segunda-feira, maio 04, 2009

O REGRESSO À BOLA



Foi ontem de manhã que voltei a ver ao vivo a União de Leiria. Cerca de 6 mil e quinhentos adeptos assistiram a um excelente jogo de futebol entre duas das melhores equipas da Liga Vitalis. A três jornadas do fim, o Leiria está, neste momento, dependente de si para subir à liga principal. Para isso, bastar-lhe-á vencer os seus jogos, frente a Oliveirense (fora), Feirense (casa) e Beira-Mar (fora).

O facto de estar tanta gente num jogo da segunda liga quando, por norma, o estádio do Leiria está vazio, dá que pensar. Então mas não é em Leiria que não há adeptos e ninguém se preocupa com a equipa da sua cidade? Pelos vistos, a coisa não pode ser vista dessa maneira. Eu vi no Estádio (e falo por mim também) muitas pessoas que conheço e que tenho a certeza que este foi o primeiro jogo que viram da equipa nestes últimos anos. No entanto, vi-os a exaltar aquando dos golos e a puxar pelo conjunto da sua cidade. Lá está, "nós", tal como tantos outros, mesmo estando afastado dos estádios, não deixamos de ouvir os relatos, saber os resultados e "puxar" cá fora pelo nosso querido Leiria. Então, se assim é, qual é o verdadeiro problema?

Aponto, desde logo, vários motivos para o chamamento de tantas pessoas ao Estádio:

- Em primeiro lugar, o preço dos bilhetes. Muitos tiveram a entrada gratuita, algo que, nos dias de hoje, faz toda a diferença. Ainda assim, estou convencido que, por uma quantia irrisória (5 euros, por exemplo), também não seria por aí.

- Depois, o estado em que a equipa se encontra. Isto é como tudo, quando se ganha chama-se muito mais gente.

- O terceiro e, quanto a mim, o principal motivo: o horário do jogo. Digo-vos uma coisa, se este mesmo jogo tivesse sido às 16h ou à noite, seguramente que não teria comparecido. Acho que os jogos da liga portuguesa deveriam ser ao final da manhã. Acreditem que chamaria muito mais gente. Ainda neste jogo vi, por exemplo, equipas de futebol distrital presentes no estádio que passaram a manhã em conjunto, seguindo de um almoço e posteriormente do seu jogo. Isto sim é uma maneira de todos ganharem com o produto pelo qual tanto lutam e trabalham.

Em suma, gostei do que vi e voltarei a repetir contra o Feirense se as condições forem mais ou menos estas.

O POKER DE CARLÃO

Quanto ao jogo, creio que o resultado fala por si. Ganhar 5-1 ao líder e com um poker do cobiçado Carlão deixa qualquer um impressionado. E é precisamente sobre este jovem avançado brasileiro que quero falar.

Antes de mais, aproveito para salientar o excelente trabalho do Eduardo Marques no jornal DESPORTOTAL onde, na semana passada, entrevistou precisamente o Carlão, fazendo inclusivé honras de primeira página. Para quem não leu que dê uma vista de olhos porque a entrevista está muito bem comandada e com respostas muito curiosas por parte desta jovem promessa.

Quanto a Carlão, ao segundo jogo que vi dele, confirmou aquilo que não havia mostrado no jogo das Aves. Faro pelo golo, boas movimentações com e sem bola, seguro a jogar de costas para a baliza, portanto, um valor que Manuel Fernandes descobriu e prentende valorizar. A continuar assim, seguramente que poderá seguir os passos de Derlei que chegou como desconhecido a Leiria e depois fez carreira nos grandes de Portugal.

4 comentários:

Anónimo disse...

Confesso que também não sei o que afastou as gentes de Leira do Estádio. Eu próprio era membro da antiga claque Ultra Fantasmas e o meu pai era sócio com lugar cativo e ontem, como disseste, foi pela primeira vez em 5 ou mais anos que fui ver um jogo do leiria que não fosse contra o Sporting.

Concordo com as tuas razões, mas acrescento outra. Acredito que um estádio daquela dimensão afasta as pessoas porque 15 mil pessoas num estadio daqueles faz parecer que o estadio está vazio e não existe aquela vontade de ir a um espetaculo que tem 'meia duzia de pessoas a assitir'. Por outro lado, se estas mesmas 15 mil pessoas estivessem num estadio com a mesma capacidade, os presentes, para além de se sentirem mais perto do jogo, sentiriam que estão num espetáculo onde está toda a gente (porque o estádio está cheio) e criaria-se uma onda de entusiasmo maior. O fenómeno das massas não é facil de explicar mas espero ter passado a minha ideia.

Pedro Roque

Faustino disse...

Ha muitas razoes que podem explicar o afastamento das pessoas de Leiria do futebol...

Penso que depois de a equipa andar a fazer epocas na Marinha Grande fez baixar e muito o interesse das pessoas da nossa cidade...

O facto de ser um estdio grande é sempre sujectivo. Uns dizem que nao vao porque é grande demais mas com optimas condiçoes...outros dizem que nao porque preferiam pequeno mas sem condiçoes...

Depois tambem podemos pensar que a direcção do clube nem sempre fez por puxar o publico...desde que vejo um jogo de apresentação ou mesmo a apresentação oficial da equipa fora da cidade...acho que nao é preciso dizer mais nada..

O preço , tendo em conta o actual momento financeiro que viemos, é sem duvida um dos principais factores. Se uma familia com dois filhos quiser ir ao futebol e tiver bilhetes a 15€ , faz um total de 60€! É demasiado dinheiro para 90m que por vezes nem espectaculo oferece..

Espero que o clube suba de divisao...é bom para todos e principalmente para a cidade que recomeça a aparecer novamente na "boca do povo" a nivel nacional.

Vamos ver se com a subida ( possivelmente ) o publico e a direcção nao fazem novamente as pazes...tem que haver esforços dos dois sentidos...uns com a vontade e outros com o preço!! :)

Abraço a todos...

Sérgio Gouveia disse...

Não podia concordar mais com o teu post. Eu próprio fui 1 desses que ontem compareceu no Magalhães Pessoa. E tal como tu, para mim foi determinante o horário do jogo.

Quanto ao jogo, apenas salientar a dupla CC (Cássio\Carlão).
Excelente entendimento entre os dois avançados.
Cássio, apesar de não marcar foi decisivo para o "poker" de Carlão.
Note-se que o segundo golo de Carlão, foi só encostar, depois de um trabalho imenso de pés de Cássio, dentro da grande area que fez a bola embater no poste.
Mas CARLÃO, foi imenso!! Fez tudo bem. Um verdadeiro matador. Possante, rápido e sempre com uma calma tremenda no momento de atirar á baliza.
Vou ficar atento a este brasileiro, e gostaria imenso de o ver com as cores do meu clube.

Unknown disse...

Concordo com tudo o que foi dito e entendo perfeitamente o que disseste Pedro. Também penso dessa forma. Não nos podemos dar ao luxo de ter um estádio daquelas dimensões numa cidade tão pequena. Nem em Inglaterra se vêem estádios tão grandes em cidades bem maiores que a nossa. E lá está, em Inglaterra os estádios são pequenos mas estão sempre cheios o que dá uma provoca um grande ambiente. E é isso que dá um maior entusiasmo e a tal onda que falas Pedro.

Como já disse, o horário é determinante. Veja-se o caso da Holanda e da Escócia. Pontualmente há jogos à tarde mas a grande maioria é às 11h30 ou 13h30. Isto sim, perfeito (e bom também para os comerciantes que a esta hora vendiam mais (bifanas, almoços, etc...)

Só mais uma questão. Apesar daqui não ser um grande problema, a questão da segurança. Um pai tem muito menos receio em andar com o filho de manhã do que por exemplo à noite. Sendo um pormenor, também acho que tenha alguma relevância.

Parabéns também à claque Frente Leiria que com muita dedicação e empenho tem contribuido para o sucesso do clube.

PS: Sérgio, de facto o Cássio e o Carlão entenderam-se muito bem. O Cássio, mesmo não marcando, trabalhou que se fartou. Merecia um golo.
Gostei muito do Pedro Cervantes e do Pateiro. Conhecia pouco deles mas, sinceramente, deixaram-me muito boa impressão.

Abraços!!