BENFICA 2-1 U.LEIRIA
"SÃO PEDRO MATA LEIRIA"
O Benfica venceu esta noite o Leiria e seguiu, tal como o Sporting que venceu o Rio Ave, para a próxima eliminatória da Taça de Portugal.
Eu diria que a história deste jogo apenas se pode resumir a 45 minutos já que, no primeiro tempo, não houve futebol. O futebol do Benfica ficou marcado pelo ritmo bastante baixo do jogo, sem ideias e sem grandes soluções a nível ofensivo; a estratégia do Leiria foi nitidamente de não deixar o Benfica criar grandes situações de golo e com um forte povoamento do meio-campo, gerir a posse de bola. Depois, lá na frente, o senegalês Sogou tinha a missão de num lance fortuito fazer a diferença.
Com a falta de interesse do Leiria em animar o jogo e com a ausência de pressão por parte dos encarnados em buscar o resultado desde cedo já que, o empate aos 90 minutos, ao contrário do campeonato, não implicaria a perda de pontos, assistimos a uma primeira parte miserável de ambas as partes.
No segundo tempo, a história foi diferente. Creio que o Leiria, ainda que de forma não propositada, acabou por tomar o seu próprio veneno.
Com um ritmo de jogo baixo e sem vislumbros de um golo para qualquer lado, a verdade é que num lance de bola parada o Leiria inaugurou o marcador, golo esse que teve o condão de fazer acordar o Benfica. Se a ideia de Domingos era ter paciência na partida, o golo de Harisson, embora benéfico para o Leiria, fez com que a estratégia do técnico viesse por água a baixo dado que, a partir desse importante momento, o Benfica reagiu e dominou por completo o jogo.
Na minha óptica, a entrada de Mantorras para o lugar do apagado Manú também foi deveras importante para o desfecho final do jogo. O angolano juntou-se a Nuno Gomes no eixo do ataque e permitiu, desde logo, uma subida de rendimento do internacional português e uma maior atrapalhação na zona central da defensiva unionista, defesa que, até então, estava a ter uma noite perfeitamente tranquila.
Ora, depois de tanta insistência, aos 80 minutos chegou o inevitável. Livre de Simão e a bola na baliza de Fernando. Fica a dúvida se Nuno Gomes ainda terá desviado o esférico. Na minha opinião, o golo é mesmo do capitão.
Até final, assistimos a um jogo de sentido único com a equipa benfiquista a fazer de tudo para evitar o prolongamento. Mais do que o golo da vitória de Mantorras, um golo algo feliz já que a bola depois de sofrer uma ligeira tabela acabou por sobrar para o internacional angolano, importa salientar a forma louca mas calculada com que a equipa encarnada se lançou no ataque após os golos. Conhecendo a forma muito bem conseguida como o Leiria joga em contra-ataque, foi espectacular a maneira como o Benfica conseguiu apresentar tantas unidades a rondar a área de Fernando e, ao mesmo tempo, ter a capacidade para anular as investidas das flexas Touré e principalmente Sogou.
No final, um triunfo feliz mas justo do Benfica que apenas só encarou a partida com a devida seriedade aquando do golo de Harisson. Quanto ao Leiria, com a sua estratégia, conseguiu anular bem as investidas encarnadas, nomeadamente com uma boa cobertura nas alas mas, a meu ver, podia ter sido um bocado mais inteligente a dada altura do jogo já que, uma vez em vantagem, poderia e deveria ter explorado a sua melhor arma ao invés de cedo se preocupar em segurar o resultado.
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