O OUTRO "31" QUE RESOLVE

E que grande "31"! Uma noite mágica dos "encarnados" no Vellodrome, daquelas que, seguramente, ficará na história. O Benfica de Jorge Jesus, que tantas dificuldades tinha tido frente ao Marselha na primeira mão, impôs o seu futebol e banalizou os franceses. Kardec saíu do banco e foi o herói inesperado mas, é justo dizer, todos, sem excepção, estiveram à altura do desafio. Solidez defensiva, controlo e dominio de jogo a meio-campo e muitas unidades no ataque para tentar marcar, algo que, no fundo, era essencial. Vimos um golo de Maxi de meia distãncia e um outro de bola parada mas foram inumeras as ocasiões de golo em jogadas trabalhadas. Mesmo com o golo de Niang contra a corrente de jogo, a equipa benfiquista nunca se desuniu e "atacou" o assunto Marselha como se fosse um jogo de campeonato em que os três pontos tivessem em disputa.
Com efeito, diria que a vitória foi justíssima e, é caso para dizer, esta equipa começa, também na Europa, a ser respeitada, tal como já é na nossa liga.

Visto o sorteio, o Liverpool é o próximo adversário. Seguramente, o oponente mais forte que ainda estava em prova. Será muito duro para o Benfica mas, atrevo-me a dizer, também não terá sido o melhor dos sorteios para os ingleses. Muito sinceramente, nesta altura, acredito que é possível o Benfica fazer mais uma gracinha. Digo mais, acredito mais hoje do que na última vez em que os "encarnados" defrontaram (com sucesso) o Liverpool de Gerrard, Morientes e Peter Crouch. Tal como na última vez, o primeiro jogo será em casa e, neste caso, depois de um importante jogo com o Sporting de Braga. Serão dois jogos de casa cheia e que definirão muito do futuro benfiquista. Não esquecer, no entanto, que há prioridades. Mais do que ganhar aos ingleses, há que fazer o trabalho de casa contra Braga e Naval. Se se vier a eliminar o Liverpool, será um bónus a esta brilhante carreira encarnada.

PS: O Sporting não conseguiu passar perante um Atlético que não funciona como equipa mas que tem jogadores que, sozinhos, ganham jogos. Foi pena. Contudo, atrevo-me a dizer que os "leões" começaram a perder a eliminatória momentos antes do início da partida. Num jogo desta importância, não pode haver nada que distraia uma equipa. O episódio "Izmailov" foi terrível para as pretensões leoninas até porque, para além da indiscutível qualidade do russo, em termos psicológicos (e tecnico-tácticos), afecta todo o grupo.