quinta-feira, setembro 18, 2008

Uefa: Benfica perde em Nápoles pela mínima


Nápoles 3-2 Benfica
(Vitale, Denis, Maggio; Suazo, Luisão)



O Benfica perdeu esta noite em Nápoles num jogo em que o resultado foi claramente melhor que a exibição, isto, claro está, numa perspectiva de duas mãos já que, obviamente, perder nunca é positivo.

Quique Flores apostou num 4-4-2 que mais parecia um 4-2-4. Com Reyes e Urreta nas alas mais Di Maria e Suazo na frente, o técnico espanhol mostrava ambição em marcar golos no San Paolo. Na verdade, o Benfica marcou dois golos, algo que é sempre importante quando estamos a falar de um jogo da Uefa e ainda por cima fora de casa. Se a isto tudo juntarmos o facto dos golos terem sido feitos no terreno de uma equipa italiana, mais peso e relevância tem esse aspecto. O problema é que os golos foram de bola parada e não da forma como Quique Flores perspectivou. A equipa raramente conseguiu explorar as alas, poucas foram as vezes em que conseguiu causar desequilibrios na defensiva napolitana e não me recordo de um lance em que a equipa "encarnada" tenha apanhado o Nápoles em contrapé. Mérito para a equipa italiana que é forte nas transições mas algum demérito do Benfica que só tem explicação pelo facto de ainda estarmos no principio da época e por estarmos perante uma equipa nova, em construção e com processos ofensivos e defensivos ainda muito rudimentares.

Boa estreia de Suazo

Nem tudo foi mau para o lado benfiquista. David Suazo estreou-se da melhor maneira já que marcou um golo e, fundamentalmente na primeira parte, mostrou mobilidade, capacidade de choque e um bom jogo aéreo. Não tenho dúvidas que é um excelente reforço para o Benfica e vai ser muito importante para a equipa já que trás coisas ao ataque que Cardozo e Nuno Gomes não têm.

A primeira vez de Luisão com Sidnei

Apesar do Benfica ter sofrido 3 golos, os centrais saem de Nápoles com uma nota positiva. Não foi no eixo da defesa que esteve o mal do Benfica mas sim nas constantes entradas quer dos alas quer dos médios italianos. Basta ver que os golos do Nápoles foram marcados por Vitale (lateral esquerdo), Maggio (lateral direito) e Denis (que beneficiou de uma entrada na área e consequente remate de Hamsik (médio de ataque).

Yebda, Hamsik e Lavezzi os melhores

Os primeiros vinte minutos de jogo perspectivavam um excelente espectáculo de futebol entre duas equipas com vontade de vencer. Chegou primeiro ao golo o Benfica, respondeu de imediato o Nápoles com dois golos sem resposta. A partir daí, o jogo foi caíndo e só as entradas "à Lucho" na área do Benfica por parte de Hamsik e os rasgos individuais de Ezequiel Lavezzi trouxeram alguma agitação à partida. Nunca é de mais frisar que o Nápoles esteve sempre mais perto do golo do que o Benfica e a isso muito se deve à prestação destes dois jogadores. Com o passar do tempo, os mesmos foram perdendo fulgor e o futebol do Nápoles foi caíndo.
No lado do Benfica, nota positiva para a estreia de Suazo, uma palavra também para mais uma exibição regular de Léo e, por último, destaque para mais um bom jogo de Yebda que, contrariamente ao que havia mostrado no principio de época, revelou alguma tranquilidade com a bola nos pés e não se limitou a acções defensivas. Seria interessante vê-lo actuar com a presença de mais um médio defensivo (Katsouranis por exemplo) para ver qual seria o seu rendimento e para ver até que ponto é que permitiria a Carlos Martins desempenhar outro tipo de funções.

Tudo em aberto para a segunda mão

Pelo resultado e pelo valor das duas equipas, seria ridículo acharmos que a eliminatória está decidida. O Benfica apenas precisa de marcar um golo (sem sofrer, naturalmente) mas terá que ter muita atenção já que o Nápoles é uma equipa muito rápida nas transições ofensivas. Importa dizer também que dentro de quinze dias o Benfica vai estar, estou convencido, mais forte já que vão ser mais duas semanas de trabalho para a equipa adquirir ritmo e rotinas de jogo. É precisamente isso que falta a este Benfica: ritmo, rotinas e tempo. Quando tivermos um Benfica mais forte nas transições defensivas e quando os jogadores da frente - sejam eles quais forem porque a qualidade abunda - mostrarem mais entrosamento e forem mais decisivos no um-para-um, então estão reunidas as condições para a equipa se bater com mais argumentos seja em que campo for.

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