Mundial a este menino. Um talento incrível este rapaz. Não esquecer também Oscar que, apesar de praticamente não ter jogado neste jogo, tem feito uma época impressionante, ao ponto de relegar Lampard para o banco dos suplentes. 

Não que goste do Chelsea mas não sendo adepto do City e vendo o United tão mal na tabela, até que não me importava que os portugueses que por lá andam e os ex-benfiquistas triunfassem.

domingo, fevereiro 02, 2014

UMA PENA

Benfica's Oscar Cardozo, left, from Paraguay and Ljubomir Fejsa, from Serbia, react after missing a shot against Gil Vicente's in a Portuguese League soccer match at the Cidade de Barcelos stadium, in Barcelos, northern Portugal, Saturday, Feb. 1, 2014. Cardozo failed to score a penalty in Benfica's 1-1 draw

Esperava-se mais do Benfica, sobretudo porque a equipa tinha a motivação extra de saber o resultado negativo do Porto na Madeira. Foram claramente dois pontos perdidos e a sensação de uma excelente oportunidade para deixar o principal rival bem mais longe do primeiro lugar.

A equipa hoje não esteve bem. As linhas bem recuadas do adversário e o péssimo estado do terreno não podem justificar tudo. Houve falta de dinâmica - sobretudo no primeiro tempo - e, no meu entender, um excesso de permutas de lugares entre os jogadores ofensivos que, ao invés de baralharem os defesas gilistas, tornaram, isso sim, a equipa algo anárquica e pouco lúcida. 

No segundo tempo o Benfica aumentou o ritmo mas a sensação que deu foi que havia alguma ansiedade no momento de decidir. Depois,  a expulsão de Siqueira desequilibrou a equipa, sendo que com o recuo de Nico Gaitán para lateral, a pouca imprevisibilidade ofensiva que ia havendo até então, deixou de existir (e até porque coincidiu com o desaparecimento de Markovic do jogo).

Não digo que o resultado seja justo - este Gil Vicente joga muito pouco à bola - mas, mais do que um prémio para os da casa, é um castigo justo para a má exibição do Benfica e, mais ainda, para a péssima entrada em campo depois do boost vindo da Madeira. 

Quanto à arbitragem de Bruno Paixão, uma vez mais, horrível. Sem qualquer ponta de nível. Erros atrás de erros, um apitar sistemático e sem nexo, enfim, um senhor sem nível para estar numa primeira liga. A penalidade evidente sobre Rodrigo que deixou passar e o penalty ridicularmente assinalado nos descontos demonstra bem o seu desnorte.