sexta-feira, janeiro 18, 2013

ROLOU UM (C)LIMA



Estou apaixonado por este Benfica. Futebol ofensivo, apoiado, com muita criatividade e dinâmica, com alegria e sempre com golos. Tem sido assim a regra, para gaudio do adepto encarnado. 

Ainda antes de uma breve análise ao jogo, duas notas que me deixam algo apreensivo. A primeira diz respeito a Aimar. Espero sinceramente que a história do Dubai não passe de um rumor. O Benfica ainda precisa do Pablo e eu, como benfiquista e fã de quem sabe tratar a bola com requinte, preciso desse bálsamo. O seu lugar é em Lisboa e ponto final.
A segunda nota vai para o impasse na renovação de Jorge Jesus. Independentemente do que venha a acontecer daqui até final, acho que Vieira deveria continuar a apostar no técnico português. É curioso que, na minha opinião, Jesus conseguiu melhorar pormenores onde era visivelmente mais fraco no passado. Está melhor na comunicação onde mostra menos vaidade e arrogância; está menos teimoso; e fundamentalmente está a gerir melhor o grupo de trabalho, com maior rotatividade. Bem sei que há muitos benfiquistas contra a continuidade de Jesus (deviam preferir o futebol dos Quiques ou dos Koemans) mas eu sou daqueles que o defendo e, portanto, reitero que é a melhor escolha para o futuro do clube.

Sobre o jogo, Jesus voltou a apresentar o mesmo sistema, muito embora com 3 alterações: Luisão no lugar de Garay, André Almeida no de Maxi e Ola John por troca com Gaitan. Aliás, o técnico encarnado tem utilizado quase sempre esta táctica com dois avançados. E é por aí que pego. Imaginem que Jesus tinha utilizado André Gomes ou Martins frente ao Porto, retirando um dos avançados? Em caso de derrota, iria seguramente ser condenado porque: 1) mudou com o Porto revelando medo ; 2) tirou Lima, um dos avançados em melhor forma na equipa; 3) ridículo, tirou Cardozo depois de tantos golos consecutivos  ; 4) estando a equipa moldada para jogar num sistema de 2 avançados, como é possível voltar ao 4x2x3x1 em casa. Portanto, qualquer sistema que utilizasse, Jesus iria ser criticado. 
Volto a repetir, depois de ver o jogo, teria efectivamente apostado no 4x2x3x1 com o Lima na frente mas não condenei antes e nem critico agora as opções de Jesus. O jogo não foi conseguido - ao contrário deste - mas a regra tem sido esta (a de bom futebol), contrariando a excepção do jogo do fim-de-semana.

Passeio do Benfica em Coimbra. Equipa soltinha, com um pressing alto e com ambos os flancos activos. Naturalmente que marcar cedo também ajudou e, por conseguinte, a goleada foi perfeitamente natural. 

Ainda antes dos destaques, uma pincelada sobre o último golo, o de Sálvio. Gosto de Cardozo, isto apesar de não ser o típico avançado que me enche as medidas. É eficaz à sua maneira e dentro da área é do melhor que anda por terras lusas. A questão é que, a meu ver, acho que, a dadas alturas, a equipa poderia ainda dar mais caso Jesus optasse por Lima (ou Rodrigo) sozinho na frente e um meio-campo mais móvel e criativo. Aquele último golo, com Martins, Gaitán e Sálvio a tabelarem deixou-me água na boca.  Volto a dizer aquilo que já havia referido num post anterior: gostava imenso de ver este Benfica com aquele quarteto de argentinos (Nico, Enzo, Aimar e Sálvio) à frente de Matic e nas costas de Lima. Meu Deus, nem quero pensar no perfume...

DESTAQUES:

- MVP: Lima. Que bombardeiro. Com as devidas distâncias, faz-me lembrar Benzema. Chuta de esquerdo, chuta de direito, tem qualidade técnica, consegue fazer golos de cabeça, joga bem de costas para a baliza, respeita as tabelas do seu companheiro, sabe jogar sozinho na frente ou acompanhado... enfim, um grande reforço e um dos responsáveis por esta grande campanha do Benfica.

- Luisão. Regressou e nem se notou que vinha de prolongada ausência. Obviamente que a Académica também não incomodou muito mas a verdade é que mostrou presença e revelou a habitual inteligência na ocupação dos espaços. 

- Sálvio. É um jogador extraordinário. Corre que se farta, leva porrada como se não houvesse amanhã, mas o que é certo é que nunca se esconde do jogo e raramente deixa de "correr para trás", algo que acontece a muito e bom extremo por essa Europa fora. Fisicamente parece-me bem e, pelos vistos, a Jesus também. É que, mesmo com a goleada, o técnico fez questão de o deixar em campo, tirando Ola John, jogador com mais horas de descanso nas pernas.

- André Almeida. Certinho a defender. Chamem-me o que quiserem mas eu para os grandes jogos e para partidas fora da luz, optava por ele em detrimento de Maxi. Há muito que venho chamando a atenção para o buraco que o uruguaio é a defender (parece que finalmente a critica "me começa a dar razão") e, como tal, o português merece mais crédito neste momento.

 Não que morra de amores pelas taças mas já que estamos nas meias-finais desta, que seja para ir ao jamor e vencer!

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