quinta-feira, fevereiro 17, 2011

LIGA EUROPA EM ANÁLISE




Das quatro equipas portuguesas que entraram hoje em campo, só o Braga deixou a eliminatória mais para o lado do seu adversário. Saldo postivo para as contas portuguesas, com particular destaque para a sensacional vitória do Porto no terreno do Sevilha.

Começando pelo Porto, confesso que não me surpreendeu minimamente este triunfo. O Porto é mais equipa, está melhor sob ponto de vista psicológico e tem um traquejo internacional que lhe permite suportar ambientes terríveis (como o de hoje, por exemplo). É verdade que o resultado é bastante cruel para aquilo que o Sevilha fez mas, diga-se de passagem, o Porto soube sofrer, foi inteligente na forma como, criteriosamente, explorou os espaços atrás deixados pelo seu rival e, o factor principal, foi eficaz. Por conseguinte, creio que a eliminatória está praticamente arrumada, ainda que o Sevilha tenha argumentos ofensivos para vir marcar dois golos ao dragão.

Em Glasgow, a felicidade sorriu também ao conjunto português. Um golo no último minuto é sempre saboroso e quando se trata de um jogo fora e a duas mãos, ainda mais motivador se torna para quem o marca. Matias Fernandez deu (finalmente) uma alegria aos adeptos leoninos que, depois de muito terem sofrido no segundo tempo, acabaram o jogo com a sensação de vitória e de uma eliminatória muito bem encaminhada. Depois de uma primeira parte equilibrada, diria que o Rangers fez, na segunda, muito mais para lograr a vitória. Ainda assim, tal como o Porto, o Sporting soube sofrer e soube procurar a sorte. Não é fácil jogar com equipas escocesas - sobretudo no seu campo - e mais difícil o é na situação em que o Sporting se encontra. Como tal, pela forma humilde e determinada com que encarou o jogo, pela forma atrevida com que Paulo Sérgio encarou o Rangers depois de se ver a perder (substituições de pendor ofensivo), creio que ficou bem a felicidade que o Sporting encontrou ao cair do pano.
Para terminar, de registar o regresso de Matias Fernandez aos golos, jogador que aprecio particularmente. Tudo em aberto mas com uma segunda mão em que o Sporting tem tudo para carimbar a sua passagem (atenção a Weiss, um jogador de enorme qualidade, tal como já havia demonstrado no mundial ao serviço da Eslováquia).

Sobre o jogo da Luz, mais uma vitória do Benfica num jogo em que o Estugarda surpreendeu pela positiva. Grande primeira parte do conjunto alemão, com boa ocupação dos espaços, não deixando o Benfica jogar e procurando rápidos contra-ataques de forma a surpreender a defensiva encarnada.
Confesso que fiquei impressionado com o japonês Okazaki, jogador que se estreou no Estugarda mas que parecia já lá jogar há muito tempo tal a forma como ajudou Molinaro a defender e ainda teve argumentos para criar perigo no flanco esquerdo do ataque alemão. Muito boa exibição, de facto.

Quanto ao Benfica, muita desinspiração na primeira parte - Aimar não apareceu e as alas não tiveram a mesma vivacidade que no domingo passado -. Já no segundo tempo, tudo foi diferente. O rolo compressor voltou a aparecer e o Estugarda foi obrigado a recuar e a sofrer. Aimar cresceu, Jara apareceu um pouco mais, o próprio Gaitán envolveu-se mais no jogo e os laterais conseguiram explorar mais os respectivos flancos. Assim sendo, a equipa teve mais bola, ganhou mais cantos, criou mais oportunidades - na primeira parte não teve uma ocasião de golo - e, de forma natural, os golos foram aparecendo. Foram dois mas mais poderiam ter surgido. Valeu o guarda-redes do Estugarda e a fraca pontaria dos atacantes benfiquistas.
Pela segunda parte, nada a dizer do resultado. O Benfica mereceu o triunfo e parte para a segunda mão em vantagem. Não se afigura tarefa fácil mas, com mais espaços, a armada argentina também poderá fazer mais mossa.

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