quarta-feira, dezembro 12, 2012

PORQUE NEM TUDO FOI PERFEITO

Voltando ao derby. Quem tem as duas grandes oportunidades do Sporting na memória (o golo de Wolfswinkel e a grande defesa de Artur a remate de Elias), percebe que há um denominador comum no meio disto tudo: Maxi Pereira.

Costumo ouvir um programa de desporto na TSF à segunda-feira, onde Freitas Lobo e João Rosado comentam a jornada. Desta feita, os comentários prenderam-se com o derby, naturalmente. O programa foi para o ar momentos antes da partida e, a dada altura, ouvi Luis Freitas Lobo falar sobre as gritantes debilidades defensivas do uruguaio (disse literalmente que Maxi a defender era um "susto"). Pois, ao ouvir isso, pensei para mim mesmo: "bom, conhecendo a forma como Capel não tem medo de ir "para cima" do adversário e sabendo da sua arte em sacar faltas (não estou a ironizar, é mérito do espanhol), temo que Maxi não dure os 90 minutos em campo". Ora, quando vi o lateral direito encarnado ser admoestado tão cedo, mais vincado ficou esse sentimento na minha cabeça.

Sim, Maxi acabou por "aguentar-se" em campo.  Todavia, haveria de ficar ligado aos momentos mais perigosos do ataque leonino. 

Primeiro, no golo do lobo. Wolfswinkel ganha as costas a Jardel, arranca pelo flanco, flecte para o miolo e depara-se com uma cobertura defensiva de qualidade que o obriga a segurar a bola e a pedir auxilio. Chegou Capel que, sem oposição (!), ainda teve tempo para dominar o esférico, correr cerca de 10 metros com bola e cruzar para o golo do holandês. Para além da incompreensível demora de Maxi em recuperar a sua posição, acho fascinante como é que, sistematicamente, dá tanto espaço aos alas adversários.


Segundo momento. Elias isola-se e desperdiça uma enorme oportunidade. Onde estava Maxi? Completamente a dormir. É verdade que André Gomes podia ter acompanhado o movimento do brasileiro até ao fim e não o fez; também é certo que Jardel optou mal por seguir o movimento (brilhante, diga-se) de Wolfs na direcção de Garay; mas, quanto a mim, o grande responsável foi Maxi que num ataque vindo da direita, deveria estar a fechar ao meio e não ficar completamente aberto. 

Dois pequenos exemplos que poderiam ter deitado tudo a perder para o Benfica. E neste jogo apenas realçámos estes dois lances mas mais houve só que não trouxeram grandes prejuízos para os forasteiros. Aliás, enquanto teve pernas, Capel foi uma autêntica dor de cabeça para o Maxi. E já agora, é curioso ver que, no lado oposto, estavam Carrillo e Melga e, com excepção ao lance da figura 2, o paraguaio levou sempre a melhor. Aliás, é curioso ver como quase sempre está bem posicionado defensivamente (ver figura 1, por exemplo), ele que, como se sabe, nunca na vida foi lateral.

Maxi é um jogador com uma alma fantástica. Tem um carácter e um espírito competitivo bastante assinaláveis. Dá tudo o que tem e a verdade é que é quase sempre importante na manobra ofensiva da equipa. Se há uns anos atrás sugeria que fosse vendido, hoje em dia penso que deve efectivamente ficar muitos e bons anos no Benfica. Agora, continuo na minha: em jogos deste nível ou de nível champions, custa muito ver um jogador destes em campo. Jorge Jesus testou Rúben Amorim numa primeira fase (pena não ter tido continuidade) e recentemente afirmou que André Almeida era mais forte defensivamente que o uruguaio, algo que, incrivelmente, poderá ter alguma ponta de verdade. 
Para mim, mais do que um lateral esquerdo, acho que seria imperial a contratação de um defesa direito. Contentar-me-ia com um Leandro Salino já em Janeiro mas um jogador de craveira seria mais bem visto. Aguardemos, portanto.

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