Jogo difícil num autêntico batatal e frente a uma equipa aguerrida e com jogadores rápidos e chatos lá na frente. Bem Quim Machado (esperei 12 anos para poder dizer isto sobre este camarada) com a introdução de Ludovic na ala direita e a dar cabo da cabeça ao Emerson, lateral que foi, quanto a mim, novamente o elo mais fraco. Já Jesus, tentou surpreender o adversário com um onze sem alas (ainda que Rodrigo tenha jogado grande parte da primeira parte na ala direita) e com diversas trocas de posições, nomeadamente entre Witsel e Rodrigo. Hoje apostou em Bruno César em detrimento de Nolito e, se discordei totalmente com essa opção, também é curioso que não fiquei muito preocupado com ela porque sentia (e Jesus também sente isso) que havia gente no banco com qualidade e vontade para entrar no jogo e resolver. E é este aspecto a grande virtude deste Benfica: se o plano A não estiver a surtir efeito, Jesus e os adeptos sabem e sentem que há sempre um plano B ou até um plano C. Hoje o plano B envolveu Nolito e Gaitán, outras vezes calha a Rodrigo, e em outras situações poderá ser Saviola. Por conseguinte, torna-se mais fácil a tarefa de Jesus e mais difícil quem tiver de jogar contra tantas individualidades e tantas alternativas técnico-tácticas por parte deste Benfica.
DESTAQUES:
- Pela negativa, aquela ala esquerda. Emerson é muito mau mas torna-se ainda pior quando tem à sua frente um jogador como Bruno César. Com Nolito, sempre revela algum entendimento e é algo que lhe permite aparecer um pouco em jogo. Já Bruno César, passou ao lado do jogo como passa quase sempre. Tirando o jogo da Marinha Grande, ainda não vi uma exibição convicente deste jogador nas alas.
- Pela positiva, destaco três nomes: Rodrigo, Cardozo e Javi Garcia. Começando pelo Rodri, acho que foi o melhor em campo. Tem um pé esquerdo extraordinário, é rápido, versatil e tem faro pelo golo. É um jogador fabuloso e começo a pensar que tem de jogar sempre nesta equipa. E sim, é compatível com Aimar e com Gaitán.
Relativamente a Cardozo, acho que fez uma primeira parte de bom nível. Está, na minha opinião, a fazer a melhor época desde que chegou ao Benfica. Mais rápido, melhor no jogo aéreo, menos trapalhão e com o mesmo faro pelo golo. A jogar assim, é claramente uma mais valia para a equipa. Hoje marcou de penalty mas fez muito mais do que o golo da vitória.
Quanto a Javi Garcia, foi das melhores unidades do Benfica. Limpou tudo lá atrás e tentou, à sua maneira, empurrar a equipa para a frente. Grande jogo do espanhol.
Em suma, vitória difícil mas justa, num campo complicado e frente a uma equipa modesta mas muito dinâmica, humilde e lutadora. Um exemplo de como uma equipa sem individualidades consegue, com muito crer e sacrifício, bater o pé aos grandes do nosso futebol.
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