segunda-feira, maio 05, 2008

O espelho de toda uma temporada



Tendo visto com maior ou menor atenção os jogos referentes a Sporting e Benfica, o que salta à vista é a pobreza de futebol praticado por ambas. Ainda assim, tal como em quase toda a temporada, ligeiramente melhor o conjunto liderado por Paulo Bento que, com um plantel curto em qualidade e com um futebol algo encolhido, lá conseguiu (ou vai conseguir) o "segundo" objectivo, a entrada directa na liga dos campeões.

Passando os olhos pela Reboleira, o que mais me impressiona é como é que Chalana ainda fala na possibilidade de chegar ao segundo lugar, esquecendo-se que está em 4º na tabela classificativa e completamente dependente de terceiros para garantir uma presença na pré-eliminatória da Champions. Dizia há umas semanas atrás que, para o Benfica, mais importante do que ficar em segundo lugar era garantir o terceiro. Inacreditavelmente, essa realidade está muito longe de ser conseguida, sendo que, nesse particular, o mérito vai para o Guimarães que com um futebol atractivo e com principios definidos, conseguiu fazer uma época engraçada e muito regular.
Quanto ao jogo, encontrar aspectos positivos do mesmo é como tentar resolver aqueles exercícios complexos de Matemática. O Estrela, mesmo tranquilo na tabela, nunca se mostrou muito interessadõ em subir no terreno à procura do golo; o Benfica, por sua vez, revelou a habitual incapacidade em trabalhar a bola, funcionar como equipa e em ser dinâmico ao ponto de criar verdadeiros desequilibrios na defesa contrária. Aliás, a falta de velocidade e a lentidão nas transições é mesmo a imagem de marca desta equipa. Apenas quando entrou Di Maria em campo se vislumbrou alguma diferença no futebol do Benfica mas, ainda assim, muito pouco para quem ainda tinha objectivos por concretizar neste fim de época.
Mesmo não tendo feito nada de mais, a verdade é que o Estrela mereceu o empate e o Benfica mereceu ser penalizado já que é inadmissível a uma equipa grande fazer uma primeira parte horrível e apenas mostrar 15 ou 20 minutos de futebol na segunda parte, ainda que muito desconexo e desarticulado.

No que diz respeito ao jogo de Paços de Ferreira, é verdade que o objectivo dos "leões" foi conseguido. Vencer no Norte (coisa rara esta temporada) e num terreno habitualmente complicado é algo que se deve salientar. Do mal o menos, a entrada directa na Champions é praticamente um dado adquirido. O problema é que, mais uma vez, o futebol leonino foi muito esforçado mas pouco interessante. Custa-me muito ver uma equipa dita Grande a jogar toda uma parte como equipa pequena, ou seja, a jogar com o autocarro junto à sua baliza, salvaguardando a vantagem mínima. Por acaso o Paços revelou alguma ineficácia na finalização e alguma intranquilidade (derivada do lugar que ocupa na classificação) na hora de empurrar a bola para a baliza. Não fosse isso e o resultado poderia ter sido bem diferente.
Mesmo apresentando um futebol baseado na luta e no espírito de combate, ainda assim o estado de alma dos sportinguistas é de maior tranquilidade já que, depois de uma temporada tão irregular e tão pobre a nível exibicional, o que mais interessa neste momento é garantir o 2º lugar e acabar de vez com este suplício que tem sido esta época. Goste-se ou não se goste, a verdade é que Paulo Bento arrancou tarde (recorde-se que o Sporting chegou a estar a 6 pontos do Benfica) mas acabou por conseguir ultrapassar os seus adversários já bem perto da meta.

PS: Não vi nada do jogo do Guimarães mas mais do que falar deste jogo, importa sim falar no 3º lugar na Liga para uma equipa que ainda o ano passado estava na Liga Vitalis: histórico e brilhante!

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