segunda-feira, novembro 21, 2011

MEMÓRIAS



Hoje fiz o download do jogo Portugal - Inglaterra do Euro2000 e estive a acompanhar um dos melhores jogos da década por parte da nossa selecção. Confesso que dá-me particular gozo ver, volta e não volta, alguns daqueles que considero os melhores jogos que tive oportunidade de ver desde que comecei a montar a minha memória futebolística. Aqui ficam algumas notas sobre esse mesmo jogo:

Equipa portuguesa:

Baía, Xavier, Couto, Jorge Costa, Dimas; Paulo Bento, Vidigal, Rui Costa; Figo, João Pinto e Nuno Gomes.

- Muito bem montada esta selecção de Humberto Coelho. Dimas e Abel Xavier não eram nada de especial a atacar mas garantiam solidez defensiva; Paulo Bento era uma espécie de Rinaudo, isto é, aparecia um pouco por todo o lado para "apagar fogos", enquanto que Vidigal, mais fixo, tinha a missão de segurar o meio-campo; na frente, o perfume de Rui Costa, Luis Figo e João Pinto era tremendo, facilitando a tarefa a Nuno Gomes, o homem mais avançado da equipa.

- Esta primeira parte da dupla Rui Costa e Figo foi quaquer coisa de extraordinário. Não havendo extremo esquerdo de raiz, era Figo que ocupava ambas as faixas. Neste jogo dá bem para ver a qualidade com que o "7" mudava fácil e repentinamente de velocidade, um pouco ao jeito de Iniesta.
Já Rui Costa, com pormenores deliciosos, mostrava o porquê de ser considerado o "maestro" da equipa.

- Também havia perfume nesta Inglaterra. Duas assistências primorosas de David Beckham para os golos de Paul Scholes e McManaman. Bolas tele-guiadas como as de Beckham, só me lembro de Guardiola ou Pirlo próximos da sua categoria.

- Paul Ince e Vidigal, dois armários nos respectivos meios-campos.

- O golo de cabeça de João Vieira Pinto é um momento fantástico. Diria que está no meu top5 de golos de cabeça (sendo que os outros 4 provavelmente estarão ocupados por Mário Jardel ou Falcao, os melhores cabeceadores que vi até hoje).

- Sempre gostei de ver uma dupla de ataque com as características que a Inglaterra apresentou neste jogo: um "ciclista" e um homem mais de área. Respectivamente, Michael Owen e Alan Shearer. Se o segundo dispensa apresentações, já Owen prometeu muito no início da carreira (quando apareceu no Mundial 98, achava-o verdadeiramente incrível) mas depois foi baixando de produção. Ainda está num grande clube mas meramente como figurante.

- Notável a forma como Portugal reagiu a uma desvantagem de dois golos frente a uma poderosa selecção. Se a isto acrescentarmos que estavamos no jogo inaugural, não é fácil fazer o que os nossos rapazes fizeram. Grande união, grande solidariedade e grande confiança perante a adversidade. No fundo, grande equipa e, convém salientar, grande trabalho deste seleccionador!

- Uma última nota a respeito dos comentários à partida: Gabriel Alves. Mítico.

PS: Se alguém estiver interessado em ver o jogo, posso facultar o link.

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