Tendo em conta o momento da temporada, não se poderia exigir muito mais a este Benfica. Há efectivamente muito trabalho pela frente mas ficou a sensação de que há matéria prima para se desenvolver e motivos para os adeptos benfiquistas estarem confiantes neste projecto.
Do que mais gostei no jogo? Duas coisas: a classe de Nico Gaitán - para mim o melhor jogador em campo - e da segurança e solidez defensiva do quarteto central composto por Artur-Luisão-Garay-Javi Garcia. Creio mesmo que quando Capdevilla e Maxi estiverem no onze e quando Witsel estiver totalmente integrado na dinâmica de jogo da equipa, o Benfica será uma equipa muito difícil de ser batida. E isso, no futebol de hoje, é meio caminho para tornar uma equipa candidata a títulos.
Em termos ofensivos houve pouco Benfica, algo que não é preocupante. As cargas físicas da pré-temporada e a rigidez defensiva do clube turco fizeram com que jogadores como Saviola, Aimar ou Enzo Perez passassem ao lado do jogo. Concordo que Nolito abanou o jogo e foi importante para "abrir a lata" mas, tal como Jesus, sou prudente no que diz respeito ao valor deste espanhol. Parece ter potencial mas, por enquanto, apenas lhe reconheço uma incrível vontade em participar e mostrar serviço.
Relativamente aos outros dois reforços que compuseram o onze, por estranho que possa parecer, acredito bem mais naquele que produziu bem menos no jogo de ontem: falo de Enzo Perez - que ontem passou ao lado do jogo - e de Emerson - pese embora uma boa atitude defensiva, não me pareceu ter aquilo que se exige a um lateral moderno: velocidade e capacidade ofensiva -. Ainda assim, deixou-me melhor impressão que Carole, por exemplo. Já Enzo Perez, ontem não foi forte a atacar mas já deu mostras que, quando estiver adaptado à Europa, facilmente agarrará o lado direito do ataque.
Deixando o melhor para o fim, a obra de arte de Gaitán conferiu ao Benfica um resultado importante e que permite encarar a segunda mão com mais tranquilidade. Este argentino é, claramente, o jogador em melhor forma. É verdade que lhe falta ser mais constante e também mais activo defensivamente mas é daqueles jogadores que impressiona pela forma como, praticamente do nada, aparece e resolve ou ajuda a resolver jogos. À esquerda, à direita ou até a "10", Nico é, por esta altura, imprescindível neste Benfica.
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