O Cachecol da prache e a Benfica TV...
Sensivelmente 6 horas para o início do jogo. Bonita tarde em Newcastle - entenda-se bonita por não estar a chover ou a fazer a ventania habitual por estas bandas - e muito tempo por ocupar. Sem destino, procurei aproximar-me da baixa, em busca de um shopping ou de algo interessante que se passasse na cidade. Acabei por encontrar um centro comercial onde, francamente, pouco ou nada tinha para oferecer.
Continuando o passeio, acabei por encontrar uma loja do Newcastle. Tirei umas fotos e comprei um cachecol metade Benfica, metade Newcastle. Quando me dirigia para a saída, reparo num bonito cachecol do United. Não resisti e comprei-o. Como não tinha levado mochila e não queria andar pelas ruas com "material da concorrência", decidi meter o cachecol do United à cintura e debaixo da roupa para não ter problemas. Tudo bem que ultimamente não tem havido registos de problemas nos estádios ingleses mas, ainda assim, nunca fiando.
Decido voltar para zonas perto do estádio. No regresso, encontro um salão de jogos. Entro. Se por fora parecia algo velho e até com mau aspecto, por dentro oferecia grandes condições para quem gosta de pool/snooker. Para os mais entendidos, devo dizer que haviam 6 mesas de snooker inglês, 2 de sete pés e umas 6 ou 7 de nove pés. Para todos os gostos, portanto.
No meio de algumas fotos, lá perdi um tempinho a jogar 9' e inglês. E que bom que foi "matar o bichinho".
De volta ao Estádio. Vou buscar o bilhete do jogo e, já na rua, começo a sentir a bem famosa "onda vermelha". Junto-me no meio deles, aqueço a voz e, de repente, a Benfica TV aparece para ouvir as primeiras impressões dos adeptos. Pela primeira vez (creio) falo para uma estação de televisão. Perguntaram-me de onde vinha, há quantos anos estava a viver em Inglaterra (em sequência da primeira pergunta) e, estranhamente, em vez de me questionarem algo sobre a equipa do Benfica, perguntaram-me o que conhecia desta equipa do Newcastle (talvez por saberem que vivia em Inglaterra). Respondi-lhes que era uma equipa com valor e com boas individualidades, casos de Cabayé, Sissoko ou Cissé. Além do mais, falei também no eventual regresso de Ben Arfa, francês que, para mim, é o grande jogador desta equipa e podia ser uma grande ameaça (como se veio a verificar!) caso jogasse.
A entrada no estádio...
Por volta das cinco da tarde, entro num bar praticamente cheio de adeptos das duas equipas. Era a minha última paragem antes de ir para o jogo. Num ecrã gigante, começava o Chelsea frente ao Rubin. Fiquei para ver.
No final do jogo - os adeptos do Newcastle torciam pelo Rubin -, era hora de ir para a bancada. Uma vez que tinha comprado o bilhete no site do Newcastle, não tinha a certeza se iria estar perto dos adeptos do Benfica. Ainda assim, o objectivo principal era ver o jogo e, longe ou perto dos nossos, o importante era disfrutar daquele momento.
Dirigo-me para a porta que o bilhete indicava e o steward, depois de consultar o meu bilhete, pede-me simpaticamente para guardar o meu cachecol do Benfica. Bolas, percebi logo que iria sentar-me numa bancada cheia de ingleses.
Depois de subir um interminável número de escadas, entro no estádio. Pedi a um segurança para me dizer onde era o meu lugar. Prontamente indica-me uma zona para a direita e a fugir da zona de adeptos do Benfica. Curiosamente, reparo que não havia qualquer barreira desde o sitio onde me encontrava até à tal zona reservada aos benfiquistas. Gentilmente pedi ao segurança se podia juntar-me aos adeptos portugueses ao qual ele respondeu-me que não era possível porque o estádio iria encher. Resignado, sentei-me no meu lugar.
Cerca de 10 minutos depois, o mesmo steward chega ao pé de mim e diz-me para eu o acompanhar. Certíssimo. Lá fui eu atrás dele em direcção à claque encarnada. A dada altura, vira-se para mim e, com um sorriso, diz-me: "pode ficar aqui. Divirta-se!". Uau, estou onde quero, pensei de imediato. Voltei a meter o cachecol e estava pronto para a partida.
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