quinta-feira, janeiro 14, 2010

EXTRAORDINÁRIO




Que jogo, meus amigos. Ontem, no Sanchez Pizjuan, estiveram as duas equipas que melhor futebol praticam em Espanha. Que me perdoe o Real Madrid mas, na minha opinião, são estes os conjuntos que melhor respondem em todos os processos de jogo. Importa salientar que em ambos os casos, e contrariamente ao conjunto madrileno, praticamente não houve alterações no plantel, comparativamente à época passada. A este nível, essa particularidade faz toda a diferença.

Houve felicidade do Sevilha? Houve. O Barcelona falhou ocasiões de golo que, por norma, não costuma desperdiçar? Claro que sim. O resultado espelha aquilo que foi o jogo? Provavelmente não. Todas estas permissas são verdadeiras e, como tal, seria fácil qualificar a passagem do Sevilha à próxima fase como uma tremenda injustiça. Contudo, não o vou fazer. A análise fácil não é comigo. Vamos a factos:

1. Esta eliminatória teve duas mãos e não nos podemos esquecer daquilo que o Sevilha fez em Camp Nou;

2. A forma como o Sevilha se defendeu e aguentou aquela avalanche ofensiva do Barça tem de ser salientada. Palop fez uma exibição do outro Mundo mas toda a equipa soube sofrer;

3. Diria que é impossível alguém perder a jogar com um público como aquele que estamos habituados a ver no Sanchez Pizjuan;

4. Como o Barcelona jogou no segundo tempo, outra equipa qualquer teria sido esmagada. O Real Madrid que o diga...

5. Um aspecto muito importante: as ausências da equipa do Sevilha. O Barcelona apresentou o seu melhor onze e, no Sevilha, faltaram Perotti, Luis Fabiano, Kanouté e Zokora. Só uma equipa com um plantel com esta qualidade é que consegue superar tantas adversidades perante a melhor equipa do Mundo;

Não há dúvida que o Barcelona deu tudo. Guardiola pode dormir descansado porque tem uma grande equipa e, aquilo que aconteceu ontem, é difícil de acontecer. Poucas equipas terão argumentos para, num conjunto a duas mãos, se baterem como o Sevilha o fez. Assim de repente, só o Chelsea o conseguiu fazer. Tudo isto só valoriza ainda mais aquilo que os andaluzes fizeram.
Para finalizar, algumas notas finais:

- Thierry Henry em clara fase descendente da carreira. Achei estranho o facto de Guardiola não o ter tirado de campo. Faltou qualquer coisa àquele flanco esquerdo. Pedrito e Bojan deveriam ter entrado mais cedo.

- Aquele Jesus Navas é impressionante. Estou convencido que o vamos ver na selecção, na África do Sul. Perotti à esquerda e Navas à direita formam uma dupla de extremos perfeita. Sir Alex Fergusson poderia ter arranjado em Sevilha dois jogadores para substituir Cristiano Ronaldo. E o dinheiro da sua venda ainda sobrava, certamente.

- Houve jogadas fabulosas de Lionel Messi neste encontro - várias foram as vezes em que trocou os olhos a Navarro - mas, para mim, o grande momento foi ao minuto 54. Uma pena aquele slalom de Iniesta não ter dado golo. Extraordinária coordenação de movimentos e controle de bola com as duas pernas.

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