quinta-feira, junho 14, 2007

Sub-21: Portugal derrotado pela Holanda



"Sessenta minutos vergonhosos ditaram derrota e possível afastamento do Europeu"

HOLANDA 2-1 PORTUGAL



É caso para dizer que quem joga como Portugal jogou na primeira hora de jogo só merece perder. Couceiro quis controlar o jogo desde o ínicio fazendo alinhar Ruben Amorim no meio-campo em detrimento de Yannick mas a verdade é que a equipa lusa nunca se organizou e permitiu sempre aos holandeses dominarem as operações.

Antes de falar propriamente sobre a selecção portuguesa, gostaria de deixar algumas notas sobre o que me pareceu a Holanda. Desde logo, de referir a exibição de dois jogadores: Maduro, o médio defensivo e Drenthe, o extremo. Maduro mostrou uma cultura táctica muito interessante, revelou bom jogo aéreo e foi determinante na ajuda aos laterais e ao eixo da defesa. Com um grande pulmão, foi, sem dúvida, uma mais valia no meio-campo laranja.
Em relação a Drenthe, confesso que fiquei maravilhado com a qualidade deste jogador. Rapidez, qualidade técnica, capacidade de drible quer à esquerda quer à direita, Drenthe foi, de longe, a figura do jogo. Se Couceiro conhecesse bem a selecção holandesa, nunca teria colocado Amoreirinha (uma lentidão!) como lateral direito.

Ainda que tenha gostado do futebol atacante e rápido da Holanda, na minha opinião, esta selecção poderia estar ao alcance de Portugal se Couceiro não tivesse jogado para o empate. O treinador português tem de se convencer que não está a treinar o Alverca e, com uma selecção com tanta qualidade e talento, tem obrigação de apresentar um futebol mais profundo e objectivo. Quando procurou ganhar o jogo, viu-se a verdadeira qualidade dos nossos sub-21.

Numa breve análise ao jogo, parece-me que o resultado acaba por ser justo. A Holanda dominou por completo a primeira parte, sendo que, na minha maneira de ver, esse dominio foi praticamente oferecido pela selecção portuguesa que praticamente renunciou atacar.
Na segunda parte, os primeiros minutos mostraram uma Holanda mais na expectativa e uma equipa portuguesa sem soluções ofensivas. Hugo Almeida estava muito desapoiado, Nani, tal como no primeiro jogo, foi uma autêntica nulidade e Amorim e Manuel Fernandes anulavam-se mutuamente.
Quando Couceiro se apercebeu que era preciso mudar algo e era necessário colocar gente rápida e móvel no ataque, tivemos efectivamente Portugal. Varela substituiu o apagado Amorim e, de repente, vimos a selecção perto da área laranja e a incomodar Vermeer. Portugal lutou, mostrou outra atitude mas, contra a corrente, foi a Holanda quem marcou. Drenthe, quem mais, foi à linha de fundo, cruzou e Rigters facturou. Estava feito o segundo e praticamente definido o vencedor da partida.
Com o orgulho ferido, a equipa portuguesa ainda tentou reagir e conseguiu encurtar distâncias através de um grande golo de Miguel Veloso na cobrança de um livre directo.
Até final, Portugal tentou mas nunca conseguiu verdadeiramente incomodar a defesa holandesa que controlou bem as operações até final.

Parece-me que Holanda e Bélgica vão seguir em frente para as meias-finais o que se aceita perfeitamente dado àquilo que ambas mostraram nestes dois primeiros jogos e, em oposição, dado àquilo que Portugal não mostrou.

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