segunda-feira, agosto 28, 2006

LIGA BWIN: 1ª Jornada




Resultados:

FC Porto 2-1 U. Leiria

Beira-Mar 2-2 Aves

Braga 2-1 Paços Ferreira

Sporting 3-2 Boavista

Naval 2-0 Estrela Amadora

Maritimo 1-0 Nacional

Setúbal 1-1 Académica

Benfica vs Gil Vicente/Belenenses (adiado)


ANÁLISE

Começou este fim-de-semana a Liga Portuguesa, agora designada por BWIN. Porto, Sporting e, por que não acrescentar também, Sporting de Braga, entraram no campeonato a ganhar, isto apesar de terem sentido algumas dificuldades em alcançar o triunfo, tal como o proprio resultado o demonstra. Devido aos problemas por todos já conhecidos, o Benfica não pôde estrear-se na Liga, algo que em termos puramente desportivos acabou por ser uma boa noticia já que os encarnados iriam apresentar-se bastante desfalcados para este encontro.

PORTO vs LEIRIA



O jogo de abertura reservou-nos um interessante FC Porto - U.Leiria. Jesualdo Ferreira apresentava-se aos adeptos dos dragões e logo com um teste nada fácil. Tal como o ano passado, Jesualdo entrava no campeonato contra o Leiria, uma equipa sempre incómoda que explora muito bem o contra-ataque, algo que poderia causar algumas dificuldades ao sistema de 3 defesas do FC Porto.
Até ao primeiro golo do Porto, as dificuldades da equipa da casa foram evidentes. O Porto mostrava-se bastante ansioso e algo lento nas transposições defesa-ataque. Já o Leiria, apesar de relativamente organizado defensivamente, mostrava-se um conjunto muito precipitado quando tinha a bola não conseguindo por isso accionar o contra-ataque.
Após uma excelente jogada individual de Tarik pelo flanco esquerdo, chegou o primeiro golo do Porto, um excelente golpe de cabeça por intermédio de Adriano, um avançado que continua a mostrar toda a sua qualidade mesmo actuando sozinho no eixo do ataque. Sem estar a justificar muito o golo, a verdade é que a meio da primeira parte o Porto adiantava-se no marcador e desbloqueava algum tipo de pressão que estava já a ser transmitida por parte dos adeptos.
A partir do golo e até final da primeira parte, só deu Porto. Lucho González e Andersson tinham mais espaço para ter a bola e, com mais facilidades em ler o jogo, os ataques do dragão saíam bem mais elaborados, com mais objectividade e classe. Depois, apareceu Ricardo Quaresma. Trinta e tal minutos que passou ao lado do jogo e, de repente, eis que aparece toda a magia do "Harry Potter" num lance de grande arte culminado com um remate feliz mas colocado, não dando hipótese a Bruno Vale. Mesmo à beirinha do intervalo, estava feito o segundo do Porto, resultado que dava grande tranquilidade aos azuis para o segundo tempo.



Na etapa complementar a história do jogo foi outra. Domingos Paciência, na sua estreia oficial como treinador, mostrou alguma qualidade na interpretação do jogo. Muitos treinadores lançariam atacantes em busca de um resultado mais animador e, possivelmente, acabariam sendo goleados no dragão. Ora, Domingos, analisando a primeira parte, entendeu que era no meio-campo que estava a perder o jogo. Lucho e Andersson jogavam à vontade, Raúl Meireles, sem grandes preocupações defensivas, integrava-se muitas vezes em acções ofensivas à procura do desequilibrio. Pois bem, Domingos lançou Paulo Gomes e Cadú da Silva tirando do jogo o apagado Harisson e o inconsequente Paulo César. Com estas alterações, Faria, o médio defensivo, tinha agora a companhia de Paulo Gomes permitindo a Paulo Machado jogar no campo todo, sem preocupações defensivas. Lá na frente, Sogou e Touré, sem posições, procuravam baralhar as marcações dos defesas portistas.
Com efeito, neste segundo tempo, vimos um Leiria muito melhor organizado e com mais dimensão ofensiva. Por outro lado, Andersson e Lucho, agora muito melhor vigiados, foram perdendo fulgor e acabaram mesmo por ser substituidos dado a sua pouca produtividade no segundo tempo.
Aos 66 minutos, o Leiria chegou, com justiça, ao golo. Sogou foi o marcador e trazia ao jogo maior incerteza no vencedor final.
Com o golo da União e com o receio de uma igualdade, o Porto teve de mostrar o porquê de ser o campeão nacional. A experiência e maturidade dos seus jogadores fizeram com que o resultado final não mais fosse beliscado. Entra assim da melhor forma Jesualdo Ferreira no campeonato, isto apesar de não ter efectuado uma grande exibição.

SPORTING vs BOAVISTA



O Sporting entrou a ganhar no campeonato, isto apesar de ter conhecido enormes dificuldades. Não fosse um minuto de sonho e um herói improvável e estariamos perante o primeiro deslize da equipa leonina no campeonato.
O jogo conheceu duas fases bem distintas. Num primeiro tempo, vimos um Sporting muito apático e com os seus principais jogadores profundamente apagados. Em termos defensivos, Abel e Custódio estavam numa noite perfeitamente desastrada, a nível ofensivo, João Moutinho revelava-se esforçado mas pouco produtivo à direita, Carlos Martins e Romagnoli nem sequer possibilitavam aos adeptos um eventual aplauso ou assobiadela, Liedson e Carlos Bueno, no eixo do ataque, mostravam uma distância a nível de processos.
A jogar de uma forma bastante descontraida, o Boavista adiantou-se no marcador através de um grande golo de Zé Manuel de fora da área, isto depois de um brinde de Custódio. Na altura ainda nenhuma das equipas havia assustado qualquer um dos guarda-redes mas, a coesão defensiva boavisteira e o à vontade com que estava a jogar em Alvalade, permitiu-lhes chegar à vantagem sendo a mesma um prémio para o trabalho realizado pelo conjunto nortenho no primeiro tempo.
Ao intervalo, vantagem do Boavista que só surpreendia quem não estava a assistir ao encontro.



No segundo tempo, o jogo foi outro. Apoiado num tendencioso Lucilio Baptista, o Sporting arrancou para uma exibição muito mais convicente. O Boavista embora aqui e ali prejudicado, revelava-se uma equipa muito curta em termos ofensivos. Assim sendo, esperava-se o golo do Sporting mais minuto menos minuto. Paulo Bento, como sempre, leu muito bem o jogo e mexeu muito bem na equipa. Abel e Custódio estavam numa noite não e, ao intervalo, ficaram nos balneários em detrimento de Ronny e Nani. Marco Caneira passou a ser o lateral direito leonino e Ronny e Nani assumiram todo o flanco esquerdo. Neste segundo tempo, também Moutinho subiu de rendimento, curiosamente, depois da sua passagem para o meio do terreno onde, efectivamente, se sente outro jogador.
No primeiro quarto de hora da segunda parte, vimos um Sporting mais objectivo, com melhores trocas de bola e mais rematador. O único problema prendia-se com a zona de finalização. Liedson não estava no seu melhor e mostrava-se pouco entrosado com Carlos Bueno. Pois bem, Paulo Bento, mais uma vez, detectou o problema leonino e rapidamente lançou em campo Deivid para o lugar do uruguaio. Ora, nesta coisa das substituições é preciso sorte e foi essa mesma que acompanhou o técnico leonino. Deivid, 5 minutos de pois de entrar em campo, resolveu o encontro. Primeiro, numa assistência de grande qualidade para o remate colocado de Nani, também ele uma substituição feliz de Bento. Como se não bastasse, um minuto depois, foi o proprio Deivid a finalizar, num excelente golpe de cabeça, isto depois de um cruzamento da direita, imagine-se, de Ronny, também ele uma cartada feliz do treinador do Sporting. O Sporting apresentava-se pela primeira vez em vantagem no marcador e, poucos minutos depois, em vantagem numérica dado que Ricardo Sousa, poucos minutos depois de entrar em campo, decidiu perder a cabeça e agredir Carlos Martins.
Até final, o jogo foi morno sendo que o epilogo do mesmo contou com dois golos e alguma intranquilidade leonina. Aos 90 minutos, Deivid bisou e despediu-se dos adeptos leoninos (vai para a Turquia); aos 92, Zé Manuel ainda causou alguma estranheza no resultado ao fazer o seu segundo golo num lance em que Ricardo não ficou bem na fotografia.
O que fica para a história é a primeira vitória do Sporting no campeonato, triunfo esse que se aceita pela segunda parte de grande qualidade por parte dos leões.

OS MAIS DOS RESTANTES JOGOS:



Falar dos outros jogos da primeira jornada sem falar de Mário Jardel seria de todo impossível. O brasileiro, apesar de bastante pesado, voltou a fazer aquilo que, no fundo, todos nós lhe reconhecemos: uma enorme capacidade em fazer golos. Jardel, como nos velhos tempos, fez um grande golo de cabeça, golo esse que deu o empate do Beira-Mar frente ao Aves. Ao contrário do que acontecia no passado, Jardel não resolveu mas ajudou a resolver, algo que, a repetir-se, vai certamente trazer muitas alegrias ao conjunto aveirense.

De destacar também o triunfo do Maritimo frente ao Nacional, naquele que é o Benfica vs Sporting da Madeira. Num jogo interessante e bastante bem disputado se tivermos em conta que estamos no principio do campeonato, o Maritimo acabou por ser a equipa mais feliz. O Nacional, por aquilo que fez durante todo o jogo, talvez justificasse um empate.

Um golo de Geraldo na própria baliza e ao cair do pano deu um triunfo bastante suado ao Sporting de Braga. Os minhotos, a jogarem em casa, sentiram enormes dificuldades para bater um Paços de Ferreira muito bem organizado defensivamente. Carvalhal entrou a ganhar no campeonato. A ver vamos até onde vai este Braga.

No jogo que fechou a jornada, Setúbal e Académica empataram a uma bola. Nandinho abriu o activo para o Setúbal e Helder Barbosa fez o tento dos estudantes naquele que foi o GOLO DA JORNADA.

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