O Benfica voltou às vitórias no campeonato. Depois do desaire da última jornada no terreno do Sp.Braga (3-1), os encarnados voltaram a saborear o gosto dos três pontos, levando de vencida o Marítimo, no Estádio da Luz.
Colocando em campo o mesmo onze que, a meio da semana, havia derrotado o Copenhaga para a Liga dos Campeões, Fernando Santos pretendia que a sua equipa fosse declaradamente ofensiva (à imagem do que tem acontecido nos jogos em casa), que criasse bastantes situações de golo, e que, preferencialmente as concretizasse. Pois bem, foi precisamente com essa toada que os encarnados entraram em campo, como um conjunto "mandão", que empurra o adversário para a sua defensiva, jogando ora pelo meio, ora pelos flancos, rematando de várias maneiras à baliza, para que o objectivo cedo fosse alcançado: o golo.
A estratégia montada por Ulisses Morais visava contrariar o natural favoritismo dos encarnados, tentado defender o mais à frente possível, e explorar o contra-ataque, pela velocidade de Kanú e Filipe Oliveira, tendo em Marcinho o armador de jogo.
Mas o Benfica nunca concedeu tais veleidades aos insulares, ainda que só tenha chegado ao golo depois da meia-hora (33m). Depois já ter desperdiçado bastantes oportunidades claras de golo (Nuno Gomes, Miccoli, Katsouranis...), o Benfica acabou por inaugurar o marcador fruto da infelicidade de Alex Von Schewedler, que colocou a bola na sua própria baliza, depois de cruzamento da esquerda de Simão.
Estava assim "furada" a última barreira insular, que era claramente o seu guardião, Marcos, que rubricou excelente exibição.
Quando se pensava que este seria o tónico que o Benfica precisava para se tranquilizar, eis que o "maestro" da orquestra maritimista aparece em cena, colocando no relvado uma das melhores páginas do seu reportório, apontado um golo magnífico, a 2 minutos do intervalo, com um remate muitíssimo bem colocado, depois de diagonal da esquerda para o centro do terreno. Ainda assim, Quim não fica totalmente ilibado de culpas, uma vez que estava ligeiramente adiantado.
O intervalo chegaria pouco depois, e Fernando Santos não deve ter ido nada satisfeito para o intervalo, pelo menos com o resultado que se verificava...
E se tudo isto não bastasse, o "engenheiro" teve mais um contratempo logo no início da segunda parte, já que um dos mais importantes jogadores do seu conjunto, Fabrizzio Miccoli, era obrigado a ser retirado do terreno de jogo, fruto de lesão, provavelmente muscular. Parece que vai continuando o calvário do pequeno bombardeiro...
Mas terá, certamente, ficado um pouco mais aliviado, 7 minutos depois do recomeço, quando viu João Ferreira expulsar o elemento mais perigoso da turma insular, e também o autor do golo, Marcinho. Numa jogada disputada com Simão Sabrosa, o criativo do Marítimo atingiu, de forma involuntária, o capitão dos encarnados, e o árbitro da partida deu-lhe ordem de expulsão. Muito exagerada, diga-se... Lance duro, mas onde o amarelo se justificava perfeitamente!
E se até aqui o Marítimo pouco existiu, a partir desta altura então, foi muito difícil para o conjunto insular chegar com perigo à baliza de Quim.
O Benfica sentia-se cada vez mais na obrigação de chegar ao segundo golo, e depois de desperdiçar várias ocasiões para tal, eis que voltou a aparecer o agora melhor marcador dos encarnados na competição, nada mais nada menos do que...Kostas Katsouranis!
Nem mais, o internacional grego, que chegou no início da época à Luz, vai demonstrando o porquê de tanta insistência de Fernando Santos em trazê-lo do AEK, clube onde já o tinha orientado. O número 8 dos encarnados acabou por ser uma vez mais decisivo, apontando o segundo golo da sua equipa, depois de belíssima jogada de entendimento entre Simão Sabrosa e Nuno Gomes. Oportuno, como já é seu timbre, o grego apareceu ao segundo poste, respondeu ao cruzamento do capitão, e deu mais três pontos ao Benfica.
Numa exibição algo descolorida, o Benfica acabou por vencer com justiça.
FICHA DO JOGO:
ÁRBITRO: João Ferreira (Setúbal).
EQUIPAS:
BENFICA: Quim, Nélson, Anderson, Ricardo Rocha, Léo, Petit, Katsouranis (Manu, 85), Nuno Assis (Karagounis, 61), Simão, Miccoli (Mantorras, 50) e Nuno Gomes.
MARÍTIMO: Marcos, Zé Gomes, Alex Schwedler, Gregory, Evaldo, Wénio, Olberdan (André Barreto, 82), Luís Olim, Filipe Oliveira (Neca, 74), Marcinho e Kanu (Moukouri, 67).
AO INTERVALO: 1-1.
MARCADORES: 1-0, Alex, 32 minutos (autogolo); 1-1, Marcinho, 42; 2-1, Katsouranis, 66.
ACÇÃO DISCIPLINAR: cartão amarelo para Gregory (19), Katsouranis (70) e Briguel (87, no banco dos suplentes). Cartão vermelho directo para Marcinho (51).
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