segunda-feira, maio 27, 2013

O PODER DA MENTE


Dizia-me um amigo meu dias antes da final da taça que mais do que a qualidade técnica ou a capacidade física de um atleta, é o aspecto mental o factor mais decisivo e aquele que, neste caso, melhor deve ser trabalhado. E a verdade é que concordo plenamente com esta afirmação. Recordo-me nos meus tempos de futebolista de ter feito coisas incríveis quando vivia momentos de grande confiança e de coisas impensáveis quando a moral estava bem lá em baixo. No caso do Benfica, é evidente que os jogadores não desaprenderam de um momento para o outro. No meu ponto de vista, o grande problema foi psicológico. Os jogadores interiorizaram que eram superiores ao seu adversário, que mais cedo ou mais tarde iriam marcar e adiantar-se no marcador e que era impossível levar nova pancada no estômago como acontecera frente a Estoril, Porto e Chelsea. A forma como a equipa entrou em campo - demasiado relaxada e com pouca garra - é prova disso; a atitude depois do golo (caído do céu) como que passeando a classe e revelando um desprezo total pelo jogo e pelo adversário explica em parte o sucedido no segundo tempo. E é assim que se resume esta partida: o Guimarães não mostrou grande coisa, não foi superior ao Benfica no plano técnico-táctico mas foi-o no aspecto mental já que, mesmo em desvantagem no resultado, nunca deixou de lutar, de sofrer e de, dentro das suas limitações, procurar o golo. Com tal, só tenho de dar os parabéns ao Vitória e ao seu treinador porque com pouco fizeram muito.

Não sendo grande adepto de taças da liga ou de Portugal, a verdade é que prefiro ver a minha equipa ganhá-las do que perdê-las. Face ao que se tinha passado nestes últimos jogos, era essencial vencer esta competição. Aliás, aos olhos dos adeptos, a Taça de Portugal era vista como uma obrigação. E o Benfica falhou, sendo que, desta vez, sem deixar tudo em campo como o havia feito com Chelsea ou Porto. Sendo assim, é natural que os benfiquistas se sintam revoltados e com vontade de pôr tudo e todos em causa. Percebo isso mas, como sempre venho dizendo, eu acredito na estrutura e nesta equipa técnica. Cometeram-se erros? Sem dúvida. Agora, pelo mostrado durante a temporada, pela qualidade exibida em 85% dos jogos, pelo percurso na Europa, pela valorização dos jogadores, pelo espectáculo que os de Jesus proporcionaram aos adeptos, quero acreditar que o melhor ainda está para vir. Rapidamente vêm-me dois exemplos à cabeça: Real Madrid e Bayern de Munique. O Real de Mourinho, fruto de um excelente trabalho, conseguiu encurtar distâncias para o super Barça, tendo inclusivé vencido uma copa do rei e um campeonato. Este ano o trabalho não foi conseguido e o treinador foi posto em causa. Veremos o que fará o Real na próxima temporada, sendo que antevejo desde já que a distância para o rival vai aumentar. Já o Bayern, depois de ter perdido tudo na temporada anterior na parte final da época, manteve a estrutura e este ano tirou os louros dessa situação. Cabe assim a Luis Filipe Vieira decidir qual o caminho a seguir. Por mim, acho que o do Real é errado e o do Bayern, como se viu, é o mais correcto.

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