sábado, dezembro 06, 2008

INJUSTIÇA NO ALLIANZ ARENA

Bayern Munique 2-1 Hoffenheim
(Lahm, Luca Toni; Ibisevic)



Naquele que foi, seguramente, um dos melhores jogos que vi neste princípio de temporada, o Hoffenheim mostrou, em Munique, o porquê de estar, à entrada para esta jornada, na frente do campeonato - o Bayern, com este triunfo, lidera agora já que tem vantagem no confronto directo -.

Para quem, como eu, tem acompanhado grande parte dos jogos desta equipa do Hoffenheim, não terá certamente ficado espantando com a fantástica exibição que este clube de pouco nome fez em pleno Allianz Arena. Aliás, não foi à toa que nas apostas do Rolabola tivesse colocado um empate neste jogo. Tal só não se verificou porque, em primeiro lugar, Salihovic falhou na cara de Reising aquilo que seria o 1-2 e, posteriormente, Luca Toni, deixando a sua habitual marca, rubricou o golo da vitória, isto já no último minuto dos descontos, portanto, de uma forma fria e cruel, à boa maneira germânica.

Quanto à partida, essa foi um espectáculo. Entraram a todo o gás as duas equipas. Os primeiros 15 minutos foram de uma intensidade incrível. O Bayern jogava numa espécie de 4-2-2-2 com Bommel e Zé Roberto numa primeira linha, Ribery e Schweinsteiger numa espécie de falsos alas e, lá na frente, a habitual dupla constituída por Klose-Toni. Já o Hoffenheim respondeu num 4-3-3, com particular destaque para as três unidades da frente, Obasi, Demba Ba e Ibisevic que raramente baixavam e tinham nas suas costas o mexido Carlos Eduardo que fazia de organizador de jogo desta equipa. Sem dúvida, duas equipas viradas para o ataque e com o objectivo de marcarem golos.

No primeiro tempo não houve golos mas as situações de perigo relativo foram várias e para os dois lados. Ambas as equipas mostraram muita mobilidade e muita velocidade de processos. Neste capítulo, no Bayern era Ribery o motor da equipa ao passo que, no Hoffenheim, Carlos Eduardo e a espaços Obasi tinham a missão de carrilar o jogo. Para além do jogo estar bom em termos técnico-tácticos, ambas as equipas pressionavam de imediato o portador da bola, algo que obrigava todos os jogadores a pensarem rápido. Nesse sentido também, o jogo tornou-se "rijinho" porque o contacto físico e a intensão de rapidamente uma equipa recuperar a bola à outra assim o determinava. Ou seja, houve muitas faltas mas o jogo esse, foi sempre correcto.

Na segunda parte vieram os golos e não só. O Hoffenheim fez um segundo tempo de grande nível e não merecia, de todo, perder esta partida. Porventura o seu treinador terá pecado pelo excesso de ambição. Depois do golo de Ibisevic (um jogador que tem algumas semelhanças com Nistelrooy ao nível do toque rápido na recepção e na rapidez de remate (faro pelo golo) à frente da baliza mas também algumas parecenças com Ibrahimovic pela forma como, sendo alto, tem uma qualidade técnica e mobilidade muito assinaláveis), tivemos cerca de 15 minutos em que o Hoffenheim dominou por completo o jogo e poderia ter sentenciado o mesmo. Não o fez nessa altura mas registe-se o facto de, tendo chegado à vantagem, o Hoffenheim ter revelado a coragem para não se remeter à defesa e continuar a jogar "de peito aberto". Adiante... O Bayern, surpreendido ou não, a verdade é que tem jogadores de grande qualidade e, nesse seguimento, numa jogada furtuita, chegou ao golo. Um remate de fora da área de Lahm espalmou num defesa do Hoffenheim e traíu o guarda-redes Haas. Igualdade no Allianz Arena contra a corrente de jogo.

Depois de chegar à igualdade, é verdade que o Bayern carregou e procurou chegar ao triunfo. Diria que houve vinte minutos onde a equipa treinada por Klinsmann esteve por cima e perto de chegar ao triunfo. Recordo-me de dois lances de cabeça de Luca Toni onde o perigo rondou a baliza de Haas. Não marcou nesse período o Bayern e o jogo, na parte final, caíu para uma toada mais morna onde o equilibrio era a nota dominante.
A cinco minutos do fim, um dos momentos do jogo. Tabela extraordinária com sotaque bósnio entre Salihovic e Ibisevic (com um toque de classe a isolar completamente o seu compatriota) deixou o médio esquerdino na cara de Reising. Ora, Salihovic, tentou passar a bola por baixo das pernas do keeper alemão quando na verdade se impunha um picar de bola como, por exemplo, fez Lisandro a semana passada a Peskovic, num golo que lhe fora anulado por posição irregular. Falhou o bósnio e, do outro lado, Luca Toni fez questão de, cinco minutos depois, mostrar ao seu adversário o porquê de ser, actualmente, um dos cinco melhores avançados da Europa. Injusto, cruel, cínico, inglório, enfim, FUTEBOL. E que jogo de futebol foi!

PS: Brevemente uma análise detalhada desta equipa que está a surpreender a Europa do futebol.

OS GOLOS
AQUI.

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