Tive oportunidade de ir pela primeira vez à luz nesta temporada e logo para assistir a uma meia-final europeia. A última vez que o Benfica chegou a esta fase da taça uefa (agora liga europa) foi em 1994 frente ao Parma. Nessa altura, com 11 anos, recordo-me de estar na escola e desesperado por não poder assistir pela televisão ao jogo da segunda mão (em Parma). Como é sabido, o Benfica perdeu esse jogo e foi eliminado da competição.
Este jogo, frente ao Braga, teve a particularidade de coincidir com o meu aniversário. Até hoje, apenas por uma vez liguei o Benfica ao meu aniversário e foi em 28 de Abril de 1991 quando César Brito marcou por duas vezes no estádio das Antas, dando ao Benfica uma vitória histórica frente ao FC Porto. Pequenino nessa altura, recordo-me perfeitamente de estar no Porto a comemorar a Páscoa com a minha família nortenha mas com a particularidade de durante duas horas me ter ausentado, de modo a poder, no carro, ouvir o relato deste jogo. É incrível como é que um clube de futebol tem a capacidade para marcar e registar momentos da nossa infância.
Sobre esta primeira meia-final frente ao Braga, creio que o Benfica mereceu a vitória mas demonstrou aquilo que vem revelado nos últimos tempos: uma inacreditável debilidade física. Jorge Jesus expremeu ao máximo o seu onze ideal e hoje está a sofrer isso na pele. Sálvio lesionado, Gaitán a recuperar da lesão, Maxi e Coentrão esforçados mas sem aquela dinâmica que mostraram no início do ano, Javi muito abaixo do seu real valor e Saviola uma autêntica desgraça. Como tal, não estava à espera de muito mais do que aquilo que foi apresentado na passada quinta-feira.
Se não sabia o que esperar do Benfica, confesso que do Braga estava à espera de muito mais. Domingos e os seus jogadores foram para a luz com o único propósito de defender. Foram bafejados pela sorte com um golo de bola parada no segundo tempo e isso deu-lhes ainda mais força para segurar a desvantagem mínima com "unhas e dentes", a tal ponto de Domingos ter acabado o jogo com 3 centrais e 3 trincos, algo nunca visto no Braga esta temporada. Compreendo que Domingos tenha pensado que, num jogo a duas mãos, o 2-1 não é assim tão mau mas, frente a um Benfica de rastos sob ponto de vista físico e até mental, creio que o Braga poderia e deveria ter feito muito mais e, digo eu, caso o tivesse feito, possivelmente até teria conseguido um resultado bem mais animador.
Contrariamente ao outro jogo da meia-final, aqui está tudo em aberto. Apenas quero referir que, por muito mal fisica e psicologicamente que o Benfica esteja, há que não esquecer que os "encarnados" jogarão em Braga com uma dupla possibilidade: empate ou vitória. Só com derrota (e mesmo aí, por diferença de um golo, só um 1-0 não interessa) é que os de Jesus caírão. Será, seguramente, um grande jogo. Não sob ponto de vista da qualidade de jogo mas da emoção e entrega.
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