quarta-feira, outubro 20, 2010

Bons primeiros 20 minutos e pouco mais...




Que dizer de um jogo que teve 40 minutos de história? A equipa do Benfica até entrou com personalidade e vontade em discutir o jogo mas voltou a mostrar a sua falta de estaleca neste tipo de competição. É preciso pragmatismo, inteligência na ocupação dos espaços e, fundamentalmente, solidez defensiva. Pese embora todo o esforço e dedicação de todos os atletas (sem excepção), não chega só isso para uma competição desta envergadura. Não querendo bater muito no "ceguinho", a verdade é que podemos reflectir em Maxi Pereira a diferença que houve entre as duas equipas: de um lado, uma equipa experiente, bem organizada e com jogadores de um altíssimo nível técnico; do outro, tal como costuma ser visto em Maxi, muito esforço, muita dedicação, muita entrega mas pouco sumo e muita falta de objectividade. É por isso que digo que o Benfica precisa de jogadores diferentes do uruguaio (atenção que não estou a culpabilizar o Maxi pela derrota porque, sinceramente, esteve ao nível dos seus companheiros) em que, mais do que esforço e dedicação ao jogo, consigam dar a tal qualidade extra que permita ao Benfica elevar o seu futebol para um nível de champions league.

Pelo exposto, diria que o lado emocional faz com que o adepto queira o segundo lugar na Champions mas, na minha opinião, seria melhor ao conjunto encarnado ir para a Liga Europa de modo a crescer como equipa e sentir-se com capacidade para, eventualmente, lutar pela competição. Tendo em conta a juventude e falta de experiência de certos jogadores, numa segunda linha da Europa as vitórias e o avançar na competição faria com que os jovens atletas "encarnados" dessem um salto para um patamar mais elevado.

O que mais me impressionou pela negativa neste Benfica foram os inumeros passes falhados. Houve, efectivamente, muito mérito do Lyon na forma como pressionou o Benfica (não deixou o meio-campo construir jogo) mas há coisas inconcebíveis, nomeadamente, o querer sistematicamente sair a jogar ou, ainda pior, aqueles passes da zona lateral para a zona central sem olhar, algo que não é possível em provas deste calibre. Há formas de contornar a pressão do adversário e o Benfica, mesmo tendo jogadores da categoria de Aimar ou Martins, nunca soube ser inteligente em contrariar o sistema do Lyon.

Diria também que o Benfica teve "azar" no Lyon que apanhou. Passo a explicar: posso estar errado mas creio que foi a primeira vez que Puel experimentou ao mesmo tempo Gourcouff e Pjanic, com Bastos e Briand nas alas. Costuma jogar Kallstrom ou Makoun, outras vezes não joga Briand para jogar Pied ou até Delgado mas, na minha opinião, este meio-campo com estes alas fazem o Lyon uma equipa ainda mais forte. Como se não bastasse, desta feita houve Lisandro na frente (esteve, como se sabe, muito tempo lesionado) e o argentino, como já nos habituou, acabou por fazer a diferença.

Não vale a pena falar do que se passou depois da expulsão de Gaitan, nem muito menos das opções de Jorge Jesus. É fácil apontar ao técnico o facto de não ter equilibrado o meio-campo para a segunda-parte mas a verdade é que o mesmo sentiu que, com os mesmos jogadores, poderia conseguir encostar o Lyon. Creio, no entanto, que com este ou aquele sistema, esta ou aquela substituição para a segunda parte, dificilmente o Benfica marcaria em França. Há jogos que se sentem bem cedo os resultados. Este, infelizmente, foi um deles.

PS: Tive oportunidade de ver, em simultâneo, o jogo entre o Inter e o Tottenham. Não me canso de dizer: Bale é um jogador fabuloso e com lugar em qualquer plantel do mundo. Com uma particularidade: à imagem de Coentrão, tanto joga à frente como atrás.
Já agora que estamos a falar de laterais, uma palavra também para Marcelo que está feito um enorme lateral e, por conseguinte, já merecia uma chamada à selecção.

1 comentário:

G.Seco disse...

LISANDRO...GRANDE LISANDRO!!!!!!!!:))))))))))))))))))))))))))