segunda-feira, dezembro 10, 2012

SEGUNDA PARTE DE GRANDE NÍVEL






Primeira parte equilibrada, com um Sporting muito mais intenso e mais agressivo. Chegou ao golo numa boa jogada de insistência pela esquerda e, até final do primeiro tempo, conseguiu defender bem e segurar o ataque encarnado. No lado do Benfica, algum excesso de confiança e pouca intensidade no jogo que fez com que os de Jesus chegassem ao intervalo a merecer perder, essencialmente por aquilo que não conseguiram produzir ofensivamente.

No segundo tempo, pese a excelente oportunidade de Elias na cara de Artur - que podia ter ditado outro resultado, sem dúvida -, só deu Benfica. Grande posse de bola, ataque pelos dois flancos, pressão alta, sector defensivo muito perto do ofensivo, ocasiões de golo, enfim, uma resposta de grande nível do clube da Luz. Sim, houve também uma estrelinha da sorte (sobretudo em dois golos) mas Jesus e companhia procuraram-na como se do jogo do título se tratasse. Além disto tudo, a resposta física de uma e de outra equipa ditou claramente o desfecho final do jogo. O Sporting rebentou fisicamente e não aguentou o ritmo imprimido pelo rival. Má pré-época? poucos dias de repouso? melhor preparação do adversário? Má visão de Vercauteren que ao ver a sua equipa sucumbir, demorou muito tempo a mexer? Talvez todas estas interrogações tenham um pouco da explicação para o "debacle" físico e psicológico do conjunto leonino no segundo tempo.

Acima de tudo, era importantíssima esta vitória do Benfica. Foi conseguida e, portanto, a luta a dois continua lado a lado.


Destaques:

MVP: Cardozo. Marcou dois golos e meio e mostrou aquilo que, no fundo, é a sua razão de "viver":  golos. Não lhe peçam flores, não lhe peçam para grandes correrias, não lhe peçam para tratar a bola por "tu". Cardozo é isto e, quando está bem, dá efectivamente muito jeito. Não sou daqueles que defendem que o paraguaio deva jogar sempre - há jogos em que as suas características não beneficiam a equipa -, também acho que, por vezes, o Óscar não justifica estar todo o tempo de jogo em campo mas, confesso, não posso fechar os olhos à sua utilidade dentro da área, sobretudo quando a equipa ataca continuadamente. Mais, mesmo muitas vezes não tocando na bola, a forma como dá trabalho aos centrais e abre espaços para o segundo avançado (rende claramente mais com um avançado ao seu lado) é notável. Goste-se ou não se goste, mais uma vez resolveu!

André Gomes: este miúdo tem uma personalidade fantástica. Não se esconde do jogo, procura jogar e fazer jogar e tem uns pés de grande qualidade. Com as ausências de Aimar, Martins e Enzo, é muito bom ter um André Gomes disponível. Fazer esquecer os três e desejar ver mais vezes o menino em campo no futuro são os melhores elogíos que se lhe pode fazer.

Lima: não marcou mas trabalhou muito e foi importante na ligação do meio-campo ao ataque. Tal como Sálvio, ambos batalharam e ambos tiveram a sua quota parte de responsabilidade na melhoria de jogo da equipa no segundo tempo.

Nico Gaitán: é a única critica que tenho a fazer ao trabalho de Jesus neste jogo. Com um Dier completamente desorientado, impunha-se a entrada mais cedo do argentino. Ola John - que foi preponderante no primeiro golo - não estava a conseguir grandes desequilibrios e, no meu entender, devia ter sido substituído mais cedo. Nico entrou muito bem no jogo e mostrou em 10 minutos que tem mais futebol nos pés do que aquele brasileiro de meia tigela no corpo todo. 

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