Vejamos: o problema de Melgarejo nunca esteve em atacar. Nisso, creio estarmos todos de acordo. É um jovem com um talento imenso e, creio, tem tudo para vingar no Benfica. Agora, se tem condições para jogar a defesa esquerdo? Aí, penso que já estamos noutra conversa. Uma coisa não tenho dúvidas: contra os "Setúbales" desta vida chega perfeitamente e, se compararmos com a espécie de jogador que por lá figurou a temporada transacta, não fico assim tão alarmado se vir Melgarejo enfrentar Ramires, Di Marias ou Robbens.
Sobre o jogo. Gostei daquilo que vi. Obviamente que a partida ficou condicionada bem cedo com a expulsão do Amoreirinha (a culpa não é dele mas sim de quem continua a vê-lo como jogador de primeira liga) mas, independentemente disso, a equipa mostrou uma boa dinâmica ofensiva, atacando pelos dois lados e com muitas e boas jogadas de entendimento entre vários jogadores. Ora, por falar em lados, espero que Jesus tenha percebido de uma vez por todas que Bruno César não pode jogar nesta equipa. Enzo Perez primeiro e Nolito depois mostraram que têm mais futebol, mais inteligência, mais tudo. E referi estes dois como também poderia mencionar Nico Gaitán. Em forma e com a cabeça limpa, tem obviamente uma palavra a dizer.
Falando em soluções, foi bom ver Aimar e Martins a reforçarem o meio-campo, Sálvio e Rodrigo numa nova variante na frente de ataque e, como já referido, Enzo a assumir as despesas no lado esquerdo, movimentando-se várias vezes para zonas interiores de modo a permitir Melgarejo assumir o flanco. Em suma, muitas soluções, muito talento e várias opções do meio-campo para a frente.
Relativamente às melhores unidades em campo, claramente Sálvio como mvp, seguido bem perto de Rodrigo - tal como no primeiro jogo, curiosamente. Sobre o argentino, não me surpreende minimamente. É um jogador rápido, talentoso e essencialmente de equipa. Ataca muito bem e tem a particularidade de ajudar muito bem o lateral em situações defensivas. Já Rodrigo, ainda não está numa super forma mas revela pormenores de grande qualidade. Se é verdade que começou atrás de Cardozo, devo confessar que gosto mais de o ver a ponta-de-lança já que é muito forte a explorar os espaços nas costas dos defesas e também é detentor de um bom jogo aéreo.
Bem sei que já falei neste artista várias vezes mas não posso deixar de, uma vez mais, referir-me ao Pablito. O Benfica sem ele parece uma equipa que joga ao som de uma música de heavy-metal: ritmo muito alto e um desgaste tremendo. Com Aimar em campo parece que o disco é substituído por uma qualquer música clássica onde tudo parece mágico e de uma simplicidade atroz. Simplesmente fantástico!
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