sexta-feira, fevereiro 22, 2013

EM FRENTE


Grande resultado (mais um!) frente a um adversário muito complicado. Não foi por acaso que esta equipa foi vencer a Munique. É muito forte fisicamente e tem um ataque móvel e muito bem sincronizado. Depois, no meio-campo, há Bender e sobretudo Rolfes, dois jogadores de selecção germânica e com uma cultura táctica e capacidade física acima da média. Portanto, acabar esta eliminatória com um golo sofrido e com dois triunfos, ainda que com alguma felicidade à mistura, é algo que não deve ser desvalorizado.

Entrámos mal? Sem dúvida. Fomos felizes com as duas bolas ao poste? Naturalmente. Agora, o que é certo é que a entrega ao jogo foi extraordinária e a estratégia altamente conseguida. Jesus optou por jogar na expectativa com praticamente todos os jogadores atrás da linha da bola, para depois sair rápido em situações de contra-ataque. E o Benfica é forte nisso. Tivesse Jesus jogado como por exemplo jogou há dois anos contra o Schalke em que a equipa atacou muito mais mas também abriu mais espaços na sua defesa e, provavelmente, a derrota estaria mais perto (tal como aconteceu nessa partida). E é nestes pequenos pormenores que se vê o crescimento do treinador do Benfica. Está com um discurso mais ponderado e, no plano táctico, tem gerido bem o grupo e tem sido mais pragmático. E não tenham dúvidas, mesmo com o técnico a dizer reiteradamente que dá primazia ao campeonato, pois podem estar seguros que ele vai dar tudo na liga europa para chegar o mais longe possível. 

Pelo exposto, só tenho a dizer que a satisfação é total e que a confiança neste grupo reforça-se cada vez mais à medida que vamos avançando no calendário. Mesmo com jogadores algo fatigados e que nem sempre conseguem recuperar fisica e mentalmente para o jogo seguinte, diria que as expectativas para o que resta de temporada são francamente animadoras. E estou certo de que, mesmo que não venhamos a superar o super Porto, o orgulho neste plantel e na sua equipa técnica estará bem presente.

DESTAQUES:

MVP: Matic. Começam a faltar adjectivos para descrever a qualidade do sérvio. Que jogador. Aparece em todo o lado para apagar fogos em situação defensiva e ainda tem força física e mental para se chegar à frente. Impressionante como é que um trinco aparece na área a fazer golo depois de um lançamento do seu guarda-redes para o ataque. 25 milhões e este artista por David Luiz? Que negócio da China.

Ola John. Este jogador enerva-me, confesso. Faz uma primeira parte horrível onde parece desinteressado e sem a garra necessária para um encontro desta craveira. Depois, aparece num segundo tempo a um nível elevadíssimo e com pormenores de verdadeiro jogador da bola. Volto a repetir, ainda lhe falta muito para ser um titular absoluto nesta equipa. Porém, tem coisas que deixam qualquer adepto de boca aberta. Capacidade de explosão, inteligência no passe e facilidade em driblar quer para dentro ou em direcção da linha final, fazem dele um jogador com todas as características que um extremo pode desejar. Falta o principal: crescer. E isso, é o menor dos problemas quando se tem um treinador como Jesus.

André Almeida. Eu já o percebi e, pelos vistos, Jesus também. É muito melhor a defender que Maxi. Como tal, estou convencido que nos jogos mais difíceis estará lá sempre. Uma boa surpresa, sem dúvida alguma.

Artur. Gigante o brasileiro. Qual polvo, parecia ter quatro braços. Quando não chegava lá, estavam lá os postes para aliviar o perigo. Aquela defesa na segunda parte a remate do Rolfes foi fantástica. Um dos responsáveis pelo insucesso ofensivo do Bayer.

E pronto, Leverkusen para trás, venha o Bordéus. Uma equipa com alguma qualidade mas nada que se compare aos alemães. Matic não joga a primeira mão, o que para muitos é uma má noticia. Claro que sim. Mas noutra perspectiva, diria que a boa noticia é que o sérvio estará, salvo qualquer imponderável de última hora, em França. E aí, estou certo, será muito mais preciso do que em casa.

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