TEM DE SER HOJE

Se não me engano, creio que foi na época 89-90 que o Benfica terá ido à sua última final europeia. Tinha 6-7 anos e, confesso, não me lembro minimamente desse episódio. Serve isto para dizer que não tenho memória de ver o meu clube num jogo deste calibre e, como tal, acho que já era tempo de me darem esse prazer.

Se não tenho memórias em relação a finais, devo dizer que houve alguns jogos que me lembro do Benfica nas competições europeias, isto nos quartos ou nas meias. Assim mais recentemente, naturalmente que a meia-final frente ao Braga foi das mais difíceis de digerir. Estive na Luz na primeira mão e recordo-me do autocarro do Domingos, tendo sido bafejado pela fortuna num lance de bola parada que lhe permitiu encarar o segundo jogo com mais optimismo. Acabaram por ganhar 1-0 em Braga com um golo de Custódio de cabeça e anularam os 2-1 da ida.

Ainda neste novo milénio, três jogos inesquecíveis: oitavos de finais da champions frente ao Liverpool (campeão europeu na época anterior com Benitez) com duas vitórias (a de Anfield fez-me deslocar pela primeira vez ao aeroporto de Lisboa para receber os nossos heróis); quartos de final frente ao Barcelona de Ronaldinho, Deco e Messi, onde a equipa sobreviveu na Luz (0-0) após excelente exibição de Moretto e deu boa réplica no Camp Nou (naquela que foi a minha primeira experiência europeia ao vivo), deixando a eliminatória em aberto até bem perto do final (Eto'o fez o 2-0 e matou a partida); em 2003-04, aí na Taça Uefa, duas grandes partidas frente ao Inter, com um injusto 0-0 na Luz (Toldo defendeu muito) e com um incrível 4-3, com Armando a defesa esquerdo (!) e com um menino no meio-campo a mostrar o porquê de posteriormente ter sido transferido para o Chelsea de Mourinho: Tiago Cardoso, jogador de enorme talento.  No lado do Inter, pontificavam nomes como Recoba (pena a sua irregularidade), Vieri, Martins e um tal de Karagounis que, mais tarde, viria a representar o Benfica.

Na década de 90, no meio de tanta desilusão e de tanta época perdida em virtude de má gestão e péssimas contratações, houve, ainda assim, dois momentos que, apesar do desfecho desfavorável, me deixaram orgulhoso da equipa: Fiorentina de Batistuta e Rui Costa e o Parma de Asprilla, Brolin e Zola.

Recordo-me perfeitamente desse confronto frente ao Parma para as meias-finais das taças das taças. Vencemos 2-1 em casa (Rui Costa e Isaias se não me falha a memória) e depois acabámos por perder (creio que 1-0) em Itália. Lembro-me que estava na escola nessa segunda mão e de me ter sentado na última fila para ouvir partes do relato sem que ninguém se apercebesse. 

Já o outro jogo frente à Fiorentina, penso que foi uns quartos-de-final da taça uefa, onde perdemos 2-0 na primeira mão em casa (com um Batistuta infernal) e, quando toda a gente pensava que estava resolvido, aparecemos em muito bom plano em Florença, tendo ganho 1-0 (golo de Edgar) e deixando até final a sensação que era possível virar a eliminatória. Tal não aconteceu mas o Benfica mostrou aquilo que, no fundo, tem de demonstrar já hoje: crer, vontade e determinação em virar o resultado que lhe está adverso.

É possível que, aqui e ali, possa estar equivocado no que vos acabei de escrever (não pedi ajuda ao google) mas o mais importante no meio disto tudo é salientar o facto de que estamos numa meia final e, portanto, este jogo irá estar presente na minha/nossas memória(s) durante muitos e bons anos. Esperemos que pelos melhores motivos. Tal como havia dito, eu acredito. Receita para logo: FAÇAM HISTÓRIA!!