segunda-feira, agosto 20, 2007

OLHO CLÍNICO



Para quem como eu tem possibilidade de assistir aos jogos da Liga Alemã, certamente já se apercebeu que há uma equipa mais candidata a ganhar a Bundesliga que todas as outras. Falo-vos precisamente do Bayern de Munique, equipa que merece hoje destaque no "Olho Clínico", uma novidade do blog.

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O jogo deste fim-de-semana em Bremen mostrou-nos como funciona este 4-4-2 losango. Em relação ao sector defensivo, destaque para Lahm, lateral que tem muita influência ao nível ofensivo. Desta vez tivemos Philipp Lahm a lateral esquerdo e Lell na direita. Contudo, com a contratação do lateral esquerdo, Marcel Janssen, parece-me que Lahm vai jogar mais vezes na posição de defesa direito. Independentemente disso, à esquerda ou à direita, é Lahm o jogador que mais apoia o ataque e, juntamente com Ribery, aquele que mais cruzamentos tira para Toni e Klose.
Ao lado de Lahm, temos Di Michelis (também pode haver Van Buyten) e Lucio que garantem estabilidade ao nível defensivo.

Se é verdade que a defesa (e o guarda-redes) dá garantias, o que é certo é que é mais à frente que está o segredo desta grande equipa. Van Bommel a trinco, sempre com o apoio de Zé Roberto que está um jogador mais operário do que propriamente mais criativo, é o primeiro jogador a organizar o jogo ofensivo da equipa. Qualidade de passe, capacidade em jogar a curta ou longa distância fazem deste holandês uma peça vital nesta equipa.
Me desculpe Van Bommel, Zé Roberto e até o proprio Schweinsteiger - que é um grandíssimo jogador e tem, neste Bayern, uma tremenda influência já que dispõe de uma capacidade de choque e uma potência de remate extraordinária -, mas, pelo que já me foi dado a perceber, é o francês Ribery o grande motor desta equipa bávara. Para quem não sabe qual a missão de Ribery neste Bayern, creio que a comparação com o Simão dos tempos de Benfica é perfeita. Estaria a exagerar se efectivamente dissesse que Ribery está para o Bayern como Simão estaria para o Benfica. Contudo, não estou a fugir muito se disser que Ribery é o jogador ideal para o tipo de avançados que o Bayern dispõe e é indispensável para esta equipa. Qualidade técnica, rapidez de processos e muita mobilidade fazem deste jogador uma autêntica dor de cabeça para os defesas contrários. Nunca está quieto e tem, tal como Simão tinha nos encarnados, a capacidade em aparecer nos espaços vazios. A grande diferença para Simão é que Ribery não é um finalizador, isto apesar de ter marcado na vitória gorda frente ao Werder Bremen. Ainda assim, as suas assistências ofuscam desde logo esse pequeno pormenor.

Já falámos da defesa, já analisámos como funciona o losango mas, falta falar naqueles que dão expressão e cor a tudo isto. São dois reforços que valem, seguramente, 50 golos por época. Luca Toni e Miroslav Klose são, sem duvida alguma, dois dos melhores avançados da actualidade. Diria até que, juntamente com Drogba e Jan Koller, no jogo aéreo dificilmente encontramos melhor. Mas não é só de cabeça que esta dupla faz pela vida. A grande capacidade de Toni em jogar de costas para a baliza e a rapidez e o faro pelo golo de Klose parece ser a combinação perfeita. Com efeito, são dois excelentes reforços e duas excelentes apostas da direcção do Bayern.

Não gostaria de terminar esta análise à equipa do Bayern sem antes falar de alguns jogadores que apesar de não serem, à partida, titulares, certamente vão ser muito importantes em vários jogos.
Para a defesa temos Van Buyten, central belga de grande qualidade; Willy Sagnol, um lateral de grande qualidade que, quando regressar da lesão que o apoquenta, poderá fazer com que Lahm transite para o lado esquerdo; e ainda Ismael e Lell; no meio-campo, temos como boas soluções Andreas Ottl e os reforços Hamil Altintop e José Sosa. Em relação ao uruguaio, confesso que já o vi jogar pelo Bayern esta temporada e os pormenores que deixou foram fantásticos. Actua como médio de ataque e tem pormenores que fazem lembrar Deco ou até Kaká. Trabalha muito a bola com a sola do pé e é inteligente na forma como muda de velocidade. O único ponto menos positivo em relação ao seu futebol é o facto de, por vezes, se agarrar muito à bola, isto, talvez, derivado ao facto de ser ainda muito jovem.
Finalmente, como soluções para a frente, se não houver Klose ou Toni, há Lukas Podolski, o que, equivale a dizer, há perigo.

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