Dizia ontem em conversas particulares que este Beira-Mar iria causar problemas ao Benfica. Não porque tenha um grande elenco mas sim pelo facto de ter mudado de treinador. E sem o conhecer, diria desde já que Costinha é bem melhor que Ulisses Morais. Essencialmente porque é da nova geração, porque bebeu muito de vários treinadores de classe mundial e fundamentalmente porque percebe de bola, como o pôde demonstrar na qualidade de paineleiro num programa desportivo.
Notou-se logo a diferença na postura e na mentalidade do Beira-Mar. Pressão alta, ambição, preocupação em jogar e até alguma coragem na primeira substituição. Valorizo sempre quem pensa o futebol desta maneira e, como tal, Costinha está de parabéns.
Quanto ao Benfica, acima de tudo, fez aquilo que lhe competia e aquilo que era mais importante: ganhou o jogo e isolou-se na liderança da prova. Não foi fantástico, a espaços sentiu-se uma certa tremideira mas no final o que conta são os pontos conquistados e estes, face ao que se tinha passado no clássico, eram determinantes.
O que vale este primeiro lugar? Para já, pouco. É importante estar à frente, dá moral, traz confiança mas a equipa tem de ter consciência de que ainda há muito caminho para percorrer. Bem sei que ainda é cedo mas uma coisa é ir ao dragão a ter de apostar num "2" fixo, outra coisa é poder lá ir com "dupla".
Relativamente aos destaques, não creio que tenha havido alguém a fazer claramente a diferença. Diria que Luisão e o próprio Garay foram aqueles que estiveram uns furos acima. No lado do Beira-Mar, gostei do lateral esquerdo Hélder Lopes, do médio Nildo e sobretudo do Rúben, ele que revelou bons pormenores técnicos e nunca se escondeu da partida.
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