domingo, novembro 05, 2006

Bwin: Benfica vence Beira-Mar com segunda parte de grande nível



BENFICA 3-0 BEIRA-MAR



O Benfica venceu o Beira-Mar por três bolas a zero e ascendeu provisoriamente ao segundo lugar da Liga Bwin. O resultado foi construido na segunda parte com golos de Katsouranis, Petit e Ricardo na própria baliza.

Pois bem, em traços gerais, creio que o Benfica fez uma excelente exibição. No primeiro tempo, o Beira-Mar ainda conseguiu segurar o Benfica mas sentia-se que o conjunto aveirense não teria muitas possibilidades de sair da Luz com um resultado positivo. A subida em bloco do conjunto encarnado desde o primeiro minuto, empurrando propositadamente os jogadores mais adiantados do Beira-Mar para junto da sua área, a pressão constante exercida sobre os jogadores aveirenses e as frequentes permutas de posições dos homens mais ofensivos do Benfica fez com que o clube da Luz tivesse uma dinâmica de jogo muito boa. É certo que, na primeira parte, o conjunto treinado por Fernando Santos teve algumas dificuldades dado que o Beira-Mar estava muito recuado no terreno e, com mérito, esteve sempre muito atento às movimentações do adversário mas, valha a verdade, com paciência, com o excelente apoio do público e, claro está, com a qualidade técnica dos jogadores encarnados, era uma questão de tempo para o primeiro golo aparecer.
Com uma ou outra situação de golo, recordo-me de um cabeceamento de Nuno Gomes e de um remate cruzado de Nuno Assis que obrigou Alê a intervenções díficeis, os encarnados até podiam ter chegado ao intervalo a vencer. Contudo, tal não aconteceu e o nulo registado premiava a boa organização do conjunto aveirense que até teve uma excelente ocasião para marcar já perto do minuto 45. Tininho, um bom lateral, isolou-se sobre o flanco esquerdo e rematou ao lado da baliza de Quim. Foi mesmo a única vez em todo o jogo que se viu sinais do Beira no ataque.




Na segunda parte, a "música" foi outra. O Benfica entrou ainda com mais vontade de marcar o primeiro golo, mais rápido sobre a bola, mais dominador, obrigando o Beira-Mar a defender-se por completo. A dado momento, o conjunto encarnado chegou mesmo a sufocar o adversário.
Com Miccoli muito activo, com Simão bem no jogo quer pelo meio quer nas alas, com Nélson a fazer muito e bem o flanco direito, perspectiva-se o golo encarnado a qualquer momento. Ora, esse momento chegou à passagem do minuto 52. Começa a ser um hábito referir-me a Katsouranis sempre que falamos de golos do Benfica. Ou a assistir ou a marcar, o grego assume-se como uma pedra muito influente no conjunto lisboeta. Com Petit a subir de rendimento mas ainda longe do famoso "pitbull" da luz, é Katsouranis que se assume como a unidade "mais" neste novo meio-campo do Benfica. Fernando Santos teve a inteligência de utilizar Petit como trinco e Katsouranis como médio com maior liberdade nas acções ofensivas. Pois, desta maneira, é possivel fazer alinhar estes dois grandes internacionais e quem ganha é o Benfica já que, ao contrário do que se viu em alguns jogos onde Petit e Katsouranis jogavam lado a lado
permitindo a Rui Costa ter total liberdade na construção de jogo, desta forma não se anulam mutuamente.
E por falar em Petit, falar do segundo golo do Benfica, golo esse que apareceu 3 minutos depois do primeiro, teremos naturalmente de falar do papel que o internacional português teve no mesmo. Petit começou a jogada, tabelou com Miccoli e,
qual matador, trabalhou bem na área e rematou rasteiro e cruzado não dando hipóteses
ao guarda-redes aveirense. Na melhor fase encarnada e depois de conseguido o objectivo mais díficil, no caso, o primeiro golo, o Benfica respirava de alivio e chegava a um placar que lhe garantia por completo os três pontos no desafio.



Com o segundo golo e com 20 minutos empolgantes, pensar-se-ia que a equipa baixasse o ritmo e fizesse mais posse de bola, menos esforços até porque haviam feito 90 minutos
na passada quarta-feira. No entanto, o cenário foi outro. Fernando Santos, já o mostrou noutros jogos e voltou a mostrá-lo, gosta de atacar e marcar mais golos. Aliás, as substituições efectuadas no jogo de hoje assim o demonstram. É certo que o engenheiro preocupou-se em poupar algumas das unidades mais desgastadas como são os casos dos internacionais portugueses Petit e Simão e do grego Katsouranis, jogadores que jogam sempre todos os jogos, mas, ao mesmo tempo, procurou chegar ao terceiro, ao quarto e até ao quinto golo se tal fosse possível. Santos lançou em campo os ofensivos Karagounis e Karyaka que, juntamente com Nuno Assis, formaram um triângulo no meio-campo de puro ataque. Depois, lá na frente, Nuno Gomes, Miccoli e Pedro Mantorras mostravam declaradamente as intenções do técnico encarnado.
O terceiro golo ainda apareceu, no caso, um auto-golo de Ricardo, resultado que viria
a ser final.

FIGURA DO JOGO:



Podia ter sido Katsouranis, Nélson ou até mesmo Simão. Eram muitos os candidatos mas, a meu ver, creio que este prémio assenta bem a Miccoli. Uma exibição de qualidade e muito esforçado no ataque, Miccoli foi sempre um jogador que causou problemas aos defesas aveirenses. Abriu muitos espaços para os médios entrarem, como demonstra a jogada do golo de Petit, rematou e procurou o seu golo. Não conseguiu esse belo momento que é marcar um golo mas conseguiu um outro. O italiano, na segunda parte, fez uma finta que deixaria Ronaldinho de boca aberta. Foi, sem dúvida, o momento do jogo, algo que vai certamente ser noticia por essa Europa fora.

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