JOSÉ ANTÓNIO CAMACHO É O NOVO TREINADOR DO BENFICA

ESTÁ DE VOLTA O ESPANHOL MAIS ADMIRADO PELOS BENFIQUISTAS!





Ponto primeiro, viesse quem viesse, não há SALVADORES DA PÁTRIA!!!
Qualquer treinador que chegasse, neste momento, à Luz, nunca traria certezas de resultados, de títulos e de bom futebol.
Talvez mesmo mais importante seria, fazer uma reflexão interna, e observar que há, manifestamente, falta de liderança.
Quer se queira quer não, quer se goste ou não, José Veiga, não só pela personalidade que tem, faz muita falta ao Benfica. Mais do que a maneira de ser da pessoa em questão, está alguém que traça um plano organizacional, alguém capaz de transmitir tranquilidade e serenidade a um balnerário, o que é, a meu ver, absolutamente indispensável numa estrutura que se quer tão profissional como é, ou deve ser, um clube chamado Sport Lisboa e Benfica.
Um director desportivo, ou alguém que desempenhe essas funções, chame-se-lhe o que se lhe chame, terá que ser forçosamente alguém que defenda e blinde o balneário com unhas e dentes e dê o corpo ao manifesto em qualquer situação.
Pois bem, será precisamente a partir daqui que julgo que qualquer treinador que chegue ao Benfica não será nenhum santo milagreiro, ainda que traga boas recordações, e reúna o consenso quase geral da massa associativa, como é o caso de José António Camacho.
O técnico espanhol é o escolhido para suceder ao engenheiro, e trará com ele a vontade de repetir a conquista de títulos (venceu a Taça de Portugal em 2003/2004).



Para isso, contará, essencialmente, com dois factores muito importantes: o apoio incondicional de toda a direcção, sobressaíndo, desde logo, a excelente relação de amizade que mantém com o presidente Luís Filipe Vieira, mas também com a grande empatia que conseguiu criar e que ainda hoje se mantém com o "terceiro anel".
Ora, se é importante que os adeptos estejam com a equipa e com o seu líder, também não é menos importante que os resultados e as exibições têm que aparecer, pois como é do conhecimento geral, tempo é coisa que sempre escasseia nos clubes grandes, em especial no Benfica. Logo, com a chegada do espanhol, salta à vista uma ideia importante: a constituição do plantel não foi da sua autoria, portanto, as dificuldades de entrosamento serão maiores do que em circunstâncias normais.
Naturalmente que, a chegada de um novo treinador, não ofusca em nada, o planeamento da época, ou a falta dele, nem os desequilíbrios mais do que evidentes no plantel.
Será pois fundamental que, até ao final do período de inscrições, dia 31 de Agosto, a direcção consiga, já em consonância com Camacho, encontrar soluções credíveis no mercado, para que o plantel possa, definitivamente, ficar equilibrado, e, se possível, ainda com mais qualidade.
Seguindo esta linha de raciocínio, facilmente se constata que outro problema se levanta: à partida, e seguindo os princípios de Fernando Santos, o plantel benfiquista foi estruturado para um determinado esquema táctico, o 4-4-2 em losango. Ora, como é do conhecimento geral, José António Camacho é adepto de outros sistemas, tais como o 4-4-2 clássico, com dois extremos à antiga, e dois médios centro, atrás de dois pontas de lança, ou ainda o 4-2-3-1, facilmente transformável em 4-3-3. Ou seja, salta à vista desarmada que, pelo menos, existe uma grande lacuna a preencher, que é a posição de médio ala direito, ou de extremo direito, como quisermos chamar-lhe. Não há, claramente no plantel um jogador declaradamente com estas características, por muito que queiramos pensar em Fábio Coentrão, Angel Di María, Freddy Adu, Gonzalo Bergessio, ou até mesmo Luís Filipe. Estas são, isso sim, soluções de recurso, para um impedimento de circustância, de um jogador que desempenhe essas funções. Será pois, por isso, essencial e até mesmo urgente, a contratação de um elemento para essa posição do terreno.
Quanto às restantes lacunas, me parece também de todo importante o reforço do centro da defesa e da linha média.
O Benfica dispõe apenas de 3 defesas centrais, Luisão, David Luiz e Zoro (Anderson está em litígio e vai abandonar o clube e Stretenovic não convenceu, não sendo, inclusivamente, inscrito), e qualquer plantel terá que ter, forçosamente, quatro elementos para o centro da defesa. Neste óptica, pode facilmente inserir-se um nome que tem estado na crista da onda, como é o caso do internacional português, Zé Castro. É um jogador de créditos firmados, e que poderá chegar por empréstimo do Atlético de Madrid, inserido no negócio da venda do passe de Simão Sabrosa para os "colchoneros". Olhando para o meio-campo, o Benfica tem, claramente, um défice de soluções, nomeadamente depois da partida de Karagounis, e da não chegada de Manuel Fernandes. Petit, Katsouranis, Nuno Assis e Rui Costa, tendo o valor por todos reconhecidos, não aguentarão toda uma temporada com várias provas ao mesmo ritmo, e precisarão de ter substitutos à altura. Chegou Andrés Diaz, englobado no negócio Di María, mas, ao que parece, não terá, pelo menos para já, grande espaço no plantel, podendo mesmo vir a ser emprestado para rodar.
Será pois uma árdua tarefa para a direcção, a de encontrar, em 10 dias, as opções certas, para os lugares certos.
Termino como comecei, ao dizer que não há milagres, nem salvadores da pátria. Nem com Maradona, Eusébio ou Pelé, com o devido respeito, os problemas do Benfica ficariam resolvidos.
É bom que isto seja entendido por quem de direito, ainda que nunca e jamais se poderá pôr em causa todo um trabalho absolutamente extraordinário desta direcção que, ainda que em dias difíceis no plano desportivo, sempre conseguiu dar a volta às mais difíceis situações, tendo por isso conquistado, com todo o mérito, o crédito dos sócios e adeptos.
Resta agora esperar que Camacho venha com total disponibilidade para enfrentar todos estes problemas, e que, já agora, traga soluções para inverter o rumo dos acontecimentos, que não seriam, até aqui e num futuro próximo muito simpáticos e/ou agradáveis.

Por tudo isto e muito mais...

"BIENVENIDO JOSÉ..."