domingo, agosto 24, 2008

SPORTING ENTRA COM O CALCANHAR DIREITO NO CAMPEONATO




SPORTING 3 TROFENSE 1
(Tonel, Izmailov, Yannick Djaló; Pinheiro)





É um lugar comum dizer-se que uma equipa entra com o pé direito no campeonato, mas neste caso, nada mais se ajusta do que afirmar que o Sporting entrou com o calcanhar direito na Liga Sagres 2008/2009.
Esta apreciação baseia-se, claro está, no belíssimo quadro que Yannick Djaló pintou, utlizando como tela, a baliza defendida por Paulo Lopes, e como pincel, o seu calcanhar direito, completando uma obra não menos bonita do que, porventura, Da Vinci, produziria.
Os leões fizeram o que lhes era exigido, vencendo o primeiro jogo do campeonato, em casa, diante de uma equipa que pela primeira vez na sua história está entre os grandes do nosso futebol. O Trofense sentiu, e de que maneira, a estreia, e abalou com a entrada forte do Sporting. Foi desde muito cedo que os pupilos de Paulo Bento demonstraram que queriam provar a sua supremacia, e logo aos 4 minutos, Tonel, de cabeça, respondeu a um pontapé de canto bem batido por Rochemback, e fez o primeiro em Alvalade. Os da Trofa optaram por fazer marcação à zona, e o central português elevou-se bem, e utilizou uma das suas maiores armas, o jogo aéreo, para derrubar a muralha dos nortenhos. A partir daí, os leões tranquilizaram-se por completo e dominaram a partida por completo. Aliás, o Trofense, ao longo de toda a primeira parte quase nunca incomodou Rui Patrício. Com total naturalidade, o segundo golo apareceria 20 minutos mais tarde, quando Izmailov, também de cabeça, aumentava a vantagem. Livre forte de Rochemback (um verdadeiro patrão!), defesa de Paulo Lopes, cabeceamento na recarga, de Yannick Djaló, à barra, e à terceira, o internacional russo fez o 2-0. Mas como tudo era fácil para os da casa, logo depois chegava o terceiro golo, no tal lance genial de Yannick Djaló, que de calcanhar (qual Madjer!), dilatava ainda mais o placard. Tudo fácil, quase parecendo um jogo treino.
Com a segunda parte, chegaram, para não variar, os casos de arbitragem, mas também um outro Trofense. De facto, os comandados de António Conceição entraram com outra atitude, e chegaram a controlar a partida, se bem que o Sporting tivesse sempre noção do que se estava a passar. O problema é que Paulo Baptista borrou a pintura quando, aos 58 minutos, marcou uma grande penalidade contra o Sporting, tendo mostrado o cartão vermelho directo a Anderson Polga. Ora, se a expulsão do brasileiro foi completamente acertada, já que este derrubou Zé Carlos à margem das leis, sendo o último defensor, já a marcação da grande penalidade foi um absurdo, já que a falta foi cometida bem fora da área. Importa dizer que o erro não foi do árbitro principal, mas sim de um dos seus assistentes. Na transformação do castigo máximo, Pinheiro reduziu a desvantagem, e escreveu história, ao ser o autor do primeiro golo do Trofense na primeira divisão.
Depois do tento alcançado, os nortenhos ainda chegaram a sonhar que podiam incomodar ainda mais, tentaram-no, mas o Sporting, mesmo com um elemento a menos, nunca se desuiniu, e aceitando a pressão do adversário, controlou sempre as operações.
Nada mais havia a dizer, tão só que o Sporting entrou a vencer no campeonato, como se exigia, somou três pontos, mas Paulo Bento ficou com uma preocupação acrescida, já que não pode contar com Anderson Polga na próxima jornada, na difícil deslocação a Braga.



FICHA DE JOGO:

ESTÁDIO: Alvalade Século XXI, em Lisboa
ÁRBITRO: Paulo Baptista, de Portalegre

SPORTING: Rui Patrício; Abel, Tonel, Anderson Polga e Grimi; João Moutinho "cap.", Rochemback, Izmailov e Romagnoli; Yannick Djaló e Derlei.

SUBSTITUIÇÕES: Romagnoli por Caneira, aos 61 minutos; Yannick Djaló por Pereirinha, aos 81 minutos; Delei por Hélder Postiga, aos 90 minutos.

SUPLENTES NÃO UTILIZADOS: Tiago, Daniel Carriço, Pedro Silva e Rodrigo Tiuí.

TREINADOR: Paulo Bento

TROFENSE: Paulo Lopes; Zamorano, Milton do Ó "cap.", Valdomiro e Areias; Delfim, Pinheiro, Mércio e Ricardo Nascimento; Hélder Barbosa e Lipatín.

SUBSTITUIÇÕES: Areias por Zé Carlos, aos 40 minutos; Lipatín por Edú Souza, ao intervalo; Pinheiro por Rui Borges, aos 70 minutos.

SUPLENTES NÃO UTILIZADOS: Vitor, Edú, Tiago Pinto e Miguel Ângelo.

TREINADOR: António Conceição

ACÇÃO DISCIPLINAR: Cartão amarelo a Abel, aos 59 minutos; a Areias, aos 15 minutos; a Milton do Ó, aos 23 minutos; a Ricardo Nascimento, aos 73 minutos; a Delfim, aos 80 minutos; Cartão vermelho directo a Anderson Polga, aos 58 minutos.

MARCADORES: 1-0, por Tonel, aos 4 minutos; 2-0, por Izmailov, aos 24 minutos; 3-0, por Yannick Djaló, aos 28 minutos; 3-1, por Pinheiro, aos 60 minutos, de grande penalidade.

1 comentário:

Anónimo disse...

Brilhante o título da crónica!