quinta-feira, maio 02, 2013

DESTINO: AMESTERDÃO

Benfica's coach Jorge Jesus, left, runs to the  players celebrating at the end of their Europa League semifinal second leg soccer match with Fenerbahce Thursday, May 2 2013, at Benfica's Luz stadium in Lisbon. Benfica defeated Fenerbahce 3-1 and advances to the final

Obrigado rapazes! 

Corria o minuto 39' (ou por aí) e vê-se Jesus a pedir calma a Artur, este que, com a bola em seu poder, rapidamente a lançou num seu companheiro para iniciar-se mais um ataque. A ganhar 2-1 e depois de 40 minutos diabólicos, Jesus queria certamente baixar o ritmo, conservar essa vantagem mínima até ao intervalo para depois atacar o terceiro golo na etapa complementar.

Este pequeno exemplo mostra precisamente aquilo que tivemos neste Benfica, não apenas nesse minuto em particular mas em todo o jogo: alma, crença, vontade, determinação, alegria, atitude, coragem, estofo, paixão e, last but not least, qualidade, muita qualidade. Apoiados por um público extraordinário, o jogo, a exibição e esta equipa foram simplesmente... GIGANTES. A onda foi GIGANTE. Todos, à sua maneira, fizeram questão de gritar bem alto... Amesterdão, aí vamos nós!!

Sobre a partida, tivemos 45 minutos do melhor que já vi esta temporada. Depois daquele soco no estômago com salgadinhos franceses, a equipa teve coração e, com muita cabeça, conseguiu rapidamente voltar ao golo e à eliminatória. Apareceu Cardozo, aliás, apareceu o melhor Óscar da temporada, ele que andava apagado nestes últimos tempos. 

Na segunda parte, foi mais do mesmo. Sentido único em busca do tal golo que valia o bilhete mágico. O ritmo não foi tão elevado como na primeira parte (afinal estamos a falar de humanos) mas a entrega e o espírito de grupo apareceram em igual dose. Empurrados por um público que nunca se cansou de dar o seu contributo, os turcos acabaram por sucumbir à inegável superioridade lusa. O ko final chegou com mais um golo do Takuara, isto depois de, minutos antes, Gonul, o melhor jogador turco nesta partida - fantástico lateral direito - ter ido ao tapete após choque brutal com Gaitán.   

Até final, um ou outro susto mas a equipa conseguiu controlar os nervos e logrou o justo apuramento para a final de Amesterdão onde vai encontrar o Mónaco... perdão... o Celtic... desculpem... o Braga... agora sim, o Chelsea, tão e somente, o actual campeão europeu em título. Mas tal como havia escrito num post anterior, ficou-me na memória um Benfica épico em 2005, o tal que deixou para trás o Liverpool (tb campeão europeu em título) de Rafael Benitez. Ora, 8 anos depois, está na altura de dar a provar a esse simpático espanhol o veneno que lhe demos dessa vez.

Destaques:

Neste jogo todos brilharam a grande altura. Artur disse presente a remate de Sow e foi preponderante a jogar como libro; Maxi esteve em bom momento no plano ofensivo, criando muito jogo pelo seu flanco; Luisão foi gigante no jogo aéreo; Garay, que lhe viu ser marcado um penalty onde claramente não teve intenção de jogar a bola com a mão (mas agora é moda marcarem-se grandes penalidades sempre que as bolas tocam nos braços dos jogadores), voltou a mostrar a sua classe em todos os momentos do jogo; André Almeida (que evolução) mostrou a habitual raça e esteve em destaque nos dois momentos do jogo, isto é, na defesa e no ataque; Matic, o homem-aranha, voltou a mostrar que tem futebol para qualquer equipa do Mundo; Enzo transpirou classe pela Luz, empurrando a equipa para a frente com aqueles espasmos que só ele sabe fazer; Sálvio acabou por ser dos que mais se ressentiu fisicamente mas, ainda assim, sabe pisar e acompanha o colectivo com uma grande atitude e entrega; Nico Gaitán voltou a espalhar magia. Tem sido o abre-latas desta equipa; Lima não marcou mas foi importantíssimo na forma como segurou jogo e abriu espaços para os seus companheiros; Cardozo voltou às grandes exibições. Desta vez, fez muito mais do que os dois golos. Procurou a bola, tentou fugir às marcações, lutou, entregou-se ao jogo com uma enorme atitude e resolveu. Coisa pouca, portanto.

No meio disto tudo, uma palavra final para Jorge Jesus. Aparentemente, voltou a ser herói para a nação benfiquista. Pois Jorge, eu, Bruno Rocha, sempre acreditei em ti, isto quando outros te chamaram nomes, pedindo inclusivé a tua cabeça. Estou feliz porque sempre acreditei que tinhas capacidade para me voltares a dar alegrias deste género. Da minha parte, um muito obrigado.

Obrigado rapazes! Rumo ao país das túlipas onde, espero, deixaremos um sorriso amarelo naqueles azulinhos que não gosto nada. E mai nada!! 

Sem comentários: