sábado, setembro 29, 2012

EFEITO LIMA



Muita matéria para analisar em relação à difícil mas justa vitória do Benfica na capital do móvel. Desde logo, o efeito Lima. Marcou dois golos, teve mais duas oportunidades na cara de Cássio e foi importante a segurar jogo nos minutos finais da parida. Que dores de cabeça terá Jesus no futuro já que será difícil escolher entre Cardozo e Lima. Ambos goleadores, o paraguaio terá a vantagem de conhecer melhor o sistema de jogo da equipa e os seus companheiros de ataque, ao passo que o brasileiro tem mais mobilidade e sabe segurar melhor o jogo, especialmente quando a equipa precisa de respirar. Uma coisa é certa, na champions tenho a certeza que Lima e Rodrigo terão sempre vantagem sobre Cardozo.

Sobre o jogo, aqui ficam os MAIS e os MENOS:

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Lima: como já referido, o MVP deste encontro.

Enzo Perez: estou absolutamente deliciado com esta nova função de Enzo. Tem uns pés maravilhosos e revela uma inteligência acima da média na forma como escolhe quase sempre a melhor opção. Além disso, vimos neste jogo um Enzo mais agressivo e mais disponível defensivamente. Para já não sinto saudades de Witsel e isso é mérito do argentino e, já agora, de Jorge Jesus.

Sálvio: apagado na primeira parte, bastante interventivo na segunda. Dos seus pés saíram algumas das melhores jogadas do Benfica. É verdade que se revelou algo perdulário, também é justo dizer que terá sido o seu "jogo-menos" no que vai de campeonato mas, ainda assim, foi importantíssimo para esta vitória e sai do jogo com uma nota bastante positiva.

Garay/Jardel: têm estado muito bem. Tal como havia acontecido em Coimbra, poucas ou nenhumas foram as ocasiões de golo do adversário e isso deve-se muito à boa comunicação que vai havendo no eixo da defesa. Jardel tem surpreendido porque não tem tido aquelas paragens cerebrais que já lhe vislumbrámos no passado e Garay, na ausência de Luisão, tem-se assumido como o patrão da defesa.
Nota positiva também para Melgarejo, sobretudo na forma como tem fechado o seu lado.

Artur: aquela defesa milagrosa no último minuto de jogo (ainda que em posição irregular) diz tudo da importância do brasileiro nesta equipa. Efectivamente, são estes os guarda-redes que valem pontos e Artur fez questão de o mostrar, depois de uma noite absolutamente tranquila.

Jorge Jesus: são muitos os que o criticam mas eu continuo na minha: Jesus é muito mais parte da solução do que do problema. Tenho gostado da forma como tem montado a equipa (Bruno César à parte) e essencialmente lido o jogo. Como treinador de bancada, devo dizer que teria feito exactamente as mesmas substituições. Mexeu quando tinha de mexer e há dedo dele na forma como a equipa se transfigurou na segunda parte e foi para cima em busca do golo da vitória.

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Maxi Pereira: está em péssima forma. Se por norma já é limitado a defender, então quando não se encontra bem fisicamente ainda consegue ser pior. Compensa com a atitude mas só isso não chega. Tem de dar mais.

Rodrigo: tal como no jogo de Coimbra, voltou a passar completamente ao lado do jogo. A acrescentar a isso, parece-me que está muito lento quando recebe a bola. Vem aí o jogo frente ao Barça e Rodrigo terá que elevar o nível porque senão irá perder muitas bolas.

Finalização: tudo bem que o adepto fica sempre mais descansado quando vê a sua equipa criar inumeras oportunidades por jogo, mesmo que isso não se traduza em golos. É sempre melhor ver uma equipa falhar chances do que pura e simplesmente não conseguir criar jogo. O problema é que o Benfica tem falhado golos praticamente de baliza aberta e isso, em jogos deste grau de dificuldade, pode ser fatal. Rodrigo e Cardozo em Coimbra, Sálvio e Lima neste jogo, foram ocasiões flagrantes. É preciso mais porque em jogos de champions, estes falhanços vão custar pontos e muito dinheiro.



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