quarta-feira, abril 25, 2012

TREMENDO


Grande, grande jogo de futebol. Isto sim, uma verdadeira meia-final da champions onde as duas equipas mostraram argumentos para seguir em frente. Ganhou o Bayern mas também poderia ter seguido o Real. A lotaria das penalidades já se sabe como é mas é curioso que disse para mim mesmo, antes delas começarem, que os alemães, pela vantagem física que aparentavam e pela reconhecida frieza mental que lhes permite nunca abanar em situações de aperto (tome-se por exemplo os 15 minutos iniciais do jogo onde o Real entrou a matar e em que a equipa soube reagir), partiam com um ligeiro favoritismo. Além do mais, contavam com Neuer, um autêntico gigante entre os postes. Não que Casillas não seja "enorme" mas o alemão consegue ocupar muito mais a baliza.

É verdade que o Real também fez tudo para passar mas, no meu entender, seria um duro golpe se o Bayern caísse. Me parece que, excepção feita aos primeiro 20 minutos de jogo, houve sempre muito mais Bayern em campo e sentia-se muito mais o golo perto da baliza de Iker do que o contrário. Mais uma vez ficou demonstrado que a capacidade física tem muita importância ao mais alto nível e a verdade é que os jogadores do Real sentiram bastante o desgaste provocado pelo clássico do fim-de-semana. Vi Ronaldo de rastos, Di Maria completamente ao lado do jogo e o próprio Ozil sem capacidade para desequilibrar na frente. Já do outro lado, tinhamos equipa fresca e com um poder de fogo absolutamente tremendo. Ribery, Robben e Gomez são um trio que facilmente encaixaria em qualquer equipa da Europa.

Custa perceber como é que esta equipa bávara não se consegue impor na Bundesliga. O Dortmund, bi-campeão na Alemanha, não conseguiria nem de perto nem de longe fazer aquilo que os bávaros fazem frequentemente na champions.

Ficou por aqui o sonho de José Mourinho em ganhar a champions pela terceira vez, logo agora que tinham uma grande oportunidade pelo facto do super Barça ter caído. Inglório o facto de Ronaldo ter perdido uma grande penalidade, ele que também jogava muito nesta meia-final. Uma possível vitória do Real na champions e em ano de Europeu, poderia significar uma enorme chance do português ganhar pontos importantes na luta pelo troféu de bola de ouro.

A importância de ganhar a primeira mão

Recordo-me que quando fui à luz ver o jogo com o Chelsea, dizia para amigos que o importante era ganhar. Vencer sem sofrer golos seria melhor mas o 2-1 ou o 3-2 seriam resultados que assinaria antes do encontro começar.
Ora, mais uma vez ficou visto que a pressão para a equipa visitada no jogo da segunda mão ganha uma dimensão enorme quando se vê confrontada com a questão do tal golo que possa valer a dobrar. Viu-se isso ontem com o Barça (mal o Chelsea marcou, a equipa entrou em pânico), viu-se também hoje com o Real em que abanou mal sofreu o 2-1. Por conseguinte, e olhando já para o jogo de amanhã do Sporting, diria que o Bilbao tem boas possibilidades mas não é, nem de perto nem de longe, favorito. 

Tremendo jogo, parabéns às duas equipas!

PS: Não que seja novidade mas este jogo deu mais uma vez para perceber o que espera à selecção portuguesa no Euro. Esteve em campo a selecção alemã (mais Khedira e Ozil do outro lado) e a fantasia de Robben que, juntamente com Sneijder, Van Persie e companhia, nos vão causar enormes dores de cabeça.

PS1: Não o referi na peça mas merece um destaque neste espaço: Pepe. Um jogo tremendo do internacional português a mostrar o porquê de ser, actualmente, um dos três melhores centrais do Mundo (se não mesmo o melhor).

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