terça-feira, outubro 23, 2012

ALERTA VERMELHO


Dois pontos prévios:

1. Não serve de desculpa mas jogar num sintético não é, de todo, o mesmo que jogar num relvado normal. Por experiência própria, recordo-me de ter perdido contra uma equipa por 6-2 num sintético e depois vencer confortavelmente em casa por 5-1. É diferente, muito diferente. O desgaste em sintético é maior e a bola corre que se farta. Neste particular, a equipa do Benfica demorou muito a adaptar-se.

2. Tanto alarido ouvia em relação a Melgarejo a defesa esquerdo (aparentemente deixou de ser tema de conversa) e não vejo ninguém a salientar o buraco que é Maxi Pereira. Já não é de hoje. Maxi tem uma alma e um pulmão notáveis mas em jogos onde a equipa defronta equipas de um nível médio-alto, não dá para jogar com o uruguaio de início. Jorge Jesus tentou fazer isso na primeira temporada com Rúben Amorim a jogar os jogos fora da champions mas essa situação foi-se esfumando com o tempo. Quando Jesus diz em plena conferência de imprensa que André Almeida é melhor defensivamente que Maxi, creio que estamos conversados a este respeito. 

Pormenores à parte, confesso que fiquei surpreendido com o Spartak no primeiro tempo. Equipa móvel e de processos simples. À cabeça, Jurado e Ananidze. Jogadores muito bons tecnicamente, sem dúvida. Depois, tivemos Ari, um avançado possante e que arrasou completamente a defesa do Benfica. A juntar a tudo isto, as constantes subidas do lateral esquerdo Kombarov.

No Benfica, confirmou-se aquilo que suspeitava: as ausências de Nolito, Martins e Aimar fizeram-se notar. Sem os dois médios-centro, Jesus quase que foi obrigado a colocar Rodrigo de início. Para um jogo deste nível, claramente um risco. A equipa ficou mais exposta e Matic e Enzo não conseguiram segurar os 4 homens (Jurado, Ananidze, Carioca e Kallstrom) que muitas vezes apareciam na zona central do terreno. Quanto a Nolito, também fez falta porque Jesus sabia que não iria ter Nico para o jogo todo e, portanto, optou por lançar Bruno César de início. Jogador miserável este brasileiro. Sem velocidade, sem capacidade técnica, sem chama, zero. Felipe Menezes ao pé do "gordo" era um craque.

Se a primeira parte foi sofrível, a segunda foi melhor. Naturalmente que o Spartak também recuou mas o Benfica, ainda que de forma atabalhoada, procurou com mais assertividade o golo. Teve algumas boas ocasiões mas faltou eficácia e um maior discernimento dos homens da frente. Cardozo e principalmente Nico Gaitán trouxeram outra alma ao ataque mas não chegou. As contas ficaram agora muito complicadas. Há que vencer os dois jogos em casa e fazer contas. De mal o menos, esta derrota com um golo marcado fora (mais um de Lima!), deixa boas perspectivas no que concerne ao confronto directo.

PS: Rooney, Kagawa, Van Persie e Chicharito de início e Carrick a central. O velho passou-se de vez!

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