quinta-feira, março 29, 2007

Euro2008: Portugal empata na Sérvia

SÉRVIA 1-1 PORTUGAL



Portugal não foi além de um empate a uma bola na Sérvia, num jogo em que a equipa lusa podia ter conquistado os três pontos. Mais uma vez, a equipa técnica preferiu jogar pelo seguro e, por conseguinte, conservar o ponto conquistado fora de casa em vez da possibilidade de ir para cima do adversário em busca da totalidade dos pontos. Boa política ou não, isso só o poderemos dizer no final da qualificação. A mentalidade pequena e conservadora do seleccionador, com alguma sorte e talento à mistura, tem dado os seus frutos. Como tal, há que acreditar que, mais uma vez, a nossa senhora do Caravaggio vai estar do lado português.

Quanto ao encontro, não se podia pedir um melhor inicio. A equipa portuguesa entrou a ganhar. Tiago, o melhor em campo, fez um golo à sua imagem. Um grande chapéu, também com a felicidade da bola tocar no defesa sérvio, colocou a selecção na frente. O médio português já havia tentado a sua sorte frente à Belgica e, desta vez, conseguiu mesmo picar a bola por cima do guarda-redes. Só quem joga de cabeça levantada e tem uma qualidade acima da média é que faz este tipo de golos. E já que falo em Tiago, mister Scolari, quando o médio do Lyon fala em aposta séria, fala precisamente nisto que teve nestes dois últimos jogos. Jogar a titular não porque este ou aquele está lesionado ou porque é um jogo amigável e aí podem fazer-se experiências, mas sim porque se é titular do Lyon ou se Mourinho o levou para o Chelsea, terá naturalmente de ter uma qualidade muito boa. Jogar nestes testes decisivos e a doer, isto sim é apostar seriamente num jogador.

Portugal cedo se viu em posição de vencedor mas nunca no primeiro tempo deu a entender que tinha o jogo controlado e que, mais minuto menos minuto, poderia surpreender a Sérvia e chegar ao segundo golo. Não. A Sérvia, inesperadamente até pela moral em baixo com que estava depois da derrota no Cazaquistão, foi para a frente e obrigou Portugal a defender muito perto da baliza de Ricardo. Dejan Stankovic e Krasic foram os grandes dinamizadores do ataque Sérvio que também contou com Pantelic na frente de ataque que correu muito, ganhou faltas e, de certa forma, perturbou um pouco o sistema defensivo nacional.
Ora, enquanto Portugal apostava na meia distância onde Petit, João Moutinho e Tiago davam trabalho ao keeper Stojkovic que mostrou grandes reflexos, a Sérvia apostava nas jogadas individuais de Krasic e Stankovic para ganhar qualquer coisa no ataque. E, normalmente, aquilo que conseguiam era conquistar pontapés de cantos. Não sei quantos foram mas creio que a Sérvia terá obtido, só no primeiro tempo, uma dezena de cantos. E nesse capítulo, é obvio que a equipa da casa tinha larga vantagem. E ainda faltou Zigic, o gigante do Racing Santander que é muito forte no jogo aéreo.
Não houve Zigic, não esteve também muito inspirado o central do Manchester, Vidic, mas, apareceu o extremo direito Jankovic que, à vontade dentro da área, isto depois de uma falha de marcação de João Moutinho, aproveitou para fazer a igualdade, resultado que se justificava plenamente ao intervalo.



Na segunda parte, a história do jogo podia ter sido completamente diferente. O que é certo é que podia mas não foi, pelo menos, em termos de resultado. Portugal entrou com determinação e mostrou uma aparente vontade em lutar pelos três pontos. Não sei o que Javier Clemente terá dito aos seus jogadores ao intervalo, não sei se o espanhol terá ficado receoso com o facto de Portugal ter feito a segunda parte que fez contra a Bélgica, mas, o que é certo é que a Sérvia "morreu" completamente na segunda parte. Stankovic não teve bola e Pantelic não incomodou mais os centrais portugueses. Só Krasic, e a espaços, é que conseguia com a sua impressionante capacidade física transportar a bola para o ataque. Ainda assim, inconsequente.
Mas, falando de Portugal, os primeiros 15 minutos do segundo tempo mostraram uma equipa dominadora e determinada em impor o ritmo de jogo à partida. Tiago sempre muito activo no meio-campo e Simão e Ronaldo, finalmente a conseguirem desequilibrar em termos ofensivos. Pensar-se-ia que com o passar dos minutos a equipa Sérvia iria sucumbir ao poderio da equipa portuguesa. Para isso, só faltava o sinal do banco para a "machadada" final nas pretensões sérvias. E esse sinal poderia ter sido dado ou com Nani ou fundamentalmente com Ricardo Quaresma. Pois bem, Scolari optou por segurar o pontinho, preferiu respeitar a Sérvia quando o seu treinador estava todo "burradinho" e, como tal, empatou um jogo que estava mais que ganho. Mas como o nosso seleccionador é o maior e tem sido o grande responsável pelo enorme sucesso pelas excelentes campanhas de Portugal nos últimos anos, lá terei de me calar e ver o que é que esta qualificação vai dar.

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