quinta-feira, dezembro 07, 2006

Champions: Manchester venceu e seguiu na Liga milionária!



MAN UTD 3-1 BENFICA



Resignação, revolta e esperança. Estas três palavras definem exactamente o meu estado de espírito depois de mais um jogo europeu frente à minha equipa estrangeira favorita. O Benfica caíu, mas caíu com dignidade e perante, espero eu, o futuro campeão da Europa de clubes.

Senti-me, em primeiro lugar, resignado porque o Manchester foi superior ao Benfica e, apesar de Nélson e os excelentes 43 minutos de jogo por parte da turma de Fernando Santos, há que dizê-lo, nesta fase era muito díficil ganhar em Old Trafford, equipa que, na minha opinião, é, nesta altura, aquela que está a praticar o melhor futebol da Europa.

Senti-me também revoltado, não pelo resultado em si, mas sim pelo facto de, e ao contrário do que sucedeu no grupo de Porto e Sporting, não terem passado as duas melhores equipas deste grupo. É obvio que o Benfica só se pode queixar de si próprio. Perdeu da maneira que perdeu em casa com o Manchester; deixou, quanto a mim, dois pontos na Dinamarca já que, analisando esse jogo, o Benfica não jogou para ganhar e se mostrasse o seu futebol certamente teria conquistado os três pontos. É certo que Celtic e United perderam na Dinamarca mas é bem verdade que no primeiro jogo, o Copenhaga mostrou ser uma equipa muito nervosa, com um futebol muito fraco e perfeitamente ao alcance dos encarnados. Daí para a frente melhorou mas, como se viu na Luz, nada de substancial; por último, a incrivel sorte que o Celtic teve em casa frente ao Manchester, algo que o Benfica não teve quando recebeu o conjunto inglês. É bem verdade que também é preciso ter sorte neste tipo de competição e, infelizmente, o Celtic foi mais feliz que o Benfica.

Senti-me com esperança e passo a explicar porquê. Analisando as equipas que estão na Taça Uefa, creio que o Benfica pode ter alguma ambição nesta competição. Hoje em dia, os encarnados são mais experientes nas provas europeias e, já o mostraram, têm capacidade e futebol para fazer coisas bonitas seja em que campo fôr. Creio que há três equipas que podem ir longe na Uefa, casos do Sevilha, o campeão em título, o Werder Bremen e o CSKA de Moscovo e, na minha maneira de ver, não creio que o Benfica seja muito inferior a estas equipas, o que desde logo implica que também possam ter uma palavra a dizer nesta prova. Vamos ver o que o sorteio e o futuro nos vai reservar mas, na minha perspectiva, esta permatura saída da Champions League até poderá vir a ser um passo em frente na conquista de mais um troféu europeu!



Quanto ao jogo em si, creio que o Benfica entrou muito bem no jogo, com personalidade e sem medo do adversário. Já o Manchester, contrariamente ao que é habitual, entrou muito pouco pressionante, recuou muito as suas linhas o que demonstra o respeito e o conhecimento que Alex Fergusson tinha do Benfica. O medo de ser apanhado e contrapé, o receio de um contra-ataque rápido como acontecera a Sporting e, no ano passado, a Liverpool, faziam do United uma equipa ofensiva mas claramente desconfiada.
A verdade é que Alex Fergusson teve motivos para desconfiar do Benfica. A meio da primeira parte, Nélson num espectacular remate de fora da área, fez sonhar a equipa e os adeptos no Teatro dos Sonhos. Estava feito o primeiro do jogo e estava desde logo definido o momento do Manchester jogar "à Manchester".
A partir da meia hora de jogo, o jogo tomou um sentido único. O United começou a jogar, os laterais começaram a subir, Ferdinand e Vidic empurraram os avançados encarnados para o seu reduto e estava definido o momento de aguentar a pressão dos ingleses até final da primeira parte. Se bem que o Manchester estava claramente por cima e não deixava o Benfica ter bola, a verdade é que os homens de Fernando Santos estavam muito personalizados a defender e tirando um lance de Saha e de bola parada, é bom dizer que o Manchester não dispôs de quaisquer ocasiões de golo.
Mas, ao minuto 44, num lance de bola parada, Vidic fez o primeiro do United e quebrou por completo a estratégia portuguesa. O golo apareceu na melhor altura para a equipa da casa e no pior momento para o Benfica que sentiu em demasia o golo, foi para o intervalo com a moral em baixo. No mundo do futebol os "ses" não existem mas se o Benfica tem ido para o intervalo com a vantagem pela margem mínima, não sei o que teria sido o segundo tempo.



Na segunda parte, a história do jogo resume-se basicamente ao dominio do Manchester. O Benfica desapareceu do encontro e o golo de Giggs após excelente cruzamento de Ronaldo matou por completo o jogo. Por muitas alterações tácticas que Fernando Santos fizesse, depois de uma primeira parte desgastante do ponto de vista físico já que o Benfica, a dada altura, teve de correr muito porque não tinha bola, e também do ponto de vista psicológico já que sofreu um golo mesmo à beira do descanso, era díficil fazer melhor na etapa complementar. Sahá, já perto do final, fez de cabeça o 3-1 e desenhou o final da Champions para o conjunto lisboeta.
Contínuo a acreditar que há males que vêm por bem. Quem sabe o que o futuro nos reserva na Taça Uefa!

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