terça-feira, agosto 01, 2006

Benfica perde em Atenas...



QUARTA DERROTA NA PRÉ-TEMPORADA



Assim não! Mais um jogo do Benfica e mais uma derrota, a quarta na pré-época, a terceira consecutiva. Depois de ter perdido com Sporting e Corunha, o Benfica voltou a desiludir, desta feita perante o AEK de Athenas, ex equipa de Fernando Santos e Katsouranis. Mais do que a derrota, custa ver a forma como os encarnados (não) jogam, custa ver como o sumo extraido deste mês e pouco de trabalho é diminuto.

Para este encontro, Fernando Santos fez algumas alterações em relação aos últimos jogos. Quim voltou a ser titular o que, na minha opinião, é uma excelente noticia. Se a opção de Santos passar por qualquer guarda-redes menos Moretto é optimo. Na linha defensiva, Nélson ganhou a corrida a Alcides e Ricardo Rocha a Anderson. Mais uma vez, a minha total aprovação.
No meio campo, Fernando Santos alinhou com Petit e Katsouranis no miolo e Rui Costa como organizador de jogo. Depois, penso eu que Karagounis tinha a função de jogar como falso médio esquerdo e Manu na frente com Nuno Gomes mas com tendência a descair para o flanco direito. Segundo o que percebi, era mais ou menos assim que o Benfica entrava em campo.

Numa breve análise ao encontro, podemos começar por falar da vergonhosa primeira parte que o Benfica realizou. Se dúvidas existissem, neste jogo ficaram totalmente desfeitas. O Benfica não funciona neste sistema de 4-4-2 em losangulo. Aliás, creio que Fernando Santos não vai jogar assim para a semana com o Austria de Viena, pelo menos, com a prematura alteração de Karagounis por Paulo Jorge, cedo mostrou que parece cada vez mais claro que este sistema tarda em dar frutos. Como tal, e quanto a mim bem, o melhor é voltar ao sistema de 4-3-3, táctica essa em que grande parte dos jogadores estão mais familiarizados.
Este assunto do possível 4-3-3 com alas leva-nos a outra questão. Com as saídas de Simão e Geovanni, fica claro que o Benfica não tem jogadores para jogar dessa forma. Manú foi um jogador bastante voluntarioso neste jogo e mostrou ter valor para acrescentar algo ao futebol do Benfica mas, sinceramente, creio que, nesta altura, é o único jogador capaz de desempenhar com alguma capacidade uma posição de extremo. Paulo Jorge, autor do único golo encarnado, esforçou-se muito, fez porventura o seu melhor jogo com a camisola do Benfica mas, como é natural, está muito longe de ser um sucessor à altura de Simão. Ou seja, o Benfica é, hoje por hoje, uma equipa profundamente desequilibrada. Se o sistema de 4-4-2 em losangulo funcionar, muito bem... caso contrário, o Benfica não tem praticamente mais nenhuma solução.

Depois, há outra questão. Katsouranis ainda não mostrou ser reforço, joga muito parado e para trás e Petit ainda não está sequer a 50% da sua capacidade. Se tivermos em conta que Rui Costa já não é um jovem e que já não tem frescura para defender, o que salta à vista é um autêntico buraco no meio-campo. E depois há ainda a situação das alas. Viu-se inumeras vezes na primeira parte jogadores como Manú, Karagounis e o proprio Nuno Gomes perto da sua própria grande área. Ou seja, a equipa recuperava a bola e não podia fazer a transição defesa-ataque.

No primeiro tempo, a superioridade do AEK foi total. O Benfica não criava perigo, jogava de forma bastante lenta e quase sempre pelo centro do terreno. Só Manú mostrava uma velocidade diferente.
Se é verdade que o AEK não tinha feito muito para chegar ao primeiro golo, o que é certo é que a partir desse momento, as ocasiões foram aparecendo com frequência e daí até à goleada foi um instante. Foram três golos sem resposta na primeira meia hora e até podiam ter sido mais.
Aos 44 minutos, quando nada fazia prever, Manú arrancou pela direita, tirou um bom cruzamento ao segundo poste onde encontrou a cabeça de Paulo Jorge para o único golo do Benfica no jogo. Só para terem uma ideia da exibição encarnada, esta foi mesmo a única situação de golo em todo o encontro o que equivale a dizer que a eficácia vermelha foi de 100%.

No segundo tempo, Alcides e Anderson formaram a dupla de centrais, sendo que a táctica de 4-3-3, que tinha surgido a meio do primeiro tempo com a inclusão de Paulo Jorge em detrimento de Karagounis, continuou a ser a aposta de Fernando Santos. Nuno Gomes era a única referência no centro do ataque.
A segunda parte não foi grande coisa. As muitas substituições efectuadas por ambos os lados tiraram ainda mais qualidade ao jogo. Ainda assim, vimos um Benfica melhor, não que tenha sido mais perigoso mas pelo menos mostrou maior organização. As alas estavam melhor preenchidas e no miolo havia menos confusão e um maior encaixe nas marcações.
Gostaria de tentar aqui e ali revelar algum detalhe positivo deste ou daquele jogador mas sinceramente é dificil. O melhor que se pode dizer desta segunda parte é que foi menos má que a primeira. Léo e Nélson tiveram maior intervenção nas acções ofensivas, Petit também subiu um pouco, Paulo Jorge tentou mostrar serviço assim como Fonseca que jogou 15 minutos mas, no cômpto geral, a exibição foi muito fraca e deixa profundas preocupações para o futuro.

Em jeito de conclusão, diria que pelo que se tem visto nestes jogos de preparação, é necessário reforçar o plantel, fundamentalmente, nas alas. Léo, por exemplo, é a única opção para a lateral esquerda e, nos extremos, a equipa poderia sofrer um ligeiro ajuste dado que é praticamente certo que Simão vai sair do Benfica.
A ver vamos o que o futuro nos reserva. Uma coisa é certa, os problemas são evidentes mas ainda estamos a mais que tempo de remediar os mesmos. É bom que se cometam agora todos os erros para que quando for a doer a máquina esteja afinada. Longes são os tempos das eufóricas pré-temporadas encarnadas que depois tinham desfechos profundamente tristonhos no final das épocas. SERÁ A HISTÓRIA AO CONTRÁRIO?

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