Caros amigos, é com enorme prazer que vos passo a descrever tudo aquilo que tive oportunidade de viver na minha ida a Barcelona, porventura a primeira vez que tive oportunidade de assistir a um jogo do Benfica na Europa. Como devem calcular, nada melhor do que começar a minha aventura europeia num sensacional Barcelona vs Benfica a contar para os quartos-de-final da mais bela competição de clubes em todo o Mundo.
Espero que gostem e se divirtam tanto como eu me diverti desde a partida até à chegada! O resultado foi mesmo a única coisa negativa em toda esta experiência...
A PARTIDA
21h45 (hora portuguesa): mal terminou o Milão - Lyon, jogo em que passou quem menos fez para tal, arrancámos em direcção a Espanha. Eramos sete pessoas, sete benfiquistas que partiam com muita esperança em ver o Benfica fazer mais uma vez história. Diria mesmo que, tirando eu, a confiança era a nota dominante à saída de Leiria.
Percurso: Para esta longa viagem, decidimos alugar uma carrinha de 9 lugares. O conforto e a estabilidade estava assegurado.
Relativamente ao percurso, optámos por sair de Leiria em direcção a Lisboa (A1), depois, saímos em Torres Novas para apanhar a A23. Tivemos de passar em locais como Nisa, Alpalhão, Castelo de Vide até chegarmos à fronteira espanhola.
Já em solo espanhol, passámos por Cáceres, Trojillo e mais umas quantas localidades no sentido de irmos na direcção de Madrid.
Chegando à capital espanhola, fomos em direcção a Zaragoça e, daí, fizemos os últimos kms (aprox. 300) até chegar, finalmente, a Barcelona.
Com algumas paragens pelo meio, o que é certo é que às 10h30 (hora espanhola), já avistávamos o tão desejado Camp Nou.
Primeiras impressões em Barcelona
Mal chegámos a Barcelona, por incrivel que pareça, demos rapidamente com o campo. Não estava muito trânsito e, como tal, foi fácil o acesso ao Estádio.
Chegando ao campo, tentámos rapidamente estacionar o carro. Deparámo-nos com o primeiro problema. Estacionar o carro ao pé do estádio é praticamente impossível. Estando a sensivelmente 9 horas do inicio da partida, o certo é que demorámos mais de uma hora para estacionar o veículo. Ao pé do campo, quem quisesse estacionar, para além de ter de procurar muito bem, tinha de pagar uma vez que a zona circundante do estádio assim o obrigava. Ainda assim, e depois de muito procurar, conseguimos deixar o carro no parque de estacionamento (grátis) pertencente a uma faculdade bem perto do Camp Nou.
Com o carro bem estacionado, a primeira ideia foi de conhecer toda a zona envolvente ao estádio. Passámos por campos de treino (em Espanha também à campos pelados!), pelo pavilhão do Barça que tinha uma enorme fila dado que iria haver jogo de Andebol e, fomos também conhecer a loja do Barcelona. Na mesma, para além de inumeros artigos à venda, para todos os gostos e feitios, pudemos deliciarmo-nos com alguns videos do astro Ronaldinho Gaúcho que era a estrela em todas as televisões de serviço.
Posteriormente, sentámo-nos num café ao pé do estádio. Aí, o ambiente já era bem mais animado e muito mais encarnado. Nesse momento, parecia que ainda estávamos em Lisboa.
Chegou-se a hora de almoço e começou a aparecer a comunicação social. Tvi e Rtp fizeram questão de apadrinhar a nossa chegada a Barcelona. No meio de sorrisos, entrevistas e cânticos, lá conseguimos mostrar a Portugal que nós estávamos presentes onde milhões de portugueses gostariam de estar.
A tarde em Barcelona
A muitas horas do jogo, a ansiedade e o nervosismo começavam a aparecer. Ninguém conseguia esconder o nervoso com que estava a viver aquele momento. O almoço foi completamente ignorado, ninguém tinha vontade de comer o que quer que fosse.
Por volta das duas da tarde, ainda no local adjacente ao estádio, continuei a tirar fotografias. Habilmente, consegui tirar fotos exclusivas a Thiago Motta e ao presidente Laporta. Não que tenha grande importância mas mais ninguém conseguiu tirar essas fotos até porque fui o único que consegui romper o forte dispositivo de segurança.
Nas "ramblas"...
Por volta das 15h00, resolvemos ir até às "Ramblas", uma espécie de Vilamoura de Barcelona com ruas cheias de gente e onde o convivio é garantido.
Para lá, o meio de transporte escolhido foi o Táxi. Na viagem, o condutor era um adepto do FC Barcelona. Como devem calcular, a viagem toda foi marcada pelas conversas sobre o jogo e sobre a selecção portuguesa. Curiosamente, o prognóstico dele era de 2-0 para o Barça. Pelos vistos, escolhemos mal o taxi!
Chegando às "Ramblas", mais parecia que tinhamos chegado ao Estádio da Luz. A confusão era enorme mas, mais uma vez, o vermelho era a cor dominante. Mal saímos do taxi, sentimo-nos logo em casa. Encontrei o meu amigo João Faustino como se estivesse em Leiria a combinar sair com ele para um qualquer sitio.
A confiança (que não era muita à saída de casa), com este ambiente todo, começava a aumentar. Como se não bastasse, até por italianos passámos e estes, adeptos do Perugia, ex-clube de Miccoli, rapidamente nos transmitiram o desejo do Benfica eliminar o Barça com golos do "rato".
À medida que fomos passeando pelas "ramblas", fomo-nos aproximando de Montjuic, localidade pertencente ao rival do Barcelona, o Espanhol. Se o ambiente já estava a favor do glorioso, nesta zona, imensos espanhois (não sei porquê ;) ) mostraram o seu desejo que, obviamente, passava pela eliminação do maior clube da cidade.
De volta ao estádio
Por volta das 17h, decidimos voltar ao estádio. Pensámos em ir de Táxi, de metro ou até mesmo numa carroça de caválos. No meio de tantas indecisões, resolvemos tentar a nossa sorte e arriscar ir de autocarro, num daqueles "transferes" que estão incluidos numa viagem de avião. O certo é que sete artistas entraram num desses autocarros e, bem instalados, só parámos no Camp Nou.
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