quarta-feira, setembro 27, 2006

Champions: Manchester pragmático derrota Benfica




BENFICA 0-1 MAN UTD
Saha



O Benfica perdeu na passada Terça-Feira frente ao Manchester United por uma bola a zero e complicou muito uma possível passagem à próxima fase da competição. A derrota acabou por ser um pouco penalisadora para os encarnados que, embora nem sempre muito objectivos, tudo fizeram para tentar um resultado diferente.

Numa análise rapida do jogo, até porque já muito se disse a respeito do mesmo, creio que o Manchester acabou por vencer bem, isto apesar de só na segunda parte ter realmente dado sinais de que também estava na Luz para ganhar o encontro. A história deste jogo poderá ser facilmente comparada à história da lebre e do caracól. O Benfica, qual lebre, entrou a todo o gás na partida de forma a chegar à meta com um resultado profundamente animador. Por outro lado, o Manchester, de forma lenta, ia procurando baixar o ritmo, controlar o jogo a meio-campo e apostar num raide de Ronaldo ou Saha. Ora, no primeiro tempo, o Benfica dominou, a determinadas alturas do jogo sufocou o adversário mas, valha a verdade, nunca conseguiu atormentar verdadeiramente Van der Saar. Se é certo que o United deu, a espaços, sinais de perturbação pelo pressing exercido pelo adversário, o que é certo é que chegando ao intervalo com um nulo no marcador, os ingleses sabiam que no segundo tempo a história do jogo iria ser diferente. Quer queiramos quer não, nenhuma equipa do Mundo consegue, nesta fase da temporada, fazer um pressing campo inteiro durante os 90 minutos. Se tivermos em conta que os encarnados jogaram poucos dias antes num campo muito pesado como foi o de Paços de Ferreira e onde o desgaste físico foi brutal, estava-se mesmo a ver que dificilmente o Benfica ganharia o jogo. Depois, há a questão do poder de fogo na frente. O Benfica tem Paulo Jorge que se estreou na Liga dos Campeões, tem Simão que ainda está à procura da melhor forma e, finalmente, Nuno Gomes que é um avançado e não um ponta de lança. A diferença das duas equipas viu-se precisamente neste "pormaior". Cristiano Ronaldo esteve hiperactivo e Saha, na primeira vez que foi bem servido, fez aquilo que todos sabemos. Com efeito, o Manchester, que, não nos podemos esquecer, não é uma equipa qualquer, foi mais inteligente, soube sofrer nos momentos que tinha de sofrer e, apesar de ter sido feliz, soube explorar o contra-ataque e matar o opositor quando este menos esperava.
No final, vitória do Manchester que deixa muito complicada a vida do Benfica. No entanto, há que dizer que os adeptos encarnados foram extremamente injustos com a equipa e com Fernando Santos ao mostrarem um cartão vermelho, ou melhor dizendo, lenços brancos. Creio que não foi pelo treinador que o Benfica perdeu isto apesar de achar que o pressing do primeiro tempo, para esta altura da época e contra o adversário em questão, foi algo exagerada. Contudo, Fernando Santos arriscou e não deve ser penalisado por isso. Relativamente aos jogadores, creio que quiseram mais do que nunca ganhar, deixaram tudo o que tinham dentro do campo e, não fosse a esperteza e valia do adversário, certamente que teriam triunfado. Parabéns ao Manchester que, mesmo com alguns erros que Alex Ferguson já nos habituou, conseguiu montar uma estratégia que, com algumas ratoeiras, surpreendeu o adversário.




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