terça-feira, outubro 27, 2009

ARTE E FALTA DE NÍVEL



BENFICA 6-1 NACIONAL
(Cardozo (3), Saviola (2), Nuno Gomes; Edgar Costa)



O título escolhido para esta peça explica muito daquilo que se passou neste jogo: pura magia e arte de bem jogar futebol por parte dos "encarnados" (nomeadamente na segunda parte), apimentado pela falta de nível da equipa de arbitragem e (principalmente) de Jorge Jesus. Começando pelo que de pior teve o jogo, creio que Manuel Machado deu uma lição ao seu rival de que nem só de saber de táctica vive um treinador. É preciso respeitar os adversários, algo que, infelizmente, Jesus não fez. Por muita rivalidade que possa haver entre os dois técnicos, por muito que o treinador do Benfica não goste do técnico do Nacional, não se pode ter atitudes como aquela que Jesus teve a meio da segunda parte, nomeadamente aquando dos festejos do 4º golo da equipa. Haja respeito, fundamentalmente quando se está por cima.

Voltando àquilo que, no fundo, mais interessa, creio que assistimos a mais uma demonstração de como respira saúde o futebol do Benfica. Perante um rival de qualidade e bem organizado, após uma fase inicial de estudo, o Benfica arrancou para mais uma bela exibição, fundamentada em mais um resultado contundente. Mais uma goleada, mais um punhado de grandes jogadas ofensivas e, mais importante, mais três pontos que permitem ao clube da Luz chegar (finalmente) à liderança. É verdade que o Braga está muito bem mas, nesta altura, o líder merece ser, efectivamente, o Benfica. O próximo jogo em Braga promete... e de que maneira!

Comparativamente ao jogo europeu, Jesus promoveu três alterações. Se os regressos de Quim e Maxi não surpreenderam, que dizer da utilização de Fábio Coentrão como lateral esquerdo (!). A verdade é que o jovem português apresentou-se bastante bem, fundamentalmente em termos ofensivos já que contribuiu com duas excelentes assistências para golo. É verdade que não teve grandes afazeres em termos defensivos mas, numa primeira instância, diria que Jesus ganhou mais um jogador para aquela posição que tantas dores de cabeça dá aos treinadores portugueses.
A equipa toda esteve ao nível que nos tem vindo a habituar. Os centrais bastante bem; Javi Garcia igual a si próprio na forma como estancou as investidas dos médios nacionalistas; Ramires menos exuberante em termos ofensivos mas sempre seguro e eficaz nas suas acções; Aimar sempre com muita dinâmica e verticalidade no seu jogo; Saviola e Cardozo iguais a si mesmo, isto é, inteligentes sem bola e felinos na hora da finalização; quanto a Di Maria, acusou um pouco o desgaste físico do jogo de 5ª feira mas, a espaços, mostrou talento e a boa forma que vive nesta altura. Em suma, não há muito a dizer. Quando o resultado se cifra nos números que vimos, é difícil dizer o que quer que seja. Uma coisa é certa: a este nível, é muito complicado roubar pontos a este Benfica. Veremos no próximo fim-de-semana naquele que será, porventura, um enorme teste para esta equipa.

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