segunda-feira, abril 27, 2009

BOLA




Ontem voltei a ver o Benfica jogar, algo que já não o fazia há algum tempo. Mais uma vez, fiquei com a sensação de estar a ver o mesmo filme que tantas vezes vi ao longo desta temporada. O Benfica a chegar com felicidade à vantagem (um golo caricato de David Luiz), posteriormente a consolidar de bola parada o triunfo e, mais tarde, com Cardozo em acção a dilatar a vantagem. Depois, à boa maneira de Quique, rapidamente a equipa tirou o pé e relaxou com o resultado obtido. Logicamente que acabou o jogo a sofrer.

Duas notas em relação a este jogo. Em primeiro lugar, Óscar Cardozo. Digam o que disserem, o paraguaio tem, neste momento, 13 golos no campeonato, sendo que foi quase sempre suplente de David Suazo e só agora neste final de temporada tem jogado mais minutos. Pode parecer tosco, fraco na qualidade de passe e até bastante lento. No entanto, sempre que ocupa o terreno onde realmente deve estar (área), este revela-se como um autêntico matador. Por tudo isto e muito mais, eu sou defensor de Cardozo. Acho que se o treinador e a equipa o entender, Cardozo poderá ser o Jardel da Luz. Ah, é difícil mas não é impossível. Nené, do Nacional, tem só mais 5 golos.

A outra nota diz respeito a três jogadores que ocuparam o banco dos suplentes: Katsouranis, Yebda e Di Maria. Podendo até não querer dizer nada mas não sei até que ponto é que Quique e a direcção estão já a preparar a nova temporada. Me parece que poderão ser estes os activos para vender.

OUTRAS NOTAS:

- Sensacional a reviravolta do United. Por tudo isto e muito mais, continua a ser a equipa que mexe mais com o meu coração. O título está mais perto e, sinceramente, justifica-se totalmente. Depois de um início de época terrível, depois de uma desgastante viagem ao Japão a meio da temporada que poderia ter deitado tudo a perder, a equipa não se desuniu e tem vindo a lutar contra o esforço físico de uma forma incrível. Alex Ferguson, o tal que felizmente já deixou de colocar O'Shea no meio-campo e Fletcher nas alas, também está de parabéns. Só um treinador que acredita nos seus jogadores é que é capaz de acabar um jogo com Ronaldo, Tevez, Rooney e Berbatov, todos em simultâneo.

- Vi o Sevilha - Real Madrid e vou ser sincero: fiquei satisfeito com o resultado, isto apesar de gostar do Sevilha e principalmente do Barcelona. Fiquei satisfeito porque quero ver, na próxima semana, um clássico electrizante. Perante esta diferença pontual (de apenas 4 pontos), tal irá acontecer.
É incrível como é que o Real Madrid ainda está na luta pela liga. Tem feito uma recuperação extraordinária desde que Juande Ramos está no comando técnico e só não está na frente porque o Barça tem sido de uma regularidade fantástica.
Ainda a respeito deste jogo de Sevilha, louve-se o facto de Jimenez, empatado a uma bola, ter arriscado a entrada de Fabiano em detrimento de Duscher. É verdade que perdeu o meio-campo e o jogo mas mostrou que estava ali para ganhar.
Atenção também ao menino Perotti, um jovem extremo argentino que já me tinha deixado água na boca numa outra ocasião. É rápido e é muito bom tecnicamente. Aliás, extremos de qualidade é o que não falta no Sevilha: Perotti, Capel, Navas, Adriano...

- Uma nota final para o campeonato francês e em particular para o Marselha. Fantástica a reviravolta em Lille rumo ao título. Aquela onda marselhesa a apoiar a equipa deixou-me espantado. Fez-me lembrar a onda vermelha em 2004-2005 que sentiu o título ali tão perto, isto depois de uma escandalosa travessia no deserto. Bonito!

- Por fim, o Leiria. Esta equipa, sob a liderança de Manuel Fernandes, tem feito uma recuperação extraordinária e está, neste momento, em posição de lutar pela subida de divisão. Mesmo que não o venha a fazer, está de parabéns. Quanto ao Carlão, confesso que foi a primeira vez que o vi jogar e, não sei se perturbado ou não pelo recente assédio da imprensa, não me deixou minimamente impressionado. Talvez tenha sido um jogo menos conseguido, algo que aceito perfeitamente.

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