sábado, junho 26, 2010

VENHA A ESPANHA




Escrevendo já mais a frio e já sabendo o adversário que nos tocará nos oitavos, diria que soube a pouco o resultado frente ao Brasil. No geral, gostei de ver algumas coisas no jogo português (já lá vamos) mas, na minha opinião, faltou alguma audácia para tentar vencer a partida nos últimos 20 minutos do jogo. Talvez possa ter havido alguma estratégia por parte de Queiróz que, provavelmente, optou por segurar o segundo lugar (já que não sabia em que lugar poderia evitar a Espanha) e, assim, evitar a Holanda nos quartos-de-final (preferindo o vencedor do Paraguai - Japão). Estou em crer também que terá pesado na consciência do nosso seleccionador o facto do 2º lugar do nosso grupo permite aos nossos jogadores terem mais um dia de descanso do que aqueles que teriam caso passassem na primeira posição. Possivelmente estarei a cometer um grande erro de análise (admito que é pura especulação) mas custa-me a perceber aquele pacto de não agressão por parte dos lusos, sabendo que o empate a zero ou uma eventual derrota pela mínima significaria a mesma coisa.

Quanto ao jogo, gostei essencialmente de duas coisas: em primeiro lugar, gosto de ver um treinador que estuda o adversário e que monta uma equipa a pensar nos pontos fortes mas também nos pontos fracos do seu opositor. É fácil falar agora (porque a estratégia acabou por correr bem) mas percebi a inclusão de Duda na meia esquerda (muito embora seja anti-Duda em qualquer posição que não seja a de lateral esquerdo), captei também a inclusão de Ricardo Costa na lateral (atenção que não é descabido que o mesmo seja titular frente à Espanha para seguir os movimentos interiores de David Villa) e também achei interessante a inclusão de Ronaldo na frente de ataque com Danny na ala (Ronaldo solto para jogar em contra-ataque e, ao mesmo tempo, evitar que o capitão se envolvesse em situações defensivas.

Folgo em saber que a nossa defesa respira confiança. Eduardo tem-me surpreendido pela positiva, os centrais estão muito bem, Coentrão tem feito um extraordinário Mundial (tenho de engolir alguns sapos mas é a realidade) e o meio-campo, SEM DECO, tem estado extraordinário. Pepe, apesar de algumas oscilações, mostrou a Queiróz que está relativamente bem fisicamente para ocupar a posição de médio defensivo e a dupla Tiago-Meireles, pese embora neste jogo menos exuberante em termos ofensivos, mostrou-se muito compacta e com uma simbiose de movimentos e ocupações de espaços bastante interessantes. Se fosse eu, manteria esta dupla contra a Espanha e, obviamente, voltaria a incluir Pedro Mendes como trinco (está melhor em todos os aspectos do jogo comparativamente a Pepe e, digo eu, só não foi titular frente ao Brasil por ter amarelo e ser considerado um dos indispensáveis por Queiróz para o jogo dos oitavos.

Se já aqui falámos mal de Queiróz, tenho a dizer que estou a gostar do trabalho que o nosso seleccionador tem feito até aqui. Revela trabalho e estudo do adversário. A equipa não se mostra ansiosa em querer ganhar nem receosa de perder. Há tranquilidade e há muita união entre os jogadores. Volto a referir que esta equipa, com Bosingwa e Nani, teria ainda mais possibilidades de bater o pé aos principais favoritos. Uma pena que não estejam na África do Sul.

Para o jogo com a Espanha, o segredo é defender bem e explorar o contra-ataque. Deco, Danny e Hugo Almeida poderão ser apostas válidas no decorrer do jogo. Não faço ideia qual o sistema que Queiróz vai apresentar (talvez comece num 4x3x3 com Danny, Simão e Ronaldo) mas qualquer equipa que entre em campo é válida e tem a minha confiança. Nunca pensei dizer isto - até porque fui absolutamente contra a chamada de Ricardo Costa - mas, quando o vi de início, pensei para mim: "ora aqui está uma solução interessante".

Se queremos ser campeões do Mundo, temos de ganhar às melhores equipas. Vamos a isso Portugal!

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