quarta-feira, abril 17, 2013

VIAGEM A NEWCASTLE - PARTE I -

Aqui fica o meu breve testemunho da viagem a Newcastle. Um dia que certamente será inesquecível.

Partida às 6h30...

Acordar às 5h30 a pensar num jogo de futebol. Só o amor da nossa vida nos faz partir para uma aventura destas. Uma hora depois estava na estação de comboio de Cambridge com destino a Newcastle.

A viagem era de sensivelmente 4 horas. Ou seja, a correr bem chegaria por volta das 10h30. Contudo, como é normal em mim, conheci o primeiro problema algures a meio da viagem. O comboio não era directo e, portanto, tinha de apanhar um outro por volta das 8h. Distraído como sempre, não saí na paragem devida, sendo que só me dei conta 30 minutos depois. Moral da história, tive de voltar para trás, perdendo cerca de uma hora com estas trocas infelizes.
Com maior ou menor dificuldade, lá cheguei a Newcastle quando o relógio batia nas 11h30.

Primeiras impressões...

Chegada a Newcastle e a primeira coisa a fazer era procurar a estação mais perto do Estádio. Disseram-me que tinha de ir para St James e que iria sair mesmo ao pé do estádio. Minutos antes de entrar no metro, ouço ao longe os primeiros sinais de benfiquismo. Um grupo de cerca de 10 jovens cantava bem alto... Benfica, Benfica. Não os acompanhei mas sorri, como que a dizer que está aqui alguém que tem a mesma doença que vocês. Segui caminho em busca do metro.

Chegado a St James, mal saí da estação deparei-me com parte da bancada. Não havia sinais de adeptos do Newcastle ou do Benfica. Apenas tinha duas coisas que tinha urgentemente de fazer antes do jogo: buscar o bilhete à sede do Newcastle e comprar o bilhete de autocarro para o meu regresso a Cambridge. Uma vez que iria estar grande parte do tempo perto do estádio, decidi procurar primeiro a estação dos expressos para adquirir o bilhete de regresso a casa.

Pensei para mim mesmo... "today is my lucky day"!!

A cerca de 5 minutos do estádio, lá encontrei a estação dos expressos. Passavam poucos minutos do meio-dia e, chegado lá, deparei-me com uma nota na porta a dizer que abririam às 12h45 - pausa para almoço -. Estava eu disposto a esperar cerca de meia hora quando, de repente, olho para o outro lado da estrada e deparo-me com um casino. Atravessei para ver a que horas abria e, para meu espanto, estava aberto.  Decidi entrar. Não sou fã de slot machines mas gosto bastante de black jack e, portanto, sempre que tenho oportunidade, jogo um pouco. 

Sentei-me na mesa para jogar. A dada altura o dealer começa a fazer-me perguntas sobre o jogo. Disse-lhe que era adepto do Benfica e ao qual ele respondeu-me "espero que percas no black jack, então". De seguida perguntou-me quem era para mim o jogador mais perigoso do Benfica. Calculei que ele conhecesse o Cardozo e então disse-lhe o nome do paraguaio. De imediato ele ripostou dizendo que para ele o Gaitán era o nosso melhor jogador. "Bom gosto, pensei eu de seguida". 
Parámos de falar sobre o jogo e "voltámos ao blackjack". Apesar de uma entrada tremida, lá consegui sair do casino com 110 libras a mais na carteira. A viagem estava paga mas, mais do que isso, saí de lá com a sensação que aquela quinta-feira iria ser, parafraseando os U2, a beautiful day. Há coisas que efectivamente não se explicam... sentem-se!!

Um Yebda almoço...

Depois de comprar o bilhete do expresso, era momento de almoçar. Lá encontrei uma espécie de McDonalds e sentei-me para disfrutar de um belo hamburger. A dada altura e sem perceber o porquê - não estava com qualquer tipo de adereço alusivo ao jogo ou ao Benfica -, um homem pergunta-me se estava ali para ver o jogo. Disse-lhe que sim. De imediato, perguntou-me se era benfiquista. Acenei com a cabeça. Subitamente, começou a falar comigo meio em espanhol, meio em italiano. Disse-me que viveu em Itália mas que era da Argélia. Simpaticamente tentei conversar com ele, fazendo uso dos meus conhecimentos em italiano. No meio de banalidades, perguntou-me se conhecia o Yebda, argelino que jogava no Benfica. Apeteceu-me mandar uma gargalhada. Eu preocupado com o jogo de logo e este individuo a fazer-me lembrar de jogadores como o Yebda. Ok, pensando melhor, até nem era assim tão mau. Disse-lhe que me lembrava perfeitamente dele. Perguntou-me se ainda jogava no Benfica e creio que essa terá sido mesmo a última pergunta dele. Obviamente que quem pergunta tal coisa não deve conhecer muito do Glorioso, pelo que não valia a pena estar a dialogar muito mais com tal personagem.

2ª parte: O cachecol da prache e a Benfica TV... (CONTINUA)


 

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