Primeiro jogo na champions, fora de casa, atmosfera adversa, adversário muito forte fisicamente e uma equipa encarnada com muitos remendos e que vinha de uma paragem bastante significativa. Se a isto juntarmos a natural ansiedade de um jogo de estreia na champions, creio que, tudo junto, nos leva a qualificar este nulo de positivo.
Ficou sempre a impressão que o medo de perder era maior do que a vontade de ganhar. Estivessemos numa fase mais decisiva da competição e provavelmente Jesus teria dito aos seus jogadores para pressionarem mais à frente e para procurarem com mais determinação o golo. A ideia que ficou é que esta equipa do Celtic é forte fisicamente mas muito fraquinha. É verdade que faltou Samaras mas não acredito que o grego tivesse capacidade para resolver as muitas limitações que vislumbrei neste conjunto.
Jesus acabou por montar bem a equipa. Arriscou em André Almeida (terá feito o seu melhor jogo a lateral direito) e apostou em Enzo no meio ao lado de Aimar. Nesse particular, faltou um pouco de profundidade ofensiva e de uma melhor conexão entre os médios e Rodrigo. Aimar esteve apagado, Sálvio preocupou-se sempre mais em ajudar o lateral do que em rasgar pelo flanco e Enzo Perez mostrou qualidade aquando da posse mas pouca vontade em correr riscos. Quem acabou por abanar mais com o futebol ofensivo da equipa foi Nico Gaitán. É verdade que nem sempre tomou as melhores decisões mas, no meio de um deserto de ideias, foi quem assumiu mais o jogo e quem procurou criar desequilibrios. Na frente, Rodrigo nunca conseguiu ganhar as costas aos defesas como tão bem sabe fazer.
Quando não se ataca bem, dificilmente se pode querer ganhar jogos. Nesse capítulo, faltou muita coisa à equipa do Benfica. Ainda assim, houve muitas atenuantes (já explicitadas) e o facto de estarmos na champions é sinónimo de dificuldade nos jogos. De mal o menos, a equipa apresentou-se bem defensivamente, não permitiu jogadas de perigo ao adversário e acabou mais uma vez por não sofrer golos, algo raro comparativamente à época transacta.
O resultado acaba por ser aceitável e condizente com aquilo que foi o jogo. Face às adversidades, foi um bom ponto, na minha opinião.
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