quinta-feira, março 12, 2009

INCOMPREENSÍVEL



Há coisas que, sinceramente, me fazem confusão. Já lá vamos. Primeiro, há que destacar a excelente postura do FC Porto nesta eliminatória frente ao Atlético de Madrid. No conjunto dos dois jogos, não restam dúvidas: o Porto foi claramente superior à formação espanhola e até parece estranho o facto da equipa portuguesa não ter conseguido nenhuma vitória nestes oitavos-de-final. Ainda assim, o objectivo foi cumprido.

Acho incompreensível a não inclusão de Diego Fórlan no onze inicial, aquele que, quanto a mim, é, actualmente, o jogador em melhor forma no Atlético. Naturalmente que a estratégia de Abel Resino passaria por controlar o jogo a meio-campo numa primeira fase (daí o 4-3-3 em detrimento do habitual 4-2-4) para mais tarde tentar ganhar o jogo no seu habitual sistema. Dizer ainda que também é fácil analisar estratégias e opções à posteriori . Mesmo assim, atrevo-me a dizer que foi um completo disparate esta opção do antigo guarda-redes dos colchoneros.

Em primeiro lugar, bem ou mal, este Atlético está rotinado para jogar em 4-2-4 (e com Maxi na ala e não no meio como foi o caso). Não tenho presente todos os jogos do Atleti mas não me lembro de, nesta temporada, ter visto Aguero ou Fórlan no banco de suplentes. É possível que tenha acontecido numa ou noutra ocasião mas a regra claramente não é essa.

Depois, Fórlan havia sido peça chave frente a Barcelona e Real Madrid não só por aquilo que havia criado em termos ofensivos mas também pelo facto de encostar sempre no trinco do adversário, funcionando como mais uma unidade importante, isto em termos defensivos - algo que o novo treinador introduziu já que com Aguirre Fórlan jogava lado a lado com Kun -.

Finalmente, para além da equipa (e particularmente Kun Aguero) estar rotina a jogar com duas referências no ataque, há aqui um dado que me parece fundamental nesta história: o Atlético necessitava imperativamente de ganhar. Não havia outro resultado possível (era pouco provável a igualdade a três bolas). Ou seja, percebia-se esta estratégia de contenção se estivéssemos, por exemplo, a falar da primeira mão dos oitavos-de-final e fora de casa. Neste contexto de tudo ou nada, como disse e repito, não percebi.

Por tudo isto e por muito mérito do Porto, a eliminatória acabou por sorrir aos portugueses. Mais uma vez ficou demonstrado que a marca Porto já tem muita força na Europa. Até pode vir a cair nos quartos-de-final mas, atenção, quem quer que venha não pense que a passagem está garantida. O Porto revela organização, inteligência e simplicidade de processos e, tal como as grandes equipas, tem duas ou três unidades que, a qualquer momento, podem resolver partidas.

PS: Acertei 7 das 8 equipas que estão nos quartos-de-final. Pois, só no Rolabola é que nada...

1 comentário:

Anónimo disse...

7 em 8 é obra amigo Rocha, só falhaste foi no Sporting...