DESILUSÃO

O regresso da liga coincide (assim espero!) com a reactividade do blog.

A bem dizer, muito haveria para escrever e dizer sobre a estreia do Benfica. Ainda que o título do post seja ilucidativo do meu estado de espírito, procurarei, de forma rápida e concisa, descrever aquilo que de bom e de mau retirei deste jogo.

Ponto prévio: o Braga surpreendeu-me pela positiva. Entrada forte e determinada em campo com posse de bola, pressão alta, linhas subidas e confiança na circulação de bola. No fundo, tudo aquilo que as equipas lideradas por José Peseiro nos habituaram.

Do lado encarnado, muitas surpresas no onze. Inexplicavelmente, digo eu, Rodrigo e Sálvio apareceram de início (sem terem realizado um único jogo na pré-época) e Carlos Martins foi relegado para o banco. Como se não bastasse, com Nolito e Gaitán disponíveis, foi Bruno César (para mim o pior extremo do plantel e o 4º médio ofensivo atrás de Aimar, Martins e Gaitán) a assumir o lado esquerdo do ataque. Ora, pelo exposto, a brincadeira tinha tudo para dar errado.

Sobre Melgarejo, parece-me que é muito mais extremo do que lateral. Se dará um bom lateral? Não faço ideia. Jesus tem a seu favor o "factor-Coentrão". Eu próprio critiquei duramente essa opção e depois tive de emendar a mão. O problema é que, contrariamente à primeira adaptação, nesta altura a pressão sobre Jesus é muito maior e a cobrança é elevadíssima. Por conseguinte, Jesus deveria ter ido buscar um defesa esquerdo de raíz porque não tinha margem para cometer este tipo de riscos. Arriscou, correu-lhe muito mal e temo que, daqui para a frente, as coisas sejam muito mais difíceis para ele. Eu sou seu admirador mas não gostei nada daquilo que vi. E o Benfica até poderia ter vencido que manteria este tipo de discurso. 

Sobre os elementos mais deste jogo, destaque do lado do Benfica para o bom regresso de Sálvio (é um ala que ataca bem e tem ainda a capacidade para ajudar o lateral) e também para alguns bons pormenores de Rodrigo. No lado bracarense, foi sem dúvida Mossoró quem brilhou mais, mas houve também jogadores em grande plano, casos de Rúben Amorim, Custódio e Leandro Salino. 

Ainda há muito campeonato e, como é óbvio, acredito no treinador e na equipa do Benfica. De mal o menos, espero que este jogo tenha servido de lição a Jesus. Menos invenções, mais respeito pelos jogadores com menos estatuto e menos experiências é o que se lhe pede!